Ao se permitir impor razões de grupos ou facções com defesas de propósitos exacerbadas, atropelam se outras verdades alheias, provocando reações contrárias de difícil controle, muitas delas com violência.
Apenas para ilustrar, vou lhe contar alguns casinhos que talvez nem cheguem a seu conhecimento, de tão ocupado que você está, sempre, como diz, na intenção de fod*r alguém.
No Mato Grosso, um aventureiro que diziam dirigir movimentos de invasões de terras, sentado em seu carro, tomou um tiro na cara que lhe arrancou todo o rosto. Também no Mato Grosso, mais ao norte, quase Pará, parceiros em crime, invadem uma propriedade, aprisionam quatorze rezes produtoras de leite do colono, as matam retirando apenas os quartos traseiros, deixando o restante jogado ao estrume do curral em total desgraceira.
Fato suficiente para que o posseiro saísse em busca dos criminosos e os localizassem em uma cidade vizinha onde faziam autêntica “churrascada” com aquilo que era de sua propriedade e cria. Ensandecido e acompanhado por colegas também proprietários, não conversou, simplesmente executou a todos que ali churrasqueavam as “picanhas” com goles da “cerveja” também. As vacas leiteiras, quatorze e os churrasqueiros, dezessete. Deu defunto para tudo quanto é lado.
Em Santa Catarina em propriedade rural, bois em profusão cortados ao meio com motosserras. Por agressão e loucura…
Mas, o versátil brasileiro até em desgraça da jeito. De Roraima, bola da vez, a imprensa publica que garimpeiros teriam furado o bloqueio à área Ianomami. Não verídico Lula, garimpeiros nada, são valentes nordestinos a bordo de suas “voadeiras”, (canoas com motores), contratados para encarar a repressão, por conta das famílias que perderam seus entes queridos abatidos por seus agentes, que simplesmente se recusam trazê-los a enterro decente. Verdade que os malucos cobram caro, mas cumprem trazendo os “matados”. Mesmo desobedientes, é para você sentir orgulho deles, pernambucanos que são.
Embora pareça que esteja contando a você algo parecido com histórias em quadrinhos, posso lhe garantir que não. Desejo sim fazer que exista responsável noção das amarguras que a sociedade brasileira vem sofrendo com a falta de respeito e crédito a todas nossas instituições, que se permitiram parcialidades, fator gerador de total desconfiança ao sistema. É incrível Lula, como ninguém mais acredita na própria justiça. Poucos na Nação a tem como garantia a vida e patrimônio.
Por isso tenho tentado demais advertir, a Amazônia não é lugar para bagunça. Nenhuma lei mais consegue o ajuste melhor daquela sociedade do que um código arraigado há anos e anos e anos. Esse sistema vivido, até então, acontecido por ausências centenárias de autoridades, tendo em vista que por lá o Estado sempre foi muito distante e de difícil acesso a outros meios e recursos. Nunca escrito, mas, garantido por comportamentos, sinceridades, verdades, e respeitos mútuos.
Porém, com esse tocar da carruagem em que lá vai este governo e outros poderes da república, naquele paraíso do globo tudo vai desandar. A contaminação pelo crime e violência irão tomar conta. Ninguém haverá de procurar delegados, juízes ou a nenhum outro poder administrativo, pois estão deixando de serem confiáveis, passando a inimigos públicos.
Exemplo maior de ofensa a uma legítima estrutura, aqui ou em qualquer Nação, tem sido o comportamento de nossos juízes Supremos. Nunca, jamais na história desse país como você gosta de dizer, os senhores que lá usam toga, foram tão desrespeitados e tão achincalhados como agora. Até por isso, em vez de restaurarem suas atribuições legais, procuram calar as redes de comunicações, que realmente tem lá seus defeitos e suas culpas, mas tem o mérito de dar voz a quem sempre quis opinar, falar, mas nunca tendo essa oportunidade.
Naquele Tribunal acontece um membro que ouso dizer o nome, Gilmar Mendes. Engraçado Lula, apesar dos destemperos jurídicos dele, sempre o admirei percebendo uma couraça legalista em seu torno, por jogar mantendo se nas linhas de nossas leis maiores. Entretanto, agora o assisti em um seminário de grande jornal da capital federal, a falar sobre algo que não é bem da conta dele e nem muito do seu saber em economia.
Lula, o homem foi dissertar sobre ouro e seu mercado. E estou certo de que de ouro talvez ele só entenda das alianças que ele e esposa usam, ou nem isso. Deu ainda a informação que recebera assistência de um tal instituto brasileiro, que não tem feito outra coisa em suas aparições, a não ser MENTIR para autoridades brasileiras tentando conquistar com pânico social, ajuda a seus desígnios.
No próprio Supremo Tribunal, participei com oportunidade em ser ouvido logo a seguir a membro deste citado instituto. Vai mentir assim lá no quinto dos infernos. Produzem eles números e dados duvidosos, sabedores que ninguém os pedirão para comprová-los. Mas, naquela sessão, presidida por um outro Ministro da casa, eu bem disse em alto e bom som: “Esse país não pode continuar a legislar e decidir em cima de mentiras e falsas informações provocadas por interesses desconhecidos”. Ele teria a própria e governamental Agência Nacional de Mineração para lhe auxiliar, assim como a Bolsa de Mercadorias- SP, que merece o crédito de bilhões e bilhões de reais a cada dia. Mas nada, deu abertura a interesses até desconhecidos nacionalmente.
Por sinal Lula, esse instituto aí, do qual até uma madame prega fechamento e encerramento de todo um trabalho no interior amazônico, é capa e fantasia daquele internacional, que pedia contribuição financeira pelas grandes redes de televisão dizendo que na Amazônia se cortava mil árvores por minuto. Esse desembaraçado com vergonha da estultice, mergulhou e reapareceu transvertido noutra… escolha. Procurando aparecer, no conforto de se manterem com “doações financeiras” daqueles que trabalham e produzem, ousam pedir que se impeçam a outros o exercício de seus ofícios ou que encerrem suas atividades.
Começando por eu próprio Lula, você presidente, Gilmares, Moraes, Bolsonaros, Larissas das falas inconsequentes e levianas por desconhecimentos, haveremos todos com certeza desaparecer. Seremos sim bons ou maus ventos que sopraram no trajeto da Nação brasileira. Assim, melhor que tomemos cuidado com malvados gerenciamentos utópicos e procuremos trabalhar com as realidades de nossa gente.
Vou aproveitar para te dizer mais, ao meio ambiente seu benefício deve ser buscado para atender a sociedade que nele está ou mesmo aquelas que estejam distantes, mas nunca as destruindo em função dele ou causando sofrimentos a quem em minoria não possua força de expressão política para obter suas garantias, não só civis, mas até morais.
Converse com o Ministro Gilmar, sugira a ele para passar uma temporada para reflexões em Portugal, mas o lembre que a normatização do mercado de ouro pertence a Receita e ao Banco Central, e sobre garimpeiros e índios presentes na Constituição Federal a questão é do Congresso Nacional.
Os pequenos vendavais de violência que lhe contei no princípio desta carta, poderão se tornar em grandes e difíceis furacões, acabando por se chamarem cabanagem.
Tenhamos todos, Presidente, limites em nossas intenções…
Macapá, 21 de maio de 2023.
José Altino Machado