Oi companheiro, olha eu aqui de novo, devendo continuar chamando-o de você, pelo menos até que assuma o cargo para o qual foi eleito, aí será Senhor, Excelência e/ou tudo aquilo que merecer.
Tenho acompanhado a sua trajetória, não só as presenciais, mas principalmente as discursivas, em continuidade a sua velha e profícua oratória populista que em nosso país ainda da resultados. Mas, tenho reparado algo notável, para você parece que a eleição não termina nunca. E olha que o Senhor Imperador do sistema eleitoral do país já falou uma porção de vezes que a eleição acabou. Pois veja só, ainda que digam, supostamente, foste selecionado para ser presidente de uma Nação, lembrando aqui que nação é povo e país, uma união deles, então irá presidir a tudo e todos. Está certo que tenha direcionado ótica e preocupação única aos humildes, muito correto, parabéns, mas este cargo não é para sacerdócio franciscano, e sim dirigido aos interesses nacionais e neles já estão incluídos os de sua intenção.
Se o país tem riquezas, seus cidadãos também as têm e maioria deles, (agiotas excluídos) garante emprego e sustento àqueles que não tem. Quer que eu te diga, essa eloquência com “vou dar café, almoço, jantar” e até resenhas com picanha e cervejinha gelada, pode até render frutos nas urnas, mas para o bem comum é discutível. Sua mensagem política estava até parecida com disputa entre garçons, ou seja, como “botar” comida no prato dos outros.
Vou te lembrar que não existe riqueza, sequer tesouro produzido por administração federal, existindo sim, parte fenomenal que ela recolhe daqueles que tem a pagar. E é parte deste valor recolhido deles, que você haverá de usar para aplacar as necessidades dos desfavorecidos. Então, me desculpe, mas parece que a percepção maior tem que ser àqueles que provém às gentes e ao Estado, senão não vai alcançar seu objetivo.
Quer uma opinião proveitosa e boa? Tenho certeza de que esta sim, ajuda a todo mundo, de cima a baixo. Melhore a educação de nossa gente. Construa meios mais respeitosos e reconhecidos aos professores, inclusive os remunerando merecidamente. Desenvolva a qualidade da educação, acabe com a centralização do MEC, retorne o ensino escolar para que cada Estado da Federação o administre dentro de suas culturas e tradições. Que tenham eles seus valores de referências, sejam lá quem e o que forem. Não há como gerir ou criar o clima de respeito a esta Nação se permitirmos eliminar esses citados referenciais de valores, o que vem acontecendo na elaboração dos livros didáticos do MEC.
Não adianta rapaz, o gaúcho não está nem aí para o que acontece no Pernambuco, que por sua vez não quer saber se queimaram casas/dragas de trabalhadores em Rondônia e estes nem cogitam se a alegria no Rio de Janeiro não é do carioca, e sim do turista. Realmente uns não se importam com os outros, como antes ninguém se importava com eleições perdidas.
Hoje, fique atento… a turma que “perdeu” não gostou. É quase metade do eleitorado nacional e muito pertinho em número daquele que o elegeu, e ela tem e está demonstrando capacidade de reação aos resultados políticos alcançados por você.
Em seu primeiro mandato com toda a isenção, você com visão ampla a todos, fez frutificar por todo o país novas lideranças econômicas, novos milionários mesmo, que arrastaram atrás deles inúmeros outros fazendo prosperar a tantos ao retirar da mão de fidalgos paulistas à época, o controle de tesouros que deveriam atender interesses aos nacionais. Você fez isso.
Você tem falado muito em vitória de democracia, chega mesmo a dizer que venceu por ela, quando não foi assim; democrática foi a disputa, e não seu particular ojetivo. Mesmo essa democracia eleitoral que tanto cita, nem democrática ela o é, que se assim fosse, ninguém deveria ser obrigado a algo, mesmo votar. Como um bom exemplo, vou te dizer, nos Estados Unidos da América, o voto é voluntário; e é por isso que lá ainda existem, presentes e fortes na condução do país aqueles falcões americanos, os conservadores. Pois não sendo obrigatório, só comparecem às urnas, aqueles que se importam e se interessam pela nação como um todo, e não por interesses próprios, como aqui no Brasil acontece. Por isso é que com seu discurso, faz que toda uma gente com dependência econômica do Estado, vote consigo, mas agora, o comparecimento e a reação da outra parte também foram expressivos, então cuidado.
O desacerto deste atual ocupante do cargo, foi não ter sabido administrar e conviver com aqueles que lhe são contrários, não sabendo inclusive manter relações para com a mídia nacional. E vou te dizer mais, o homem é até meio birrento e deixa a todos preocupados por sua companhia, muitos vão, acodem aqui e acolá e ele fica ou adoece demonstrando claramente, que tem dificuldades com liderança. Isto admito, você tem e esbanja, chegando até a usar todo esse prestígio influenciador para eleger até cabos de vassouras seus sucessores, como você afirmou em sua última passagem pelo Palácio do Planalto.
Foi uma irresponsabilidade que espero sinceramente que nunca mais se repita. A dificuldade nossa Lula, não é e não será você, um reconhecido líder, de uma maioria pequena, mas maioria, o problema são as pessoas que haverão de trabalhar com você. Que Deus nos ajude.
Macapá, 27/11/2022
José Altino Machado
