São Jorge, santo, santo, peço-lhe, de mãos postas lhe peço, guarda o dragão com seu manto, entrega-lhe flores, dá-lhe acordes de acalanto, faz uma fogueira nos céus e ilumina os corações onde há pranto, acende os recantos, os extremos e pradarias, ruas, estradas e vias com partículas incendiárias de fraternos pensares e afagos explosivos de bondade e genialidade do ser em busca de ser perdido no ter feito catavento de posto de gasolina.
Em rodopios e cantorias, crianças, então, poderão saltar para a vida com alegria, longe dos estampidos que se ouve nos morros, nas metrópoles, nos condomínios e nas comunidades – recantos invadidos, vidas interrompidas por estranhos salteadores de barracos, casas e padarias com balas perdidas e outras certeiras, ceifadores de vidas.
Lua, lua, lua… Ilumina as sombras da noite com o brilho emprestado do Sol que lhe aquece. É tempo de travessias sobre terremotos, nas franjas dos vulcões e furacões. Há furor nos olhares, há desavenças em Palmares e Florença. Alguém, por favor, jogue água benta, um olhar de ternura sobre as criaturas…
Canto e ouço/sinto a magia de seu amor, Santa Maria! Louvo a Senhora do Meio-Dia que me acolhe ao entardecer, Ave-Maria!
Lua, lua, lua … Ouço o cavalgar de São Jorge, seu guardião de armadura, a romper a penumbra em que o dragão se insinua. Lua, lua em clara noite de Lua Cheia semeia rastros dourados na areia.