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A Gazeta do Amapá > Blog > Colunista > Patrício Almeida > A Nuvem Enganosa: Como o Seu ‘Inofensivo’ Vaping Pode Estar Secretamente a Pavimentar o Caminho Para a Diabetes
Patrício Almeida

A Nuvem Enganosa: Como o Seu ‘Inofensivo’ Vaping Pode Estar Secretamente a Pavimentar o Caminho Para a Diabetes

Patrício Almeida
Ultima atualização: 15 de novembro de 2025 às 18:22
Por Patrício Almeida 8 horas atrás
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Epidemiologista e Professor Doutor em Engenharia Biomédica | Foto: Arquivo Pessoal
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Imagine a cena. É uma tarde de terça-feira, e você está a fazer uma pausa no trabalho. Durante anos, esta pausa era sinónimo do cheiro acre de tabaco queimado, dos dedos manchados de amarelo e de uma tosse persistente que servia como banda sonora matinal. Mas você mudou. Você evoluiu. No seu bolso, já não há um maço amachucado, mas sim um dispositivo elegante e moderno. Com um simples inspirar, produz uma nuvem de vapor com cheiro a manga tropical ou a menta fresca. Você sente-se mais inteligente, mais limpo, mais saudável. Afinal, trocou o monóxido de carbono e o alcatrão por… bem, por vapor com sabor, certo? É a alternativa ‘mais segura’, o degrau para baixo na escada do vício, a escolha consciente para o fumador do século XXI. É o que o marketing lhe disse, o que o seu amigo que também mudou lhe disse, e o que você se diz a si mesmo enquanto exala uma nuvem perfumada que se dissipa no ar, sem deixar rasto.
Mas e se essa nuvem, tão etérea e aparentemente inofensiva, for uma cortina de fumo para um perigo muito mais insidioso? E se, enquanto se preocupa com os seus pulmões, um inimigo silencioso estivesse a montar um ataque furtivo a uma parte completamente diferente do seu corpo? Uma nova e bombástica investigação da Universidade da Geórgia sugere que este cenário não é apenas possível, mas provável. Os cientistas estão a soar o alarme, não sobre o seu sistema respiratório, mas sobre o seu sistema metabólico. Aquele dispositivo elegante na sua mão, o seu bilhete para uma vida ‘livre de fumo’, pode ser um cavalo de Troia, a contrabandear um risco oculto para a sua saúde: um caminho acelerado para a pré-diabetes e, eventualmente, para a diabetes tipo 2. Prepare-se, porque a conversa sobre vaping está prestes a tornar-se muito mais complicada.
Os Detetives de Dados e a Pista Escondida
No mundo da saúde pública, as grandes revelações raramente vêm de um momento ‘eureka!’ num laboratório isolado. Mais frequentemente, vêm de um trabalho meticuloso e exaustivo de análise de dados, de perscrutar montanhas de informação até que um padrão, antes invisível, emerge com uma clareza chocante. É exatamente este o caso do trabalho realizado na Faculdade de Ciências Agrícolas e Ambientais da Universidade da Geórgia. Liderados por Sulakshan Neupane, um estudante de doutoramento com a tenacidade de um detetive de policial negro, uma equipa de investigadores decidiu mergulhar de cabeça num dos maiores tesouros de dados de saúde da América: o Behavioral Risk Factor Surveillance System (BRFSS).
Para os não iniciados, o BRFSS não é apenas mais um inquérito. É o ‘Big Daddy’ dos inquéritos de saúde, uma colossal recolha anual de dados realizada pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Pense nele como um censo contínuo da saúde da nação, que entrevista centenas de milhares de pessoas todos os anos sobre os seus hábitos, doenças e estilo de vida. Para este estudo específico, a equipa da Geórgia não estava a brincar. Eles analisaram mais de 1,2 milhões de respostas. Para colocar isto em perspetiva, é como entrevistar todos os habitantes de Dallas, Texas, ou de Praga, na República Checa. Esta escala massiva confere aos resultados um peso e uma credibilidade que são difíceis de ignorar. Não se trata de um pequeno estudo com algumas dezenas de participantes; é um retrato panorâmico da saúde americana.
O que Neupane e os seus colegas, o Professor Wojciech J. Florkowski e Chandra Dhakal, procuravam era uma ligação suspeita, uma correlação que pudesse estar a passar despercebida no meio do ruído. A sua pergunta era aparentemente simples: existe uma relação entre o uso de cigarros eletrónicos e o diagnóstico de pré-diabetes ou diabetes? A resposta que encontraram foi tudo menos simples. Foi um ‘sim’ retumbante, com uma série de asteriscos alarmantes. Como Neupane afirmou, num tom que mistura preocupação académica com um aviso de saúde pública, ‘Numa era em que os cigarros eletrónicos são comercializados como uma alternativa ‘mais segura’ ao fumo, isto sugere que eles podem carregar um perigo oculto e podem estar a contribuir silenciosamente para problemas de saúde a longo prazo como a pré-diabetes e a diabetes.’ A mensagem era clara: o jogo mudou. Isto já não é apenas sobre os pulmões.
Descodificar o Perigo: Um Jogo de Probabilidades com o Seu Pâncreas
Vamos diretos aos números, porque é aqui que a história se torna verdadeiramente arrepiante. A equipa de investigação dividiu os participantes em categorias: não fumadores, utilizadores exclusivos de cigarros eletrónicos (vapers), fumadores de cigarros tradicionais e os ‘utilizadores duplos’ — aqueles que fumam e fazem vaping, cobrindo todas as bases do consumo de nicotina. O que descobriram foi uma escada de risco crescente, onde cada degrau o leva para mais perto de um diagnóstico metabólico indesejado.
Degrau 1: Apenas Vaping – A Aposta de 7%
Para aqueles que abandonaram completamente os cigarros e adotaram o vape, pode haver uma sensação de complacência. Afinal, é a escolha mais saudável, certo? Bem, de acordo com os dados, o uso exclusivo de cigarros eletrónicos estava associado a um aumento de 7% no risco de desenvolver pré-diabetes. Agora, 7% pode não parecer um número catastrófico. É a tipo de probabilidade que ignoramos todos os dias. Mas no mundo da saúde pública, 7% é um abismo. A pré-diabetes afeta cerca de 98 milhões de adultos nos EUA. Um aumento de 7% nesse risco, impulsionado por uma indústria em rápido crescimento, traduz-se em milhares e milhares de novos casos todos os anos que, de outra forma, poderiam não existir. É como decidir atravessar uma autoestrada de olhos vendados e alguém lhe dizer que aumentaram a velocidade dos carros em 7%. Pode não parecer muito, mas as suas hipóteses de chegar ao outro lado ileso acabaram de diminuir.
Degrau 2: Fumo Tradicional – O Risco de 15%
Não é surpresa para ninguém que fumar cigarros tradicionais é mau para a saúde. Há décadas que somos bombardeados com esta informação. O estudo reafirmou isto, descobrindo que os fumadores de cigarros ou charutos tinham um risco 15% maior de pré-diabetes em comparação com os não fumadores. Este é o nosso ponto de referência conhecido, o vilão clássico da história da saúde pública. O alcatrão, os químicos, a combustão — tudo isto contribui para um cocktail inflamatório que causa estragos no corpo, incluindo na sua capacidade de regular o açúcar no sangue.
Degrau 3: O Utilizador Duplo – A Escalada de 28%
E depois temos os utilizadores duplos. Este é o grupo que talvez fume cigarros no trabalho e use o vape em casa, ou vice-versa. Eles podem pensar que estão a reduzir os danos ao substituir alguns cigarros por vaping. A lógica parece sólida. A realidade, no entanto, é assustadora. O estudo descobriu que as pessoas que fumavam e faziam vaping enfrentavam o maior perigo de todos. O risco de pré-diabetes disparou para 28%. Isto não é um aumento aditivo; é um efeito multiplicador. Não é 15% mais 7%. É um risco sinérgico, o que sugere que a combinação dos dois métodos de consumo de nicotina cria uma tempestade metabólica perfeita no corpo. É o equivalente a jogar roleta russa com uma pistola que tem ainda mais câmaras carregadas. Os utilizadores duplos não estão a reduzir o risco; estão a amplificá-lo dramaticamente.
E a má notícia não acaba com a pré-diabetes. Para o diagnóstico de diabetes propriamente dito, o padrão continuou. Os utilizadores duplos viram o seu risco de serem diagnosticados com diabetes aumentar significativamente. O estudo mencionou aumentos de 7% e 9% respetivamente, sugerindo que tanto o fumo como o vaping contribuem para a progressão da pré-diabetes para a diabetes total. Essencialmente, o uso duplo não só o empurra para a beira do precipício metabólico (pré-diabetes), como também aumenta a probabilidade de o empurrar para a queda (diabetes).
Ficheiros ‘Porquê’: Como um Dispositivo de Vaping Faz Guerra ao Seu Açúcar no Sangue
Okay, os números são alarmantes. Mas porquê? Como é que inalar vapor com sabor a pastilha elástica pode interferir com um sistema biológico tão complexo como a regulação do açúcar no sangue? A investigação aponta para algumas teorias principais, e a maioria delas gira em torno do ingrediente estrela que une os cigarros tradicionais e os eletrónicos: a nicotina.
Primeiro, uma pequena lição de biologia, mas prometemos que será indolor. Pense no seu corpo como uma cidade movimentada. As suas células são os edifícios — casas, escritórios, fábricas — que precisam de energia para funcionar. O açúcar (glicose) no seu sangue é o combustível, entregue por uma vasta rede de estradas (os seus vasos sanguíneos). A insulina, uma hormona produzida pelo pâncreas, é o carteiro. A insulina pega no açúcar do sangue e entrega-o às células, desbloqueando a porta para que o combustível possa entrar. A pré-diabetes é o que acontece quando as fechaduras das portas começam a ficar enferrujadas. As células tornam-se ‘resistentes à insulina’. O carteiro (insulina) está a bater à porta, mas ninguém abre. O resultado? O açúcar acumula-se nas estradas (o seu sangue), causando todo o tipo de engarrafamentos e problemas a longo prazo. A diabetes tipo 2 é quando as fechaduras estão tão enferrujadas, ou o pâncreas está tão exausto de produzir carteiros, que o sistema entra em colapso.
Então, onde é que a nicotina entra nesta analogia? A nicotina é um poderoso estimulante. Quando entra na sua corrente sanguínea, age como um alarme de incêndio para o seu corpo. Desencadeia a libertação de hormonas de ‘luta ou fuga’, como a adrenalina. Estas hormonas dizem ao seu fígado para libertar açúcar armazenado no sangue, preparando o seu corpo para uma emergência que não existe. Ao mesmo tempo, estas hormonas de stress podem tornar as células mais resistentes à insulina. É como se, durante um alarme de incêndio, todos os edifícios trancassem as portas e ignorassem o carteiro. Se isto acontecer ocasionalmente, o corpo consegue lidar. Mas se você está a fazer vaping ou a fumar ao longo do dia, está a acionar este alarme de incêndio repetidamente. As suas células tornam-se cronicamente resistentes, as fechaduras ficam permanentemente enferrujadas e os seus níveis de açúcar no sangue sobem lentamente, mas de forma constante.
Mas pode não ser apenas a nicotina. Os cigarros eletrónicos contêm um cocktail de outros químicos. Os solventes como o propilenoglicol e a glicerina vegetal, quando aquecidos, podem decompor-se em compostos como o formaldeído e o acetaldeído. E depois há os aromatizantes — milhares deles, muitos dos quais são considerados seguros para comer, mas cuja segurança quando inalados e aquecidos é largamente desconhecida. Alguns estudos iniciais sugerem que certos aromatizantes podem causar inflamação e stress oxidativo nas células, o que também pode contribuir para a resistência à insulina. A questão de saber se o seu vape com sabor a ‘Bolo de Aniversário’ está a dar uma festa indesejada nas suas células pancreáticas é uma área de investigação ativa e preocupante.
Finalmente, há a hipótese do ganho de peso. Embora a nicotina seja frequentemente associada à supressão do apetite, a relação é complexa. Os investigadores sugeriram que o uso de cigarros eletrónicos pode, de alguma forma, contribuir para o ganho de peso, um fator de risco bem estabelecido para a pré-diabetes. O mecanismo exato ainda não é claro — pode estar relacionado com alterações no metabolismo ou com o impacto da nicotina nos centros de recompensa do cérebro — mas a ligação é mais uma peça no puzzle de como o vaping pode estar a sabotar a sua saúde metabólica.
Um Fardo Desigual: As Linhas de Falha Sociais e Econômicas do Risco
Como acontece com tantas crises de saúde, o perigo do vaping e do fumo para a saúde metabólica não é distribuído de forma equitativa. A investigação da Universidade da Geórgia descobriu que certos fatores demográficos e pessoais atuam como amplificadores de risco, transformando um perigo já significativo num problema ainda mais grave para as comunidades vulneráveis. O estudo revelou que ter excesso de peso ou obesidade, pertencer a um grupo minoritário e ter um rendimento baixo aumentava drasticamente a probabilidade de desenvolver pré-diabetes ou diabetes associada ao fumo ou vaping.
Vamos começar pelo Índice de Massa Corporal (IMC). O excesso de peso já coloca uma enorme pressão sobre o sistema de regulação de açúcar do corpo. É como pedir ao seu pâncreas para trabalhar horas extraordinárias todos os dias. Quando se adiciona o fumo ou o vaping a esta equação, está-se a deitar gasolina numa fogueira. Os investigadores descobriram que os utilizadores de cigarros eletrónicos com um IMC mais elevado tinham resultados significativamente piores do que os que tinham um peso normal. A nicotina e os químicos do vape exacerbam a resistência à insulina que já está a ser causada pelo excesso de gordura corporal, criando um ciclo vicioso de disfunção metabólica.
Depois, há as disparidades raciais e étnicas. O estudo descobriu que os indivíduos hispânicos, negros e asiáticos que fumavam ou usavam vape eram diagnosticados com pré-diabetes ou diabetes com mais frequência do que os seus homólogos brancos. Esta não é uma questão de biologia, mas sim um reflexo de desigualdades sistémicas profundamente enraizadas. Estas comunidades enfrentam frequentemente taxas mais elevadas de stress crónico, acesso limitado a cuidados de saúde de qualidade, vivem em bairros com menos acesso a alimentos saudáveis (os chamados ‘desertos alimentares’) e menos espaços seguros para atividade física. Estes fatores de stress social e ambiental criam uma vulnerabilidade de base que torna os efeitos nocivos do fumo e do vaping ainda mais potentes.
Finalmente, o rendimento revelou-se um fator crucial. Aqueles nos grupos de rendimento mais baixo tinham um risco 12% maior de ambas as condições. Neupane explicou esta ligação de forma sucinta: ‘As pessoas que não ganham dinheiro suficiente experienciam stress mental e tendem a fumar ou a usar álcool para reduzir esse stress, o que leva a estes fatores de risco aumentados.’ É uma armadilha trágica. As próprias pressões económicas que tornam a vida mais difícil também levam as pessoas a recorrer a mecanismos de sobrevivência que, a longo prazo, pioram a sua saúde. O alívio momentâneo proporcionado por um cigarro ou um vape tem um custo metabólico elevado, um custo que as pessoas com menos recursos têm menos capacidade de pagar.
A Esperança no Horizonte: Pode-se Lutar Contra Isto?
No meio de todas estas notícias sombrias, o estudo ofereceu um vislumbre de esperança, uma ferramenta que pode ajudar a mitigar alguns dos danos. Não é uma pílula mágica nem uma solução tecnológica. É algo muito mais fundamental: a atividade física.
Os investigadores descobriram que o exercício regular proporcionava um efeito protetor significativo. Especificamente, para os fumadores, a atividade física reduziu o risco de pré-diabetes em 8%. Pense nisto. Enquanto fumar aumenta o risco, o movimento empurra na direção oposta. Funciona como um antídoto parcial para o veneno metabólico.
Como é que o exercício consegue esta proeza? De várias maneiras. Quando você se exercita, os seus músculos clamam por energia. Para obter essa energia, eles tornam-se muito mais sensíveis à insulina. Eles essencialmente colocam um sinal de ‘Bem-vindo!’ para o açúcar no sangue, retirando-o da circulação de forma muito mais eficiente. É como lubrificar aquelas fechaduras enferrujadas nas portas das suas células. O exercício também ajuda a gerir o peso, reduz a inflamação e alivia o stress — todos fatores que contribuem para um melhor controlo do açúcar no sangue.
O mais importante é que isto redefine o que significa ‘lutar’. Não se trata apenas de força de vontade para deixar de fumar ou de fazer vaping. Trata-se de construir um arsenal de hábitos saudáveis que tornem o seu corpo mais resiliente. Não precisa de se tornar um maratonista da noite para o dia. Uma caminhada rápida na hora de almoço, dançar na sala de estar, jardinagem ao fim de semana — tudo conta. Cada passo que dá é um passo para longe da disfunção metabólica e um passo em direção a recuperar o controlo da sua saúde. A atividade física não é uma cura, mas é uma arma poderosa na sua defesa.
A Nuvem Dissipa-se: Um Apelo a uma Nova Conversa
Então, o que significa tudo isto? Significa que a narrativa em torno dos cigarros eletrónicos, cuidadosamente construída como a história de um herói da redução de danos, precisa de uma reescrita séria. A investigação da Universidade da Geórgia não prova que o vaping é ‘pior’ do que fumar em todos os aspetos. O que prova, de forma convincente, é que o vaping não é benigno. É uma escolha com o seu próprio conjunto de riscos graves e distintos, particularmente no que diz respeito à saúde metabólica, um dos pilares fundamentais do bem-estar a longo prazo.
As implicações para a saúde pública são imensas. A popularidade crescente do vaping, especialmente entre os jovens que nunca fumaram um cigarro tradicional, pode estar a semear as sementes de uma futura epidemia de diabetes. Estamos a trocar uma crise de saúde pública (cancro do pulmão e doenças cardíacas relacionadas com o fumo) por outra? É uma pergunta que temos de fazer.
A mensagem para os consumidores deve ser clara: ‘mais seguro’ não significa ‘seguro’. Se está a usar o vaping como uma ferramenta para deixar de fumar, o objetivo final deve ser deixar de fazer vaping também. E se é um utilizador duplo, os dados sugerem que está na pior situação possível. A redução de danos só funciona se estiver, de facto, a reduzir os danos, e não a trocá-los ou a combiná-los de formas perigosas.
Esta investigação é um alerta. É um apelo para que os médicos perguntem aos seus pacientes sobre o uso de cigarros eletrónicos quando avaliam o risco de diabetes. É um apelo para que os reguladores analisem mais de perto os químicos usados nos líquidos de vape. E é um apelo para que todos nós olhemos para além da nuvem de vapor com sabor a fruta e reconheçamos os potenciais perigos que se escondem lá dentro. A nuvem pode parecer inocente, mas como esta ciência demonstra, pode estar a esconder uma tempestade no horizonte da nossa saúde coletiva. É tempo de parar de andar nas nuvens e enfrentar a dura e clara luz da ciência.

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Patrício Almeida 15 de novembro de 2025 15 de novembro de 2025
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