Em uma era onde o mercado de autoajuda e desenvolvimento pessoal cresce exponencialmente, com livros, cursos e gurus prometendo “a fórmula do sucesso”, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de uma reflexão profunda sobre o verdadeiro sentido da transformação pessoal. A ajuda que realmente impulsiona a mudança de tensão não se encontra, necessariamente, em fórmulas prontas. Ela vem de um processo interno, onde o autoconhecimento e a autorresponsabilidade ocupam o cenário ideal daquilo que muitos confundem como uma pessoa de sorte. Dr. Lair Ribeiro, cardiologista e Nutrólogo e Coach diz que a sorte tem uma fórmula: sorte= conhecimento+ treino+ oportunidade.
O conceito de autoajuda pode ser um tanto quanto enganador. Muitos dos materiais disponíveis focam em motivar e inspirar as pessoas a alcançarem o que desejam, mas poucos enfatizam a importância do esforço contínuo e das escolhas pessoais. A ideia de “mudar a si mesmo” é esvaziada quando não exige uma ação prática e responsável. De acordo com o psicólogo Carl Rogers, um dos fundadores da psicologia humanista, o crescimento pessoal se fundamenta na autoaceitação e na capacidade de autopercepção. Rogers acreditava que cada pessoa tem o potencial de se desenvolver a partir de se permitir confrontar suas próprias limitações, medos e verdades em atitudes, em ação proativa, em caminhar, seguir em frente.
Outro ponto crucial para um desenvolvimento autêntico é a busca pelo autoconhecimento. Segundo Carl Jung, a verdadeira transformação ocorre quando somos capazes de integrar as diversas facetas do nosso “eu” e enfrentar a sombra – as partes que tendemos a evitar ou ignorar. Isso implica sair da zona de conforto e enfrentar o desconforto que surge ao enfrentar nossa própria vulnerabilidade, algo que livros ou técnicas prontas dificilmente conseguem. O perigo está em acreditar, ter fé em prateleiras e fórmulas mágicas do sucesso, esperando um milagre externo, quando o movimento milagroso é sempre uma decisão interna, inerente ao próprio ser.
Entretanto, a prática do autocuidado é fundamental e se refere ao cultivo de hábitos e atitudes que promovem o bem-estar, mental e físico. No entanto, ao confundir autocuidado com autocomplacência, muitas vezes nos tornamos vítimas de nossa própria autossabotagem. Um exemplo é o efeito da auto piedade e da acomodação. Quando nos colocamos em uma postura de vitimização ou buscamos puramente nossos fracassos apenas por fatores externos, entramos em um ciclo de inação e dependência. Para a psicóloga Angela Duckworth, autora de Grite: O Poder da Paixão e da Perseverança , é como uma fórmula: talento + esforço = habilidade e habilidade + esforço = sucesso. Então, trocando em miúdos, o grit pode ser treinado, se pode ser treinado está ao alcance de todos nós, se está ao alcance de todos nós, a ajuda de que precisamos está dentro e não fora.
Em termos práticos, a transformação genuína exige coragem para assumir a responsabilidade sobre nossas escolhas, resistir à tentativa de culpar o ambiente ou as situações, e trabalhar continuamente para mudar os padrões que não mais nos servem. O filósofo existencialista Jean-Paul Sartre também traz uma importante perspectiva ao afirmar que “o homem está condenado a ser livre”. Isso significa que, embora tenhamos liberdade para escolher, também devemos arcar com as consequências de nossas ações, e isso muitas vezes nos retira da zona de conforto.
Liberdade implica em responsabilidade no que plantamos, pois, se plano ar posso colher tempestade, se platô discórdia posso colher frutos amargos das consequências daquilo que semeio e uma auto enganação é se vitimizar e culpar os outros, por infortúnios que sabemos que fomos nós mesmos os semeadores. Porém, sempre há luz no fim do túnel da vida e a cada nascer do sol, nasce também mais uma oportunidade imperdível de correr, de andar, de dar um passo ou mesmo de em pensamento iniciar uma nova trajetória, um novo plantio, uma nova maneira de olhar para velhos problemas.
A autoajuda pode sim ser uma ferramenta útil, mas precisa ser usada com cautela e consciência. Livros e especialistas podem ser inspiradores, porém, a verdadeira mudança só acontece quando surge uma decisão interna de autotransformação, como ensina Rodrigo Fonseca em seus cursos de imersão e de auto desenvolvimento: “Quanto tempo você tem para procurar a felicidade dentro de você e deixar de procurar nas outras pessoas…por que a diferença entre o medo e a coragem é a ação”!
Fazer terapia convencional ou holística é um passo inteligente e decisivo para alterar caminhos neurológicos viciados e encontrar novas perspectivas de crescimento e sucesso. As vezes, um bom terapeuta, um bom psicólogo, um bom psiquiatra faz toda a diferença na caminhada, na visão clara e precisa de quem eu sou? Para onde quero ir? Como estou lidando com meus pontos de vista e por aí vai o rosário fantástico que movimenta nossa roda da vida, pois, nosso cérebro vive de perguntas e não apenas de respostas prontas e acabadas, num dogmatismo que pode mais prejudicar do que ajudar.
Mudar de ideia ou de opinião muitas vezes pode ser uma abertura para novas maneiras de encarar os problemas e as dores da vida. A dor é inexorável mas o sofrer pode ser trabalhado, redimensionado, compreendido e superado. Acredite, você é mais forte do que pensa ser!
Autoajuda: A Verdadeira Transformação Começa de Dentro
Professora, historiadora, coach practitioner em PNL, neuropsicopedagoga
clínica e institucional, especialista em gestão pública.
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