Etimologicamente o termo falácia deriva do verbo latino “fallere” e significa enganar. Falácia é um raciocínio errado com aparência de verdadeiro. Tanto na lógica como na retórica, falácia é um argumento incoerente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente o que alega.
Temos as FALÁCIAS EMOCIONAIS (do medo, esperança, compaixão, elogio e testemunho); FALÁCIAS MENTAIS (autoridade, bom senso, tradição, novidade, dinheiro), FALÁCIAS DE CAUSA E EFEITO (causa única, associação remota, generalização, lógica circular); FALÁCIAS DEDUTIVAS (conclusões precipitadas, divisão-composição, relativismo, destino); FALÁCIAS DE MANIPULAÇÃO DE CONTEÚDO (revisão infinita, amostragem, falso dilema, impossibilidade de prova, mentira insistente) e FALÁCIAS DE ATAQUE (desrespeito, espantalho).
No século XX, o teórico esquerdista Antonio Gramsci sacou da cartola que melhor maneira para o comunismo dominar o mundo seria a hegemonia cultural utilizando a linguagem para distorcer nossas crenças, nossas percepções, nossos valores, nossa moralidade e finalmente subverter nossas escolhas em prol da supremacia comunista. Ou seja, utilizando de falácias. Não vou dizer que a direita não usa de falácias, mas como Gramsci virou cartilha dos canhotos, eles são os especialistas em utilizar esse recurso das falácias com abundância.
Aristóteles foi magistral ao abordar a falácia conhecida como “O Paradoxo do Mentiroso”, presente quando alguém afirma que “Todas as pessoas mentem” ou “Não existe uma verdade absoluta”. Se isso for verdadeiro, então esta afirmação também representa uma contradição em si, tornando-a simultaneamente uma verdade e uma mentira.
Francis Bacon (1561-1626) comentou sobre Falácias ao afirmar que nossos “falsos ídolos” estão para a Natureza assim como as Falácias estão para a Lógica. Para ele, segundo Alessandro Loiola (2019) “os ídolos correspondem às peculiaridades de cada indivíduo e suas diferentes habilidades, convicções e níveis de Inteligência” e estas virtudes corrompem a compreensão com inúmeras controvérsias equivocadas.
O inglês John Locke (1632-1804) identificou três falácias comuns (ad verecundiam ou o apelo à falsa modéstia; ad ignorantiam ou o apelo à ignorância; e ad hominem, ou apelo ao desrespeito), mostrando que os sentimentos são a fonte primária de nossas ideias e interpretações do mundo.
Sir Isaac Watts (1674-1748) aprimorou Locke e identificou outras três falácias: argumentum ad fidem (apelo à fé), argumentum ad passiones (apelo às paixões), e argumentum ad populum (apelo ao senso comum). O termo “Falácia do Espantalho” certamente adveio de Watts.
O filósofo David Hume (1711-1776) em Tratado da Natureza Humana abordou a influência das Emoções sobre a Lógica e como isso resulta em ponderações desacertadas (Loiola, 2019).
O iluminista Jeremy Bentham (1748-1832) expôs com êxito as técnicas que os parlamentares e legisladores utilizavam para derrubar ou retardar as reformas políticas. Além das falácias já conhecidas, revelou argumentos como ad odium (apelo para o ódio), ad metum (apelo para o medo ou ameaça), ad quietem (apelo para a inércia) e ad judicium (apelo para a procrastinação).
John Stuart Mill (1806-1873), aluno de Bentham, classificou as falácias segundo suas causas (Morais ou Intelectuais), descrevendo ainda as falácias por generalização e por indução.
Já deu para perceber que não é coisa para amadores, não é?
Por isso que a maioria dos políticos “manipuladores” da opinião pública contratam a peso de ouro os famosos marqueteiros… Hoje um candidato assessorado por um marqueteiro de renome não dá um espirro (ia escrever pum, mas é “politicamente” incorreto rss) sem submeter à cartilha do mencionado “politicamente (in)correto”.
Falam só aquilo que a plateia quer ouvir, é um verdadeiro “pisar nos ovos”. Diferente do nosso atual Presidente da República, que fala de improviso a verdade (dele, óbvio) nua e crua, sendo depois massacrado pela mídia e segmentos canhotos que perderam a mamata na teta da porca gorda e fazem de tudo para inviabilizar o governo.
Usam de toda sorte de falácias. Nas aulas de lavagem cerebral, mormente da esquerda, também aplicam na jugular dos incipientes estudantes falácias que transformam um “Che Guevara” em um herói aquele sabidamente sanguinário impiedoso. Moleque compra com dinheiro do almoço e da janta a camiseta T-Shirt com a efígie do Guevara e ostenta com orgulho: “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”.
Ora, vá para os infernos! Cacete, que ternura é essa que executou sumariamente seus adversários a sangue frio nos tribunais de exceção, o famoso El Paredon? Putsgrila, teu nariz guri!
Com esse tipo de falácia a esquerda transforma Cuba no éden terrestre! Vai morar lá, cacete! E se quiser fazer uma dieta e perder uns quilinhos, vai pra Venezuela (Kkkk)! Esquece os condomínios luxuosos de Boca Raton na Flórida e a Paris da avenue des Champs-Élysées, prestigiada com seus cinemas, cafés e lojas luxuosas, meca do consumo da esquerda caviar (Rssss). Vê onde o Chico Buarque, o FHC e mano Caetano vivem e têm apartamento e mansões? Vai lá, pergunta pro Google! Kkkkkk.
Bem, vamos direcionar nosso GPS para o Amapá e na medida do possível comparar os recursos falaciosos deles com os craques nacionais. Vou tentar identificar umas falácias políticas que andei observando nas eleições municipais. Confesso que ri sozinho muitas vezes e minha família cogitou de eu morar em Botafogo, no Instituto Pinel, na hoje não tão Cidade Maravilhosa.
Vou começar pela raposa mais velha da política amapaense, amarelíssimo, que tem o meu respeito, o campeão dos campeões (igual meu Curíntia):
1) 73 anos de idade, com indícios de mal de Parkinson se tremendo todo, quase cego de um olho, diz a lenda que é resultado de bofete que ele pegou de um ex-deputado federal, se titula “Eu sou o novo”;
2) Sendo o primeiro senador da história da República cassado por compra de votos, ele diz que “Eu sou do lado que não tolera corrupção”. E chama pra si a autoria da lei da ficha limpa!
3) Em todos as suas administrações, jamais deu autonomia aos seus secretários, tanto no Município quanto no Estado, prega hoje “queremos ampliar a democracia nas escolas com a Gestão Compartilhada”.
4) Intitula-se defensor da selva amazônica, se notabilizou como o governador do Norte que mais distribuiu motosserras para as ONGs no Amapá. Se diz contra o desmatamento?
5) Fala sempre em “rumo certo”, mas sem nunca falar que rumo é esse! Seria espantando o agronegócio do Amapá?
Um prefeito bonzinho de Macapá, o campeão do politicamente correto: “Vou fazer asfalto de 15 cm”. Se não fizer drenagem e base prévias, pode fazer até de 30 cm que não vai aguentar. Afinal, continuou fazendo as “cascas de ovo” que na primeira chuva desmancha que nem sonrisal.
Na proposta de governo, previa a construção de 10 creches e conclusão do hospital metropolitano. Bem, construir creche até é fácil, tem recursos de diversas fontes, o problema é o custeio. Concluir hospital metropolitano, inadequado conceitualmente, vai alguns milhões. De onde vai arrumar dinheiro? Veja que discurso falacioso, pois não concluiu hospital nenhum e se fez duas creches foi muito! Pobres mães trabalhadoras!
Temos um Senador que apelidaram de DPVAT, um ídolo local, meu amigo, correto, que se projetou nacionalmente como um valente soldado combatente da esquerda, mas exagera nas falácias. Tempo atrás “falaciou” invasão de terras indígenas por garimpeiros e execução de um índio, que pelo visto encheu a cara de caxiri, caiu e morreu de pileque!
Um ex-senador, conhecido por sua barba asquerosa (eu não tenho nada a ver com isso, gosto é gosto) e por ter feito um monte de rádios do Amapá nos seus mandatos, uma figura carimbada, ninguém sabe se fala sério ou se faz na gozação, uma enciclopédia de falácias, vive peregrinando como se as rodovias do Amapá fosse o caminho de Santiago de Compostela. Perguntado porque nomeou a mulher pra cargo de confiança respondeu:
-Se eu não confiar na mulher que dorme comigo, vou confiar em quem? O povo vai ao delírio!
Olha uma de um aspirante a político, notável advogado do Amapá, sou fã dele, cabra bom e escorreito. Mas na política começou desse jeito:
-(Melo): Você aceitaria ser vice do Capi?
– (Candidato): Referente ao Randolfe, tenho uma admiração muito grande por ele, é uma personalidade nacional, mas eu não vou considerar essa possibilidade, porque eu acho ela muito ruim pro povo do Amapá, em princípio, eu acho que ela não é boa para o Amapá!
Dias depois esse candidato, já vice do Capi, aliado com o Randolfe que deu um pé na bunda do Clecio:
-(candidato): vou dizer olhando pra cá para a câmera, eu tenho muito mais orgulho de ser candidato a vice prefeito acompanhado do Capi, do que eu ser candidato a prefeito! Começou bem como político, nota 10 pra ele!
Veja a de um candidato visionário a Prefeito de Santana:
-Em seis meses eu coloco água no Ambrósio. Se preciso vou pagar com meu salário. Se eu não colocar água em seis meses, eu levarei água no balde.
Bem, o salário do prefeito é R$ 16,5 mil. Uma estação de tratamento isolada não custa menos de R$ 2,5 milhões. É só fazer as contas: o prefeito teria que desembolsar 151 meses/salários. Um mandato de 4 anos tem 13 salários, precisaria de 4 mandatos pra pagar a conta! Considerando que no Ambrósio tem 2.400 famílias, haja balde de água, hein? Falácia! Kkkk.
Não esqueci de um ícone da esquerda Santanense, muito “competente” (do verbo competir: compete, compete, compete) candidata a prefeita, um amor de pessoa que tem minha amizade:
1) “Tornou-se a primeira mulher candidata a prefeita de Santana, enfrentou o machismo e o preconceito”. Machismo e preconceito de quem? Ninguém deixou de votar nela por isso. Perdeu nas eleições passadas porque rachou os votos com a esquerda do PT do qual era dissidente. Nunca vi ninguém dizendo que por ser mulher ela não serve pra ser prefeita ou outro tipo de preconceito. Falácia, isso é óbvio ululante!
2) “Isso eles não querem que você saiba (mas nós vamos te contar)”. Vixe! Quem não quer que alguém saiba? Hoje os portais da transparência estão aí acessíveis a todos. Não vi ninguém arrancando as placas nas obras das emendas dela. Não vi ninguém amordaçando os “marciminions” alardeando seus feitos. Kkkk
3) “Convenção da Esperança”, “Caravana da Esperança”! Esperança no quê? Uma extremista da esquerda comunista, que atacou e votou contra o Governo Federal da extrema direita em tudo! Vai ter esperança no quê enquanto durar o atual governo ou se for reeleito? Esperança de pegar chá de cadeira em Brasília com o pires seco na mão, só se for! Kkkkk
Vejam algumas falácias clássicas do MEDO utilizadas nas últimas eleições presidenciais, sob duas formas: “argumentum ad consequentiam”, vinculando o argumento proposto e os resultados terríveis que ele pode ocasionar; “argumentum ad baculum” (apelar para o bastão)”, cuja intenção é demonstrar uma disposição para partir para a violência física caso o outro não concorde com suas alegações:
“A eleição, o fascismo e os limites da democracia” – Carta Capital, setembro de 2018.
“Planos de Bolsonaro para Amazônia preocupam defensores do meio ambiente” – Revista Exame, outubro de 2018.
“Eleições de 2018: uma eleição à sombra do medo” – Jornal El País, outubro de 2018.
“Bolsonaro usa táticas fascistas como Trump”– Folha de São Paulo, outubro de 2018.
“Haddad prega coragem contra o medo” – Revista Veja, outubro de 2018.
“Projeto de Bolsonaro é sacrificar os mais pobres” – Portal do PT, abril de 2019.
“As ameaças sombrias de Bolsonaro para o meio ambiente” – Portal Página 22, outubro de 2019.
Observem que nunca são fornecidas evidências razoáveis de que vai ocorrer. É um apelo emocional visando a simpatia da plateia e intimidação da oposição para favorecer suas proposições.
A falácia da ESPERANÇA, usada em larga escala pelos debilóides canhotos, prega vontade infinita de que algo seja real ou corresponda à verdade, escondendo duas premissas: pensamento mágico e o retorno dos investimentos.
Alguns clássicos:
A esperança venceu o medo, diz Lula” – Folha de São Paulo, outubro de 2002.
“A esperança e o amor por esse povo vencem o ódio, diz Dilma Rousseff” – Portal Jornal Grande Bahia, setembro de 2010.
“Dilma diz que responde com ‘esperança’ a ‘ódio’ de adversários” – Portal G1, outubro de 2014.
“Não vão prender a esperança, diz Lula em lançamento de pré-candidatura em BH” – Jornal Brasil de Fato, fevereiro de 2018.
“Lula representa a esperança do povo brasileiro” – Slogan utilizado pelo PT nas eleições presidenciais em 2002, e repetido por Gleisi Hoffman em sua coluna no Portal Rádio Peão Brasil, em maio de 2018.
“Para Dilma, Lula representa esperança” – Portal do PT, agosto de 2018.
“A esperança vencerá o ódio” – Jornal Vermelho, setembro de 2018.
A fórmula para combater essa infantilidade nos Alessandro Loiola:
-Toda vez que você se deparar com algo assim, aponte o dedo e acuse: “Ei, você vai argumentar comigo com seriedade, inteligência, maturidade e fatos, ou vai continuar se escondendo atrás desse monte de Falácias de Criança Esperança aí?”. Kkkk
E eu falo: Ei, pára de copiar os “marketeiros” lá de Brasília, SP e Rio! Kkkk
É triste admitir que todo mundo utiliza falácias quase o tempo todo, virou uma espécie de protocolo de interações sociais. E pior é que cola! Você, instintivamente, acaba embarcando na viagem falaciosa.
Caro eleitor, é pelos sentimentos e emoções que o homem compara e une as narrativas obtidas da realidade e daí nascem variações complexas quase infinitas, variações essas recheadas com falácias de todo tipo para fazer algum sentido para nossa mente racional.
As melhores invenções do homem são a eleição e o divórcio. Se não está dando certo, são as oportunidades que a vida dá para a gente trocar por alguma coisa melhor. Na prática, de que adianta trocar de mulher ou marido e levar mais chifre que antes. (Kkk). Ou voltar com o(a) ex sabendo dos seus vícios e poucas virtudes? Na política não é muito diferente, prestem atenção!
Então, amigos eleitores, tomem cuidado com os discursos falaciosos e nas urnas votem bem, porque as três únicas certezas do homem é morrer, pagar impostos e votar.
Morrer e pagar impostos você não tem opção, mas pra votar você tem, porque seu VOTO vai escolher quem vai gastar o seu DINHEIRO! Tá ligado?
“Alea jacta est” (a sorte está lançada)!
Adilson Garcia
Professor, doutor em Direito pela PUC–SP, advogado e promotor de justiça aposentado.