Errar é humano — e mais do que isso, é inevitável. Estamos em constante desequilíbrio na tentativa de reencontrar o eixo, como quem busca o norte em meio à neblina. A vida é feita de tentativas, de aprendizados e de tropeços, mas, curiosamente, há quem se castigue por não acertar sempre, mergulhando no vício da reclamação. Essa mente adoecida não percebe que reclamar é insistir no erro, é dar voltas no mesmo caminho esperando chegar a um destino diferente.
O GPS, aquele simples aplicativo que nos guia pelas ruas da cidade, tem muito a nos ensinar. Quando erramos uma curva ou seguimos na direção oposta, ele não nos acusa, não grita, não nos ofende. Ele apenas anuncia serenamente: “Recalculando a rota”. E o faz com paciência infinita, oferecendo novas possibilidades até que alcancemos o objetivo. A tecnologia, neste caso, nos dá uma lição de humanidade: a de que errar faz parte, mas permanecer no erro é uma escolha.
A mente adoecida, no entanto, não sabe recalcular. Ela se prende ao passado, se culpa, se fere com palavras duras e, muitas vezes, machuca também quem mais ama. Ao invés de se acolher, se ofende; ao invés de aprender, se pune. Esse padrão mental nos distancia do que há de divino em nós.
A sociedade judaico-cristã, por séculos, nos fez acreditar que o pecado é uma mancha terrível, uma falha moral irreparável. Mas, como ensina o Dr. Haroldo Dutra Dias, “pecado” vem do termo grego hamartía, que significa simplesmente “errar o alvo”. Ou seja, pecar é desviar-se da meta, é não atingir aquilo que se pretendia — e isso é parte do processo humano. O erro não é o fim da estrada, mas um convite à reorientação.
Assim como o GPS, nossa consciência tem o poder de recalcular rotas. A diferença é que o GPS externo depende de satélites; o interno depende da sintonia com o Deus que habita em nós. Ele nos guia, orienta, corrige o percurso, mas jamais com punição — sempre com amor e propósito.
Você, sua mente e seu espírito são os melhores recalculadores de rota do universo. Quando você acredita que é um perdedor, o mundo se estreita, as saídas desaparecem. E, como num passe de azar, isso é sua realidade. Mas quando você acredita que é um vencedor, o impossível se desdobra diante dos seus olhos: o deserto vira mar, a noite se transforma em dia e as oportunidades brotam do nada. E, como num passe de mágica, sua vida flui de sol em sol, de luz em luz, de alegria em alegria apesar das ventanias.
Sabe, querido leitor, querida leitora, a vida é uma grande dádiva e nos é dada para grandes coisas, a prova disso é o Próprio Rei dos reis, o Cristo de Deus vir ser modelo e guia, ser Caminho, ser Verdade, ser Vida. E vida em abundância requer recalcular constantemente as rotas da vida.

