O mês de janeiro tem um aspecto peculiar: é como um intervalo entre o que foi e o que pode ser. Para muitos, ele carrega a inércia do ano anterior, as dívidas acumuladas nas festas de fim de ano e o peso das contas inadiáveis – IPTU, IPVA, matrícula escolar, entre outras. Mas também, paradoxalmente, é um momento de esperança, de traçar metas e projetar sonhos. Contudo, é no fio tênue entre o planejamento e a falta dele que se define o tom do novo ano: será apenas mais um ciclo repetitivo ou o começo de algo transformador?
Janeiro, quando mal aproveitado, pode ser infrutífero, um mês em que muitos são levados pela modorra do “deixa a vida me levar”, como canta Zeca Pagodinho. E Essa filosofia, embora leve e descontraída, não se sustenta diante da dura realidade financeira e emocional de quem precisa reerguer-se ou avançar. O saldo do cartão, a conta de luz e as promessas de Ano Novo não esperam. É preciso agir, e agir com clareza de propósito.
O clichê de começar o ano com metas é amplamente difundido, mas poucas pessoas o transformam em ação concreta. O que faltou nos anos anteriores? Planejamento, disciplina ou simplesmente acreditar que mudanças reais são possíveis? Sem metas, sonhos permanecem no campo das idealizações e, ao fim de mais um janeiro, vêm as frustrações: os mesmos desafios financeiros, os mesmos hábitos improdutivos e a sensação de estagnação.
Coachs de todos os matizes trazem verdades externas com base na verdade de cada um; tipo: “a vida não é justa”, como ouvi do Dr. Pedro Calabrez, então se esforce, lute e por aí vai; para outros mentores, ao contrário: “a vida é justa” como afirma Dr. Elton Euler da mentoria Aliança Divergente e com a qual eu me aliei, pois, considero que a vida responde às nossas emoções, pensamentos, palavras e ações, tipo, plantei, vou colher.
Partindo dessa premissa de que a vida é justa, que tal assumir as rédeas da própria vida? Que tal ser protagonista ao invés de coadjuvante ou mesmo vítima da vida injusta? A cada janeiro zera tudo no calendário e temos novamente 365 dias de oportunidades para fazer tudo novo ou tudo do mesmo jeito de novo.
Por outro lado, janeiro pode ser um mês revolucionário para quem se dedica a alinhar sonhos e metas com estratégia. Sonhar é o ponto de partida, mas sem planejamento, os sonhos se dissipam como fumaça. Pergunte-se: o que posso realizar este mês que pavimente o caminho para o restante do ano? Seja quitar dívidas antigas, organizar o orçamento doméstico ou começar aquele curso que pode mudar sua trajetória.
Um início de ano bem planejado tem o poder de transformar o restante do calendário. Ao invés de esperar pelo próximo janeiro, vive-se um ciclo contínuo de realizações. Para isso, é preciso tratar o mês como o alicerce do futuro, aproveitando seu simbolismo de recomeço.
Proponho um roteiro para mim e para você, caro leitor, cara leitora:
A prática de janeiro promissor:
- Diagnóstico Financeiro: Levante todas as dívidas e contas. Enfrentar números é o primeiro passo para reorganizar a vida financeira. Ter clareza de entradas e saídas de dinheiro na sua vida e um bom começo, afinal não se pode fazer doces sem açúcar.
- Planejamento Mensal: Estabeleça metas realistas para o mês e trace objetivos de curto, médio e longo prazo. Ação, dia e hora marcados ajudam a centralizar os pensamentos em devaneios e escrever num papel ou caderneta de vida é uma ferramenta poderosa de chances em não se autossabotar em mais um janeiro.
- Prioridades: Identifique o que é essencial e organize sua rotina em torno disso. Nada de sonhos mirabolantes, seja prático e corajoso em definir as suas prioridades, lembrando que, você deve estar no topo da lista.
- Disciplinar Sonhos: Todo sonho é legítimo, mas precisa ser guiado por ações práticas e consistentes e viáveis.
Que este janeiro não seja apenas mais um. Que a vida esteja nas suas mãos, e não entregue ao acaso. Afinal, a grande realização não é mudar de ano, mas transformar os janeiros em um ponto de partida para tudo aquilo que nos faz viver plenamente.