Nos corredores das escolas, é cada vez mais comum ver estudantes com os olhos fixos nas telas dos celulares. A interatividade digital trouxe inovações ao processo de aprendizagem, mas também gerou um grande desafio: o vício em telas e a perda de habilidades cognitivas essenciais, como a escrita manuscrita.
Recentemente, uma lei federal determinou a proibição do uso de celulares dentro das escolas em todo o Brasil, uma medida que reacendeu o debate sobre os impactos da tecnologia no desenvolvimento acadêmico e social das crianças e adolescentes. A norma visa resgatar a atenção dos estudantes para o aprendizado tradicional, fortalecendo habilidades de concentração, memória e criatividade, aspectos fundamentais para o desenvolvimento intelectual.
Em janeiro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos portáteis nas escolas de educação básica em todo o Brasil. A legislação proíbe o uso desses aparelhos durante as aulas, recreios e intervalos, permitindo exceções apenas para fins pedagógicos, mediante orientação dos professores, e em casos de acessibilidade, inclusão ou necessidades de saúde dos estudantes.
Fonte:gov.br
A medida visa proteger a saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes, promovendo um ambiente escolar mais saudável e equilibrado. Estudos indicam que o uso excessivo de celulares pode prejudicar o desempenho acadêmico, reduzir a interação social e aumentar índices de ansiedade e depressão entre os jovens.
A Escola há muito se emprenha e se preocupa com a formação sócio emocional dos alunos, todavia a demanda só aumenta e os Intinerários Formativos, os Projetos de Vida, as Trilhas do saber estão sempre correndo atras do prejuízo, uma vez que não basta colocar o professor como centro da aprendizagem, de recursos inovadores e de estratégias mirabolantes, se não corrigir o campo a ser semeado que é o alunado viciado em telas cada vez mais em tenra idade e, sem foco, sem interesse em aprender e, sem interesse, sem chances de professor e aluno falarem a mesma língua e a “mágica” da aprendizagem acontecer.
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A implementação da lei cabe às redes de ensino e às escolas, que devem definir estratégias para sua aplicação, incluindo a comunicação e conscientização da comunidade escolar, definição de materiais de apoio e formas de acompanhamento e fiscalização. O Ministério da Educação (MEC) disponibilizou guias para auxiliar nesse processo e enfatiza a importância da participação das famílias na adaptação a essa nova realidade.
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A nova legislação também destaca a necessidade de abordar a saúde mental dos estudantes, oferecendo treinamentos periódicos para prevenção e detecção de sinais de sofrimento psíquico relacionados ao uso excessivo de dispositivos digitais e criando espaços de escuta e acolhimento nas escolas. Projetos e circuitos interativos são construídos e movimentam o interior das escolas Brasil a fora e conseguem resultados muito bons mas que ainda continuam correndo atrás do prejuízo que o uso indiscriminado dos celulares dentro de sala de aula geram.
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Com a sanção da Lei nº 15.100/2025, o Brasil se alinha a uma tendência global de restringir o uso de celulares em ambientes escolares, buscando equilibrar o uso da tecnologia com métodos tradicionais de ensino e promover o desenvolvimento integral dos estudantes.
Estudos apontam que a escrita manuscrita é um hábito milenar que potencializa o aprendizado. O ato de escrever à mão ativa áreas do cérebro relacionadas à coordenação motora, ao raciocínio lógico e à retenção de informação. Pesquisadores indicam que estudantes que fazem anotações manuais tendem a ter uma compreensão mais profunda dos conteúdos estudados, em comparação com aqueles que apenas digitam em dispositivos eletrônicos.
Contudo, a realidade escolar contemporânea apresenta um dilema: é possível equilibrar o uso da tecnologia com a preservação de métodos tradicionais de ensino? A resposta pode estar na criação de estratégias pedagógicas que integrem ambos os recursos de forma harmoniosa. O incentivo à escrita manual, por meio de atividades lúdicas e desafiadoras, pode ser um caminho para reverter a dependência excessiva das telas e promover um aprendizado mais significativo.
A nova legislação traz um importante questionamento sobre os rumos da educação e a forma como os jovens estão interagindo com o mundo ao seu redor. A escola, como espaço de formação integral do sujeito, deve repensar suas práticas para garantir que a tecnologia seja uma aliada, e não um obstáculo ao desenvolvimento das próximas gerações.
Entre a disciplina e o caminho do ócio, os celulares conduzem para a segunda opção, caindo nas redes sociais e se moldando ao sabor do ilusório e clichê da vida de meia dúzia de famosos.
A interação social fica comprometida e inclusive a colna vertebral está sofrendo alterações devido a inclinação da cabeça para andar e focar ininterruptamente nas telinhas cada mais coloridas e cheias de informação. Parece que a mediocridade foi institucionalizada no comportamento das pessoas em todas as idades e interagir com o seu semelhante virou coisa do passado.
Parece um paradoxo, afirmar isso, haja vista que as telas tecnológicas encurtam distâncias, possuem mil e uma utilidades e representam um avanço inegável se olharmos para as gerações do passado próximo, séculos XX e XIX. É, mas o preço de tamanho crescimento científico está sendo demonstrado pelas massas medíocres ou ignorantes, uma vez que pouco sabe ler ou escrever mas isso não representa um problema, pois, seu celular resolve isso fazendo por e para você.
A vida girando ao redor das telinhas e o comércio frenético lançando no mercado mundial aparelhos cada vez mais entupidos de recursos que a maioria dos usuários nem sabem manusear.
Menos telas em salas de aula é um avanço nessa abordagem escola/centro de aprendizagens múltiplas. Olho no olho precisa sair só das dinâmicas e dos consultórios e voltar a ser utilizado na prática escolar, onde, professores/alunos/família se olhem, se procurem , se encontrem e se entendam, da maneira mais humana e simples que conheço: uma pessoa servindo outra pessoa, sem uma tela eletrônica intermediando isso de forma intensa e descompromissada com o objetivo maior da educação formal que é a troca de conhecimentos, a assimilação dos mesmos e o desenvolvimento do ser humano em princípios e valores morais.
Que a máquina sirva o homem e que o homem administre a máquina sem dela ser subserviente ou escravo, mas sim e sempre, senhor. Senhor das máquinas, e senhor da história.
A Escola e a Geração Viciada em Telas Digitais: O Desafio da Escrita Manuscrita

Professora, historiadora, coach practitioner em PNL, neuropsicopedagoga
clínica e institucional, especialista em gestão pública.
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