Começou nessa segunda-feira (14/4) a campanha Vacinação nas Escolas – Ciência e Defesa da Vida, para atualizar as cadernetas de imunização de crianças e adolescentes de todo o país. Até o próximo dia 25, estudantes de aproximadamente 110 mil escolas públicas poderão tomar vacinas contra a febre amarela, tríplice viral, tríplice bacteriana e HPV.
A vacina contra o HPV é destinada a todos os estudantes com idades entre 9 e 14 anos e os com 15 a 19 anos, se houver dose disponível. O objetivo é proteger essa população antes que ela tenha contato com o papilomavírus humano (HPV), um vírus sexualmente transmissível.
Existem mais de 200 tipos de HPV. Alguns deles podem causar verrugas genitais, enquanto outros estão associados ao câncer do colo do útero, ânus, pênis, boca e garganta. A imunização contra os principais tipos do vírus antes do início da atividade sexual é uma das estratégias de proteção mais efetivas.
A médica Natasha Slhessarenko, pediatra e patologista do Exame Medicina Diagnóstica, da Dasa, explica que quanto antes a criança for vacinada, melhor será o nível de anticorpos protetores quando ela começar a ter as atividades sexuais. “Quando o momento chegar, ela já vai ter produzido anticorpos contra alguns dos sorotipos mais comuns, e isso é importante porque vai protegê-la”, conta.
“O HPV é uma vacina que protege do câncer. Os pais precisam se sensibilizar com isso e, principalmente, o adolescente”, aponta Natasha.
Vacinação em escolas ao redor do mundo
A presidente da SBIm destaca que os países que conseguiram sucesso na redução significativa dos casos de HPV — como Suécia, Dinamarca, Noruega, Reino Unido, Austrália e Estados Unidos — fazem a vacinação em idade escolar.
Na Suécia, por exemplo, não foi registrado nenhum caso de HPV entre as pessoas que tomaram a vacina até os 16 anos. “A circulação do vírus acabou. Foi um feito brilhante. Todos os países do mundo que tiveram redução da doença conseguiram esse feito com a vacinação escolar porque você facilita a adesão. O adolescente não vai ao posto de saúde”, afirma Mônica.
Cobertura vacinal
A meta dos Ministérios da Saúde e da Educação é vacinar 90% dos estudantes das escolas públicas até 25 de abril. A marca pode reduzir significativamente a circulação do vírus no médio e longo prazo. Atualmente, a cobertura vacinal contra o HPV é de aproximadamente 80% para meninas e 58% para meninos.
Embora o HPV seja frequentemente lembrado como um dos principais fatores de risco para o câncer do colo do útero, a presidente da SBIm destaca que os meninos também correm risco com a exposição ao vírus.
“A vacina dá proteção contra o câncer de orofaringe, que hoje é cinco vezes mais frequente em homens do que em mulheres e estamos vendo o aumento do número de casos. O objetivo é que eles se protejam e também atuem na imunidade coletiva, reduzindo o risco de mulheres não vacinadas se infectar”, explica Mônica.
Atualização do calendário vacinal
Além da vacinação contra o HPV, os estudantes com idades entre 5 e 15 anos poderão se imunizar contra febre amarela, tríplice viral e tríplice bacteriana.
“A gente sempre fica muito focado na vacinação da criança, nos primeiros dois anos de vida. Depois disso, esquecemos de fazer os reforços, de dar as vacinas que são tão importantes na prevenção de doenças. Levar a vacinação para a escola é uma possibilidade de vacinar aquelas pessoas que não iriam para um posto devido às dificuldades que muitas vezes os pais têm”, explica a médica Natasha Slhessarenko.
Fonte: Metrópoles