A reunião durou cerca de meia hora, no Palácio do Planalto, em meio ao acordo do governo paulista e federal para que os dois dividam os custos —e louros políticos— da construção do túnel entre Santos e Guarujá, no litoral sul de São Paulo.
Tarcísio chegou pela manhã ao Planalto, onde teve a primeira reunião na Casa Civil, com o ministro Rui Costa, o ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e integrantes das equipes federal e estadual em nível técnico para discutirem os termos do novo acordo firmado. À tarde, desenrolou-se o encontro de Tarcísio e Lula, no gabinete presidencial.
Segundo relatos, o futebol, uma das principais estratégias de quebrar o gelo de Lula, esteve presente. Ao ser apresentado ao secretário do governo paulista Rafael Benini (Parcerias e Investimentos), o petista comentou como ele se parece com o ex-jogador de futebol do Corinthians, Paulo André. Benini é irmão do zagueiro, que foi campeão mundial com o time paulista em 2012.
A brincadeira rapidamente chegou ao Flamengo de Tarcísio, e o presidente lembrou que também é o time da primeira-dama, Janja, adicionando que ela fica irritada quando perde e gosta muito de assistir aos jogos. O governador de São Paulo falou da inteligência da primeira-dama na escolha do rubro-negro.
Brincadeiras à parte, a reunião se desenrolou com uma apresentação, pelo ministro Silvio Costa Filho, do acordo entre a União e São Paulo repactuado para que cada um arque com metade dos quase R$ 6 bilhões da obra.
Essa era a ideia inicial, mas o governo havia mudado, há duas semanas, para que a conta fosse dividida entre autoridade portuária e o setor privado.
Na reunião, Tarcísio fez uma fala sobre a importância da parceria e mencionou que este é um “sonho” de mais de 100 anos, dizendo que o primeiro registro do túnel é de um jornal de 1922. A curiosidade foi parar, inclusive, no tuíte de Lula sobre o encontro.
O governador de São Paulo, que foi ministro de Jair Bolsonaro (PL) e é frequentemente criticado pela militância de direita pelo diálogo com o petista, falou ainda de outros projetos que espera poder contar com o apoio do governo federal, como a extensão da linha 4 do metrô até Taboão ou a alça do acesso a Guarulhos do Rodoanel Norte, obras que, disse ele, não são possíveis sem o apoio do governo federal.
Lula indicou, assim como tem dito, que tem interesse em trabalhar junto do estado, mas não sinalizou especificamente nenhum projeto. Auxiliares palacianos falam que a postura deste governo difere do anterior ao promover interlocução do Executivo federal com os estados —apesar de declarações do Lula que possam incentivar a polarização.
Ficou combinado no encontro que o presidente participaria do aniversário de 132 anos do Porto de Santos na sexta-feira (2), quando será assinado o termo do acordo sobre o túnel.
Após o encontro, o ministro da Casa Civil falou sobre a reunião em um evento do Planalto. “O presidente estará na sexta-feira, em Santos, e já anunciará novas parcerias com o Governo de São Paulo. Dando seguimento ao que é o lema deste governo, unir o Brasil”, disse Rui Costa.
O Planalto ainda não detalhou oficialmente como se dará a parceria entre União, governo estadual e iniciativa privada para a obra.
Com informações de Folha de São Paulo