A arte de valorizar o minuto que passa
“És um senhor tão bonito como a cara do meu filho, tempo, tempo, tempo, tempo…” fragmento da música “Oração ao Tempo”, de Caetano Veloso.
Vivemos a era do excesso: excesso de informação, de tarefas, de distrações. Mas será que sabemos mesmo distinguir o tempo útil, o inútil e o rico?
Em um mundo que nos cobra produtividade a todo instante, muitas pessoas confundem estar ocupadas com estar realizando algo que realmente faça sentido. Saber diferenciar essas três dimensões do tempo pode ser a chave para uma vida mais plena.
Tempo útil: o necessário para viver e produzir
O tempo útil é aquele que investimos em atividades obrigatórias e produtivas. É o tempo de trabalho, de estudo, de planejamento, de resolver pendências. É nele que garantimos nosso sustento, pagamos contas, construímos projetos, atingimos metas.
Porém, quando o tempo útil se torna excessivo e não deixa espaço para descanso ou lazer, vira fonte de exaustão.
Tempo inútil: o devorador silencioso
Já o tempo inútil é o que gastamos sem consciência. São horas dispersas em redes sociais sem propósito, conversas vazias, tarefas procrastinadas. É o “só mais um vídeo”, o “depois eu faço”.
Não é o ócio criativo — que faz parte do tempo rico — mas o desperdício do tempo que poderia ter sido melhor vivido. E o que é pior, como essa tal ente chamado Tempo é totalmente, abstrato, didático, cultural, inerente a cada ente humano, fica muito difícil mesurar, corrigir, avaliar de fora, todavia, é claro as consequências inevitáveis do bom uso ou do mau uso dessa coisa chamada tempo.
Tempo rico: o que alimenta a alma
Por fim, existe o tempo rico — aquele que nos nutre emocional, mental e espiritualmente. É a hora que passamos com quem amamos, o tempo dedicado a um hobby, a uma leitura prazerosa, a um passeio na natureza, a uma conversa profunda.
É o momento de autocuidado, de reflexão, de oração, de contemplação. É o tempo que não apenas passa, mas deixa marcas boas na memória.
Por que isso importa?
Reconhecer e separar essas três formas de usar o tempo é uma prática de autoconhecimento. A pergunta que fica é: quanto do seu dia é realmente rico?
Uma vida equilibrada distribui bem esses blocos de tempo, sem que um devore o outro. Afinal, o útil sustenta a vida, o rico a embeleza — e o inútil, se não for observado, a empobrece.
Pra fechar com chave de ouro essa análise se pode falar em uma única certeza:
Se há uma certeza, é esta: o tempo não para, mas a forma como o vivemos faz toda a diferença. Saber onde cada minuto está sendo investido é uma prova de respeito por si mesmo.
“O tempo é o bem mais precioso que podemos desperdiçar.” – Benjamin Franklin