Será que o Brasil está sofrendo um ataque de bioterrorismo? O bioterrorismo é o terrorismo com ações intencionais de liberação ou disseminação de agentes biológicos, vírus ou toxinas. O bioterrorismo data de 1340, quando cadáveres de cavalos doentes eram catapultados sobre as muralhas de castelos na França. Em 1984, ocorreu o primeiro caso de bioterrorismo nos Estados Unidos. Membros de uma seita na zona rural do Oregon espalharam salmonela em bares que vendiam saladas na região do condado de Wasco County, com o objetivo de influenciar o resultado de um voto judicial. No fim das contas, foram relatados 750 casos de intoxicação alimentar e 45 vítimas tiveram de ser hospitalizadas.
Quatro países já foram identificados como a origem de sementes desconhecidas que estão chegando em muitas residências de brasileiros sem que se tenha pedido qualquer produto desse tipo. O ataque orquestrado acontece aparentemente de forma inofensiva dentro de pequenos sacos plásticos, contendo material vegetal, transportado acompanhando encomendas solicitas. O objetivo é introduzir no território brasileiro um agente exótico que pode causar milhões de reais de prejuízo econômico com possibilidade de risco à saúde humana.
A estratégia do ataque é fazer com que haja a proliferação de uma erva daninha ou a multiplicação de uma agente do reino animal para causar prejuízo à plantações e criações de animais brasileiro.
Até o momento cerca de 258 sacos com as sementes já foram localizados no Brasil. Conforme o governo brasileiro, fungos, ácaros e até plantas daninhas foram detectados nas 39 amostras que chegaram ao laboratório para serem analisadas até agora. Em um dos casos foi encontrada a presença de um ácaro vivo e bactérias ainda sem identificação — a análise final deverá ser concluída somente em um mês.
Segundo o secretário de Defesa Agropecuária no Ministério, não há como afirmar se o envio das sementes tem motivação intencional. A origem dos pacotes, segundo ele, também é investigada, mas supostamente foram enviados de quatro países da Ásia. Os riscos reais que podem ser causados com o contato com as sementes ainda são desconhecidos pelas autoridades.
Existe a possibilidade que a semente se comporte como planta daninha e, por isso, a população deve entregar qualquer material suspeito nas unidades da Agricultura — orienta. O importante é nem abrir o pacote, não jogar no esgoto e nem em sistemas de coleta de resíduos. A pessoa deve colocar em um saco plástico e entregar em uma unidade da secretaria onde atuem agrônomos da área vegetal.
No Amapá, o material deve ser entregue diretamente no Ministério da Agricultura que fica na Rua Tiradentes, esquina com Av. Coriolando Jucá, ou na impossibilidade em algum escritório do RURAP. [email protected].
Marcelo Creão
Ex-secretário de Estado na SEMA-AP, mestre em Biologia Tropical e Recursos Naturais, professor de Gestão Ambiental na FAMA.