Do uso das lascas de pedras, pedaços de pau e finalmente a era dos metrais bronze e ferro que moldaram uma relação mais forte entre as mãos do homem, definiram e definem seu destino. Mas nada se compara a esta Nova Era cibernética e da comunicação, porque a mão que domina com seus simples dedos um smartphone pode mudar verdades, transformar realidades e principalmente dominar turbas e comandar grupos organizados. O toque de um dedo de uma simples criança pode mudar a ordem natural de um grupo social.
A cada dia nós estranhamos o jeito de olharmos como governo e de sermos olhados como alvo da crítica da mão. Muitos na história construíram relações entre suas vontades pensamentos e atos de bravura simplesmente mostrando um gesto de amor. Estamos iniciando a primeira transição de governo no mundo em que cada cidadão dos quase sete bilhões de habitantes que vivem na Biosfera estão conectados com capacidade de influenciar e ser influenciado, seja por seus desejos ou pela guerra diante de verdades que dominam o planeta.
Cristo, ao unir os seus dedos numa posição mais distante de uma mão a outra. firmava na palma de cada mão os dedos unidos como se todos a sua volta fossem ser abraçados pelo seu amor e orientados por suas sólidas e humanas verdades. Nas arenas romanas um simples gesto da mão de um soberano Romano, com o polegar girado na direção do solo, decidia a vida de um Gladiador que lutara bravamente para sobreviver ao espetáculo cruel de transformar em “show” o destino e vida dos escravos.
Um simples toque do dedo indicador de uma das mãos de um presidente das grandes potências globais poderá destruir nossa civilização, como nós a conhecemos e nos projetar, para o início da Era Cristã.
O Brasil e nós habitantes da desfederalizada Amazônia, iremos iniciar um novo modelo de “Governança” onde todos mandarão nos nossos destinos menos nós, que aqui vivemos e há mais de 500 anos a preservamos. Viveremos tempos difíceis pois a “Esquerda” que tem muitas virtudes, não tem capacidade e paciência para enfrentar essa centrípeta capacidade de difusão de informações e antiverdades.
Temos que conviver e dialogar com os novos governos estaduais, governo do Brasil e com o novo Congresso Nacional, rico em diversidade cultura, étnica e principalmente recheado de jovens que podem positivamente nos surpreender com atitudes inovadoras e construir uma Ágora, onde todos possam falar e ouvir sem precisar da violência que amputa a democracia, inviabiliza o diálogo e precisa produzir o mínimo de consenso para a Democracia respirar e continuar viva com seus muitos defeitos e poucas virtudes.
Estou sempre me aquecendo na saudade do otimismo de meu pai, político, militar e professor Manoel Feijão que falava por gestos e gritava pelos seus sorrisos e bons conselhos: “não há mudança sem diálogo e não haverá futuro, sem caminhar pela trilha da educação”. Educação, política e ciência constroem o presente e garantem o futuro.
Agora, estão comemorando que a Amazônia, irá ser preservada pois vamos receber das “gentis” nações caucasianos, e como diz o amazônida: “uma merreca” três bilhões de reais para os midiáticos projetos do “Fundo Amazônico” e seu “banquete ecológico”, servido quase sempre aos novos corsários de nossas vidas e riquezas.
Quando observamos as palavras do recém-eleito Deputado Federal por são Paulo, Ricardo Sales – Mais de 60% do fundo Amazônico são investidos em salários, consultorias e aparelhamento tecnológico das ONG´S”. Logo, estamos na mesma praia do encontro entre Pedro Álvares Cabral e os indígenas Tupis: apenas sedução e missangas o resto a história já revelou a todos…
Seria muito importante que o Fundo Amazônia, fosse parte do Orçamento Nacional, criando uma demonstração cabal que somos responsáveis e temos empresas como a Vale e a Petrobrás, que sozinha podem contribuir muito mais que essas Nações Nórdicas.
Criado a rubrica formal no Orçamento da União, nasce múltiplas vias de relações diretas entre União, entes federativos (Estados, DF e Municípios) e vias globais de outros estados nacionais fazerem suas doações diretamente às sociedades locais com fiscalização ampla do MPF, TCU, Assembleias Legislativas, Câmaras de Vereadores e capitais sociais em todos os níveis federativos.
Só assim, estaríamos saltando sobre Brasília e marcando eficazes encontros diretamente com os entes mais importantes do Estado Nacional – estados, municípios, terceiro setor, nas áreas onde vivem de fato essas sociedades com suas realidades e capitais sociais precários, mas próprios.
Por essa via, evitamos a patrimonialização global da Amazônia e diminuiremos os emergentes riscos da já inicial política de fragmentação da soberania nacional na grande Floresta de Humboldt.
Um Congresso Nacional plural e legítimo irá iniciar novos tempos a partir de fevereiro de 2023. Vamos construir uma relação formal com o ingresso de capital para contribuir com a qualidade de vida, bem-estar social das sociedades amazônidas e fortalecimento de seu capital social.
Há que se construir, com o Congresso Nacional, um novo condomínio onde possam conviver em diálogo e harmonia as ideias contrárias, mas o consenso deve ser formalizado com a inclusão das 29 milhões de pessoas que vivem na Amazônia e estão sob mira de visões meramente ecológicas, onde a natureza supera para muitos políticos a necessidade de olharmos as pessoas, antes de tudo brasileiras e protegidas pela constituição.
Nenhuma norma ou artigo da Constituição Federal não pode, não deveria desafiar e/ou confrontar a realidade do povo que irá praticá-la. Não há como equacionar os grandes conflitos na Amazônia, onde as sociedades imemoriais foram obrigadas a conviver com levas de brasileiros chamados legalmente pelos governos do passado, para ocupar a grande floresta. O que foi sonho e júbilo do passado, transformaram-se na agonia do presente.
Não há como negar essa verdade inconveniente, onde revive-se, no presente, uma marcha de insensatez, quando tentamos julgar os atos formais do passado com a cultura, pensamento político e leis do presente. O novo Congresso Nacional precisa ter olhos nos pés e construir normas e soluções formais e materiais compatíveis com as realidades locais.
Toda decisão de preservar a Amazônia tem sido ato da consciência coletiva local. Hoje, a sua manutenção, é dever do Estado e todas as nações ricas do plante terra. O Itamaraty não deve falar em doações, mas temos que exigir “obrigações” pois temos uma base de preservação única no Planeta e com funções termo climáticas necessárias às nações globais. Se somos globalmente propulsores climáticos positivos, e não pode o Estado Brasileiro permitir localmente sejamos apenas grandes geradores de pobreza.
A preservação da Amazonia além de produzir pobreza local à nossa gente, é o maior fator de garantias das riquezas agroindustriais da Europa e um controlador das boas safras no Hemisfério Norte. Logo, somos até hoje, um investimento de trilhões de dólares ao planeta, tudo no “0800”. O novo Congresso Nacional saberá entender a importância de que preservar e conservar é um grande investimento, apenas precisamos perder o “complexo de miçangueiro”. Vamos aprender a ser grandes e importantes como nossa Amazônia Brasil e sua gente.
O professor Mário Miguel Amin, fez a seguinte reflexão “a região amazônica, detentora do maior estoque de recursos estratégicos – água, minerais, biodiversidade – do planeta, passa a constituir o espaço vital do século XXI. determina-se, assim, uma nova realidade geopolítica para a região amazônica, exigindo maior presença do estado visando não só seu crescimento econômico e desenvolvimento sustentável como também reafirmar a soberania da região.”
Precisamos vencer o paradoxo amazônico de estarmos sobre a riqueza, vivendo na pobreza e agredidos como brasileiros de subcidadania. Esse processo de “Decretização de Conflitos” perpetrados pela União Federal, Governo Estadual e Terceiro Setor (ONG´s) transformaram a vida das sociedades locais, tradicionais e imemoriais, em grupos humanos retrospectivamente criminalizados e suas atividades econômicas passaram a gravitar numa espécie de “Buraco Negro”, onde não se consegue avançar em nenhum processo que busque o seu ordenamento territorial e a legalização de suas economias e patrimônios numa trilha de desenvolvimento com efetivo bem-estar socioambiental.
Que os braços abertos de nosso Cristo possam abraçar a todos e permitir que a paciência e o amor possam reconstruir diálogo entre os contrários, um mínimo de consenso para avançarmos como Nação. Viveremos tempos muito difíceis.
MsC. Antonio Feijão