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A Gazeta do Amapá > Blog > Colunista > Patrício Almeida > A Ilusão do ‘Opioide Light’: Por Que o Tramadol Pode Estar Partindo Seu Coração (Literalmente) Enquanto Ri da Sua Dor
Patrício Almeida

A Ilusão do ‘Opioide Light’: Por Que o Tramadol Pode Estar Partindo Seu Coração (Literalmente) Enquanto Ri da Sua Dor

Patrício Almeida
Ultima atualização: 28 de dezembro de 2025 às 07:09
Por Patrício Almeida 4 horas atrás
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Epidemiologista e Professor Doutor em Engenharia Biomédica | Foto: Arquivo Pessoal
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Puxe uma cadeira, peça ao garçom aquela porção de batatas fritas e vamos ter uma conversa séria — mas sem o “mediquês” chato — sobre o que tem na sua gaveta de remédios. Sabe aquele comprimido branco, pequeno, que o seu médico receitou quando você travou a coluna tentando levantar o sofá ou quando o joelho decidiu reclamar dos seus anos de futebol de fim de semana? Aquele que ele chamou de Tramadol e disse: “Fica tranquilo, esse é fraquinho, não é igual àquelas bombas que viciam nos filmes de Hollywood”?
Pois é. Parece que fomos enganados. E não foi uma mentirinha boba, foi uma daquelas que podem custar caro.
Uma nova e gigantesca análise publicada no final de 2025 pelo BMJ Evidence Based Medicine — basicamente a Liga da Justiça da medicina baseada em evidências — jogou um balde de água fria (e bota gelo nisso) na reputação do Tramadol. A conclusão é tão sutil quanto um elefante numa loja de cristais: esse medicamento, que vende mais que água no deserto, provavelmente está fazendo mais mal do que bem. E o pior: ele mal funciona para o que promete.
Vamos destrinchar essa história, porque ela tem todos os elementos de um drama: expectativas frustradas, perigos ocultos e uma reviravolta no final.
O Mito do “Opioide Seguro”
Para entender o tamanho da encrenca, precisamos voltar um pouco no tempo. O mundo vive, há décadas, uma crise de opioides. Você já viu as manchetes. Morfina, oxicodona, fentanil… nomes que dão arrepios em qualquer um que acompanhe o noticiário de saúde pública. Eles tiram a dor como mágica, mas cobram um preço alto na forma de dependência química devastadora.
No meio desse campo minado, surgiu o Tramadol. Ele chegou com a pose de “o bom moço”. Os médicos o adoraram. A narrativa era perfeita: “Olha, ele é um opioide, sim, mas é ‘light’. Ele tem dupla ação, mexe com a serotonina, é mais seguro, menos viciante. Pode tomar sem medo.”
Essa reputação transformou o Tramadol no arroz com feijão do tratamento da dor crônica e aguda. Nos Estados Unidos e em boa parte do mundo ocidental, as prescrições dispararam. Se você tem osteoartrite, dor nas costas, fibromialgia ou dor neuropática, há uma chance enorme de já ter engolido esse comprimido. A lógica era: se os outros opioides são leões famintos, o Tramadol é um gatinho doméstico.
Mas o estudo do BMJ acaba de revelar que esse gatinho tem dentes de sabre e, para piorar, não sabe caçar ratos.
O Detetive de Dados Entra em Cena
O que os pesquisadores fizeram não foi um estudo qualquer. Eles realizaram o que chamamos de revisão sistemática com meta-análise. Imagine que você quer saber se um restaurante é bom. Você não pergunta para uma pessoa só. Você lê todas as críticas, de todos os sites, cruza os dados, elimina as opiniões compradas e tira uma média ponderada. Foi isso que eles fizeram, mas com ensaios clínicos randomizados — o padrão ouro da ciência.
Eles vasculharam as bases de dados até fevereiro de 2025 e encontraram 19 estudos robustos que comparavam o Tramadol com placebo (a famosa pílula de farinha) em pessoas com dor crônica. Estamos falando de um universo de 6.506 participantes. Gente de carne e osso, com idade média de 58 anos, sofrendo de dores reais.
Esses pacientes tinham de tudo: dor nos nervos, artrose destruindo as juntas, colunas que pareciam feitas de vidro e fibromialgia. A maioria tomava os comprimidos, mas teve até um estudo com creme de Tramadol (sim, isso existe). Eles foram acompanhados por semanas a fio.
E o que os dados mostraram quando foram todos colocados no liquidificador estatístico? Prepare-se.
A Decepção da Dor: Um Band-Aid em Fratura Exposta
Primeiro, vamos falar sobre o benefício. Afinal, você toma remédio para a dor sumir, certo?
A conclusão dos cientistas foi constrangedora para o medicamento. Sim, estatisticamente, o Tramadol reduziu a dor mais do que o placebo. Mas — e esse é um “mas” do tamanho de um bonde — a redução foi classificada como “modesta”.
Deixe-me traduzir o “modesta” do cientifiquês para o português de mesa de bar. Imagine que sua dor é uma música de Heavy Metal tocando no volume 10. Você toma o remédio esperando que ele desligue o som ou pelo menos baixe para um volume 2, uma música ambiente suave. O Tramadol, segundo o estudo, foi lá e baixou o volume para o 9,5.
Tecnicamente, o volume baixou? Sim. O aparelho medidor de decibéis registrou a queda. Mas seus ouvidos notaram a diferença? Provavelmente não. A dor continua lá, gritando. O estudo mostrou que a melhora não atinge o que os médicos chamam de “diferença clinicamente importante”. Ou seja, na vida real, no dia a dia de quem sofre, o alívio é tão pífio que você se pergunta por que gastou dinheiro na farmácia.
O Preço Oculto: Quando o Remédio é o Veneno
Agora, se o remédio não funcionasse, seria apenas um desperdício de dinheiro e tempo. Seria como comprar um bilhete de loteria e não ganhar. Chato, mas inofensivo. O problema é que o Tramadol não é inofensivo. Longe disso.
Aqui é onde a história fica sombria. O estudo analisou a segurança e os efeitos colaterais. E, meu amigo, a lista de efeitos adversos parece bula de veneno de rato.
Vamos começar pelo “básico”, aquele kit de infelicidade que muitos remédios trazem. O Tramadol mostrou uma ligação forte com náuseas (aquela vontade constante de vomitar), tonturas (o mundo girando quando você está parado), constipação (o intestino entrando em greve) e sonolência (você virando um zumbi no meio da tarde). Até aí, infelizmente, é o padrão de muitos analgésicos fortes.
Mas o buraco é muito, muito mais embaixo.
Os pesquisadores descobriram que o uso de Tramadol estava ligado a um risco significativamente maior de eventos adversos sérios. E quando a medicina diz “sério”, ela não está falando de uma coceira no braço. Ela está falando de coisas que te mandam para a UTI ou para o cemitério.
O dado mais alarmante foi sobre a saúde do coração. O estudo apontou que o Tramadol duplicou — repito, duplicou — o risco de problemas cardíacos em comparação com o placebo. Estamos falando de dor no peito, doença arterial coronariana e insuficiência cardíaca congestiva.
Pense na ironia trágica disso: você toma um comprimido porque seu joelho dói ao subir escadas, e o remédio pode fazer seu coração falhar antes de você chegar ao topo. É como contratar um guarda-costas para te proteger de um batedor de carteira, e o guarda-costas te dar um tiro no pé. A relação risco-benefício está completamente invertida.
A Roleta Russa Farmacológica
O estudo também levantou uma bandeira amarela para o risco de certos tipos de câncer, mas aqui os cientistas, com a prudência que lhes cabe, disseram que o acompanhamento foi curto demais para bater o martelo. Então, vamos deixar o câncer na categoria de “suspeito em observação” por enquanto. Mas o coração? As evidências para o coração são preocupantes.
E por que isso acontece? O Tramadol é uma droga complexa. Ele não atua apenas nos receptores de opioides (como a morfina); ele também mexe com a recaptação de serotonina e norepinefrina, neurotransmissores que regulam tudo, desde o humor até a dor e… adivinhe? A função cardiovascular.
Ao tentar ser um “super-remédio” com dupla ação, ele acaba sendo um “super-vilão” com duplo risco. Ele bagunça a química do seu corpo de maneiras que outros opioides puros não fazem necessariamente, criando uma tempestade perfeita de efeitos colaterais.
Por Que Ninguém Viu Isso Antes?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Como um remédio tão popular escapou do radar por tanto tempo?
Os autores do estudo apontam para lacunas nas pesquisas anteriores. Muitas revisões sistemáticas antigas misturavam tudo ou não focavam especificamente na segurança a longo prazo versus a eficácia real em dores crônicas variadas. Além disso, existe o famoso viés de publicação e o viés dos estudos originais. Muitos dos ensaios clínicos analisados tinham “alto risco de viés”.
Traduzindo: muitos estudos antigos podem ter sido desenhados de uma forma que favorecia o medicamento, ou talvez os efeitos colaterais não fossem monitorados com o rigor necessário. É aquela velha história de que se você não procurar pelo problema, você não o encontra. Mas agora, com a lupa gigante da meta-análise, os problemas saltaram aos olhos.
O Contexto Global: Jogando Gasolina na Fogueira dos Opioides
Os pesquisadores não se limitaram a falar apenas do Tramadol; eles olharam para o quadro geral, e a pintura é assustadora. Estamos vivendo uma epidemia.
Para colocar em perspectiva: cerca de 60 milhões de pessoas no mundo lidam com os efeitos viciantes dos opioides. Em 2019, o uso de drogas matou cerca de 600.000 pessoas. Dessas mortes, quase 80% estavam ligadas a opioides. É um massacre silencioso.
Nos Estados Unidos, as mortes por overdose de opioides saltaram de quase 50.000 em 2019 para quase 82.000 em 2022. É como se um estádio de futebol lotado morresse todos os anos, apenas por causa dessas pílulas.
Nesse cenário de horror, o Tramadol vinha sendo vendido como a “alternativa segura”. Médicos receitavam Tramadol para evitar receitar Oxicodona, achando que estavam fazendo um favor ao paciente. O estudo sugere que essa troca pode ser um erro fatal. Você troca o risco de vício imediato de um opioide forte pelo risco de insuficiência cardíaca e um alívio de dor medíocre do Tramadol.
E Agora? O Que Fazer com a Caixa de Remédios?
A conclusão dos cientistas é direta e reta: os riscos do Tramadol provavelmente superam seus benefícios limitados. Eles recomendam que o uso seja reduzido “ao máximo possível”.
Agora, antes de você correr para o banheiro e dar descarga na sua cartela de remédios, calma lá. O “jornalismo de bar” aqui tem responsabilidade. Nunca, jamais, pare de tomar um medicamento de uso contínuo, especialmente um opioide, de uma hora para outra sem falar com seu médico. A abstinência é real e pode ser brutal. O corpo se acostuma com a química, e tirar de repente pode causar um colapso.
O que este estudo deve provocar é uma conversa. Uma conversa séria entre você e seu médico na próxima consulta.
Se você toma Tramadol para dor crônica e sente que ele “não ajuda muito”, agora você sabe que não é coisa da sua cabeça. A ciência está do seu lado. Se você tem histórico de problemas cardíacos na família ou já sofre do coração, essa conversa é ainda mais urgente. Pode haver alternativas. Fisioterapia, outros tipos de analgésicos não-opioides, terapias integrativas… a medicina tem um arsenal vasto que vai além da pílula mágica.
O Veredito Final
No fim das contas, o caso do Tramadol serve como um lembrete humilde de que a medicina é uma ciência em constante evolução. O que hoje é considerado “padrão ouro” e “seguro”, amanhã pode ser visto como um erro grosseiro.
Nós queremos acreditar na pílula mágica. Queremos acreditar que podemos engolir um comprimido e a dor vai sumir sem cobrar juros. Mas a biologia humana não aceita calote. Quase sempre há um custo.
O Tramadol prometeu ser o herói da história: o analgésico que aliviava a dor sem os perigos dos seus primos mais pesados. Mas, como em muitos filmes ruins, o herói acabou se revelando um vilão disfarçado, que entrega pouco resultado e ainda ameaça explodir o prédio (ou o seu coração) no final.
Então, da próxima vez que a dor apertar e a receita for Tramadol, lembre-se: a ciência sugere que ele é um negócio ruim. Você paga com a saúde do seu coração por um alívio que talvez você nem perceba. Talvez seja hora de procurarmos novos heróis para a nossa dor, porque esse aí já mostrou que não merece a capa que veste.

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Patrício Almeida 28 de dezembro de 2025 28 de dezembro de 2025
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