Bem-te-vi! Bem-te-vi…
Ouvir o bem-te-vi é inspirador.
Lembra o amor.
O amor e a abastança da esperança,
não o imperador, o decrépito meliante.
Imperadores são signatários de dor.
Em suas loucuras e ganâncias
não há alegrias ou infâncias.
Não há nem o humano nem o divino,
extravasam desatinos,
alucinam!
O poder os fascina,
O tilintar das moedas os domina,
haja carnificina, delituosa sina.
Não ouvem o que a vida ensina.
“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza,
porém nos extraviamos.
A cobiça envenenou a alma dos homens…
levantou no mundo as muralhas do ódio…
e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.” (1)
Bem-te-vi, bem-te-vi,
vem aqui.
Aninhe-se em meu coração.
Espero por ti,
cancioneiro de minhas manhãs.
Ouço e não quero partir.
Sobrevivi, vivo, revivi, emergi.
Abriu-se em mim, em ti,
em nós o sol de uma nova estação,
embora lá fora seja escuridão.
Escuridão onde os impérios lançam seus mísseis,
dardos envenenados, em ti, em mim…
Não nos atingirão, não.
Bem-te-vi!!!
(1) de Charles Chaplin, no filme ‘O Grande Ditador’ (The Great Dictator) – 1940.