Além de fortalecer músculos, ossos e articulações, tornear o corpo, liberar as tensões e queimar calorias, a dança tem funções que, provavelmente, você não imagina. Uma delas é a melhora da memória, do equilíbrio e das funções cerebrais. Um estudo do Centro Alemão para Doenças Degenerativas de Magdeburgo, publicado no periódico Frontiers in Human Neuroscience no ano passado, mostrou que dançar pode ajudar a reverter sinais de envelhecimento no cérebro.
Em idosos, a atividade pode contribuir no tratamento e prevenção do Alzheimer.
“Indivíduos em estágios iniciais da doença podem sentir melhora em atividades rotineiras, como se vestir, tomar banho ou comer sozinhos, porque a dança promove um acréscimo do autoconhecimento e da percepção corporal”, destaca o Dr. Omar Jaluul, geriatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. E não só o Alzheimer. Segundo o médico, doenças como pressão alta, diabetes, osteoporose e depressão podem apresentar melhoras com a atividade.
Para quem se dedica a aprender uma dança, cada aula é uma nova descoberta. “É quase uma meditação, pois você precisa se concentrar em seu corpo, em seus movimentos. Uma forma de
estar presente no aqui e no agora”, comenta Luis Ribeiro, professor de balé clássico. “Também é um processo muito bonito, pois permite conhecer melhor o corpo, ganhar domínio dos
movimentos, praticar a resiliência e descobrir novas sensações.”
Na dança, segundo ele, você pode ser quem realmente é. “Nunca vai haver dois corpos iguais. Cada pessoa se conecta com o espaço e se expressa à sua própria maneira.” E esse processo é
pessoal e intransferível, diz o professor. “Dançar é algo que ninguém pode fazer por você.”