Dados divulgados nesta quarta-feira (11) na 3ª edição do estudo “Cartografias da violência na Amazônia”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em parceria com o Instituto Mãe Crioula (IMC), apontam o Amapá como estado com a maior taxa de violência da Amazônia Legal. Em 2023, o estado registrou 69,9 vítimas a cada 100 mil habitantes.
Os números representam um crescimento de 39,8% em relação ao ano anterior – em 2021 foram 491 mortes violentas, 367 em 2022 e 513 em 2023 no estado.
A Amazônia Legal é formada por nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e por parte do Maranhão, num total de 772 municípios. A área foi delimitada em 1953 por uma lei federal com o objetivo de criar políticas para o desenvolvimento socioeconômico da região.
Veja os municípios mais violentos do Amapá (2021-2023):
- Calçoene: 100,8
- Macapá: 74,0
- Santana: 70,2
- Pracuúba: 52,6
- Laranjal do Jari: 50,2
- Amapá: 42,0
- Pedra Branca do Amapari: 41,6
- Porto Grande: 41,2
- Oiapoque: 36,5
- Tartarugalzinho: 30,9
Dos cinco municípios com as mais altas taxas de MVI do Amapá, incluindo Calçoene, não têm a presença de facções criminosas estabelecidas. Já o garimpo ilegal indica e ser um dos principais vetores da violência na região.
O município de Santana que tem a segunda maior população do estado (107,3 mil habitantes) é o mais violento do país segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. De 2022 para 2023 o aumento percentual foi de 88,2% no número de mortes violentas em Santana (MVI de 92,9). As organizações criminosas presentes no município são: CV, PCC, FTA e APS.
Macapá também ficou entre as dez cidades mais violentas do país, na nona colocação. O MVI da capital foi de 71,3 mortes violentas a cada 100 mil habitantes.
Segundo dados do estudo, mbas as cidades concentram a maior disputa entre as facções criminosas no estado, que possuem um total de cinco facções:
- Comando Vermelho (CV)
- Primeiro Comando da Capital (PCC)
- Família Terror Amapá (FTA)
- Amigos Para Sempre (APS)
- União Criminosa do Amapá (UCA)
Algumas das organizações locais possuem ligação com facções nacionais, como no caso da FTA com o PCC.