Numa tentativa de combater o surto, que tem tido especial incidência no norte do país, outros espetáculos estão também sendo afetados por medidas de contenção.
Mais dois grandes eventos na Itália estão ameaçados de cancelamento se o surto não for contido a tempo. A Semana da Moda de Milão e o campeonato italiano de futebol são os eventos que podem ser cancelados.
A ordem é ficar em casa
No sábado, depois de dois cidadãos italianos terem morrido com o novo coronavírus e haver cerca de oito dezenas de pessoas infetadas no país, a ordem, em uma cidade do Norte de Itália, é de ficar em casa.
Nas ruas, o fantasma do vírus está a assustar os habitantes locais, em especial quem, ao longo do dia trabalha com o público. Todos receiam o contágio, mas ainda depositam esperança nas autoridades para agir rapidamente e travar a propagação da doença.
As medidas são diretamente do governo central. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou um plano nacional de emergência, que coloca os focos de contaminação encerrados para quarentena.
Feitas as contas, uma dezena de cidades, no norte de Itália, fica isolada pelas autoridades. Cerca de 50 mil pessoas foram já convidadas a permanecer em casa e as entradas e saídas das localidades podem ser feitas apenas com uma autorização especial.
A Europa lida como pode com a real ou potencial contaminação do novo coronavírus. Depois de duas semanas de quarentena a bordo do “Diamond Princess”, mais de 30 passageiros sem sinal de infeção estão a ser examinados no Reino Unido.
No Japão permaneceram para tratamento hospitalar todas as pessoas infetadas no navio de cruzeiro, de onde vem o primeiro caso confirmado de infeção de um cidadão português, um homem de 41 anos, que fazia parte da tripulação.
Espaços públicos fechados
Esta sexta-feira o Ministério da Saúde decretou o encerramento dos espaços públicos em dez cidades nas regiões da Lombardia e Veneto. A medida afeta mais de cinquenta mil pessoas, apesar de tudo, as autoridades não querem alarmar a população.
De acordo com Roberto Speranza, “o objetivo imediato é limitar a área de contágio”. O ministro da Saúde de Itália acrescenta que “a Itália está pronta” uma vez que “nos últimos dias elaborámos um plano porque se estava mesmo a ver que isto ia acontecer”.
Apesar do vírus já ter provocado mais de dois mil mortes, a esmagadora maioria na China, e contagiado mais de 76 mil pessoas, a Organização Mundial de Saúde ainda acredita ser possível conter a epidemia, mas admite que a janela de oportunidade se está a fechar.