DEPENDÊNCIA DE DEUS: UM SUCESSO DIFERENTE

Como se mede o sucesso? Para muitos o sucesso é medido por números, planilhas bem elaboradas, contas bancárias recheadas. Muitas pessoas medem o sucesso pelos resultados não considerando os meios para chegar ao exposto resultado. Mas, será que é assim? Deve ser assim?
Se observarmos os textos abaixo citados, vamos observar que o sucesso está atrelado a ser dependente de Deus. A dependência de Deus e a nossa submissão é o grande sucesso na vida do ser humano, pois imaginem só: achar graça em Deus e ser por ele conhecidos e visitados isso é impagável. É preciso que os seres humanos caiam por terra e reconheçam o poder de Deus. É preciso reconhecermos a sua presença, é preciso buscar a ajuda do Senhor neste mundo. Pois o sucesso humano é sempre um fracasso e que é considerado fracasso ao humilhar-se na presença de Deus é sucesso.
Vejamos o salmo 123, que é um dos salmos de súplica. Nele o crente olha para o SENHOR Deus esperando dele compaixão, neste salmo apreendemos a clamar e nos enxergar como realmente somos frágeis, eu, você somos frágeis, diz o salmo 123.2: “Como o escravo depende do seu dono e como as escravas dependem das suas donas, assim olhamos para ti, ó Senhor, nosso Deus, esperando que tenhas compaixão de nós.”, e Deus ao invés de olhar para o ser humano em busca algo bom para que lhe ajude Deus é compassivo e vem nos socorrer, pois é ele quem faz justiça em nosso lugar e imputa a sua justiça a nós pela obra de Jesus Cristo. É Jesus quem nos faz termos a aprovação perante Deus.
Na epístola, o apóstolo Paulo ensina uma lição semelhante, ouvida de Deus que lhe disse: “a minha graça é tudo o que você precisa” (2Coríntios 12.9), de modo que ele consegue até mesmo alegrar-se na sua fraqueza e “fracasso”. É bem oposto ao que o mundo mede como sucesso ou fracasso. A vida dos servos de Deus é uma vida que acontece na graça e misericórdia de Deus e não há vergonha em reconhecer-se dependente. Quem se reconhece dependente de Deus é realmente forte e livre. É a personificação do que Jesus nos diz em João 8.31-32: “Então Jesus disse para os que creram nele: — Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos (32)e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.”
A liberdade que Jesus nos concede é algo surpreendente, mas ela só acontece aos que ouvem sua palavra e a escutando creem nela. Vejamos por exemplo o oposto disso: No Evangelho de Marcos 6.1-13, temos um claro sinal das pessoas ouvirem, mas não escutarem, Jesus é desprezado como um profeta sem honra pelas pessoas incrédulas de sua cidade natal. Elas o ouviram, mas não o escutaram, não quiseram praticar e viver o que ele ensinava. Povo rebelde a exemplo do tempo do Profeta Ezequiel que também ouviam a mensagem, mas não a escutavam. E você que me lê: tens ouvido apenas ou tens escutado e colocado a Palavra de Deus em prática? Se não estás escutando a voz de Deus ainda dá tempo, pois enquanto estamos vivos essa voz está disponível para nos guiar e assegurar-nos que nas nossas fraquezas, em meio a nossa multidão de pecados Jesus vem nos libertar e assegurar que em Cristo somos seguros e que a graça de Deus nos basta.
A vida dos servos de Deus não é medida pelos sucessos que o mundo julga importante, mas passa pelo reconhecimento de que Deus é Deus em todo o tempo e que em todo Tempo ´Deus é Deus e está no comando. Não messa a sua vida com a vara do mundo, mas com misericórdia de Deus que vem ao nosso encontro, pois o que depender dos nossos esforços para agradar a Deus é como cavar freneticamente para as profundezas do inferno em vez de lá sair. O homem nada consegue fazer por conta própria. O nosso sucesso está na graça de Deus que se revela por amor e em amor a nós. O Deus vivo é um Deus que tem compaixão e não esquece de nós. Vejamos por exemplo recordando o profeta Ezequiel citando o capítulo 2.1-5: “(1) Quando vi isso, caí e encostei o rosto no chão. Então ouvi uma voz que dizia: — Homem mortal, fique de pé. Eu quero falar com você. (2) Enquanto a voz falava, o Espírito de Deus entrou em mim e me fez ficar em pé. E eu ouvi a voz dizer: (3) — Homem mortal, eu o estou mandando ao povo de Israel, que se revoltou e se virou contra mim. Eles ainda são rebeldes, como os antepassados deles também eram. (4) São teimosos e não me respeitam. Estou mandando você para dizer a eles aquilo que eu, o Senhor Deus, quero dizer. (5) Tanto se derem atenção a você como se não derem, eles vão saber que um profeta esteve no meio deles.” Neste registro Deus enfatiza um assunto teológico central: o profeta é chamado para proclamar com fidelidade a mensagem que Israel não ouvirá. O profeta é responsável e deve proclamar fielmente a palavra de Deus; ele não é responsável pela forma como o povo receberá a palavra. O profeta é preparado para o “fracasso”, medido em termos humanos, pela ênfase repetida na rebeldia de Israel, passada e presente. A sua tarefa é esta: “vá e diga ao povo de Israel o que eu ordenar.”
A missão do profeta prefigura a missão de Jesus. Para Jesus também o sucesso não é medido em termos humanos. (quando ele foi tentado a seguir o caminho do sucesso em termos humanos ele permaneceu firme ao “Assim diz o SENHOR” citando sempre a palavra de Deus. Ele rejeitou o caminho aparentemente fácil, porém traiçoeiro, das coisas do mundo como o poder, a fama, a glória, as riquezas. Agiu com fidelidade à missão que lhe foi dada pelo Pai e agiu na missão do Pai indo em direção à morte. Então sim, o sucesso segundo Deus se sobrepôs a todas as expectativas, contrariedades e lógicas humanas quando o próprio deus participa da nossa morte e ressuscita para garantir-nos o sucesso do perdão de pecados, da paz de coração e da vida eterna.
Assim como Ezequiel, Jesus foi rejeitado pelo seu próprio povo, pelo povo da sua cidade de origem (evangelho de Marcos citado hoje), a despeito do fato dele ter recebido o Espírito no seu Batismo e a despeito de ele ser a própria Palavra de Deus que se tornou um ser humano e veio habitar entre a humanidade. Desse modo, a nossa salvação foi garantida por um ato que parece, em termos humanos, ser um tremendo fracasso – a morte de Jesus na cruz como um prisioneiro condenado e sem honra.
Para os mensageiros de Deus, os padrões do sucesso não são os padrões do mundo. Isso é um lembrete a você que crê e escuta a voz de Deus. Pois, a vara de medir no mundo é: aceitação da comunidade, honra entre os pares, louvor das massas, cura física e o acúmulo de riquezas. Se desejarmos ser fiéis à nossa vocação enquanto Igreja de Cristo no mundo, precisamos entender que somos enviados a falar segundo a Palavra de Deus (Ezequiel 3.4: Então Deus disse: — Homem mortal, vá e diga ao povo de Israel o que eu ordenar). É por isso que também precisamos aprender com Paulo (epístola que), para que firmados na graça de Deus podemos nos alegrar na fraqueza pela qual o poder de Deus é revelado 2 Coríntios 12.9-10: Mas ele me respondeu: “A minha graça é tudo o que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco.” Portanto, eu me sinto muito feliz em me gabar das minhas fraquezas, para que assim a proteção do poder de Cristo esteja comigo. Eu me alegro também com as fraquezas, os insultos, os sofrimentos, as perseguições e as dificuldades pelos quais passo por causa de Cristo. Porque, quando perco toda a minha força, então tenho a força de Cristo em mim).
Isso faz da cruz o perfeito símbolo da nossa fé, primeiro porque ela foi o meio pelo qual Deus completou a obra da nossa salvação e porque ela nos lembra que precisamos permanecer na graça de Deus e a confiarmos somente no seu poder enquanto pronunciamos a sua palavra ao mundo.
Hebreus 12.2-3: Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa. Ele não deixou que a cruz fizesse com que ele desistisse. Pelo contrário, por causa da alegria que lhe foi prometida, ele não se importou com a humilhação de morrer na cruz e agora está sentado do lado direito do trono de Deus. Pensem no sofrimento dele e como suportou com paciência o ódio dos pecadores. Assim, vocês, não desanimem, nem desistam).
Vejamos: Jesus não se importou em seguir pelo caminho do sucesso, mas seguiu o caminho e a vontade de Deus que em meio ao sofrimento lhe deu a exaltação no tempo certo. Isto é, seguir um caminho que é contrário ao modo humano e pecaminoso de pensar. Então ele buscou as coisas lá do alto, pensou nas coisas de Deus e não nas do ser humano. E seguiu decidido, resoluto e fiel em direção à cruz e morte.
Por causa da fidelidade de Jesus é que nós temos sucesso, ou seja, é um sucesso de Deus em nossa vida termos sido aceitos por Deus Romanos 4.25-5.2: Jesus foi entregue para morrer por causa dos nossos pecados e foi ressuscitado a fim de que nós fôssemos aceitos por Deus. Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo. Foi Cristo quem nos deu, por meio da nossa fé, esta vida na graça de Deus. E agora continuamos firmes nessa graça e nos alegramos na esperança de participar da glória de Deus”. Este texto nos mostra e garante que estamos em paz com Deus por causa da ação de Deus em Cristo o qual conforme diz o texto de 2 Coríntios 5.17, garante que fomos feitas novas pessoas e contarmos com vida nova.
O apóstolo Paulo também ao nosso exemplo não estava contente com o seu fardo, pediu a Deus três vezes, e para nossa surpresa o grande apóstolo Paulo recebeu como resposta “a minha graça te basta graça”.
Paulo havia clamado pelo sucesso segundo o modo humano de pensar, rogando por cura de uma enfermidade. Mas aceitou seguir em frente até o fim com essa doença, porque ele tinha garantida para si a graça, toda a suficiência de Deus lhe estava garantida com a promessa “a minha graça te basta”, que promessa promissora e maravilhosa. Deus sabe o que precisamos. Tudo o que somos e temos, o que poderemos vir a ter ou nunca alcançar, não é nada, não fosse a graça de Deus.
Portanto, se quisermos ser igreja fiel a Cristo, importa testemunharmos seu amor e graça falando de acordo com o que Deus realmente quer dizer ao mundo. Não de acordo com o que o mundo quer ouvir de Deus.
Muitos ouvem, mas não escutam, não aceitam. E isso, infelizmente, ocorre dentro da própria igreja. Ocorre aqui. Muitos ouvem, mas nem todos aceitam o ensino Bíblico, mesmo assim quando vem à desgraça ficamos revoltados contra Deus reclamamos das doenças, da pobreza, a fraqueza e a morte não as aceitando e pensam que Deus deve dar-lhes o contrário disso para ser de fato seu Deus…
Guarde este testemunho fiel de Paulo em Romanos 1.16: “(16) Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que creem, primeiro os judeus e também os não judeus.”
Ouça o evangelho e ponha-te de pé, pois assim como o profeta e o apóstolo foram supridos em suas necessidades você o será, pois Deus está conosco por meio de Cristo. Amém