As lombalgias são definidas como a dor em região da coluna baixa, é considerado um problema de saúde pública por atingir grande parte da população mais ativa. É mais comum em mulheres, nas idades de 40 aos 80 anos.
Atualmente é uma das principais causas de consulta médica, falta ao trabalho e incapacidade definitiva. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 27 milhões de adultos no país são acometidos por doença crônica na coluna, sendo os problemas lombares os mais comuns (2015).
O que pode causar uma lombalgia?
Como existe um grande número de estruturas na coluna (ligamentos, tendões, músculos, ossos, articulações, disco intervertebral) há inúmeras causas diferentes para a dor. Somando-se a isso há inúmeras doenças sistêmicas não reumatológicas que podem manifestar-se com dor lombar.
A maioria das dores lombares é causada pelo “mau uso” ou “uso excessivo” das estruturas da coluna (resultando em entorses e distensões), esforços repetitivos, excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado, erro postural, posição não ergonômica no trabalho e osteoartrose da coluna (com o passar do tempo, as estruturas da coluna vão se desgastando, podendo levar à degeneração dos discos intervertebrais e articulações). Outras causas incluem doenças inflamatórias como a espondilite anquilosante, infecções, tumores.
Quais são os sintomas comuns?
Dependendo da causa, a dor pode ser desencadeada sem causa aparente, mas também pode ocorrer após um trauma ou excesso de sobrecarga na coluna.
A dor lombar pode localizar-se predominantemente na região baixa das costas e nas nádegas ou pode estender-se até as pernas e pés. Posturas de preferência, como sentar-se, deitar, ou inclinar-se para trás ou para frente na posição em pé podem ser adotadas para alívio dos sintomas.
Como se chega ao diagnóstico?
O diagnóstico se dá pela história detalhada da dor, fatores associados e um exame físico meticuloso para um correto diagnóstico. O diagnóstico das lombalgias é, via de regra, clínico. Exames de imagem em geral não são solicitados em lombalgias agudas, apenas nos casos em que são observados alguns sinais de alerta como febre, perda de peso, déficit neurológico, idade acima de 50 anos e trauma. Quando há persistência da dor por mais 4-6 semanas os exames devem ser solicitados.
Como é feito o tratamento de uma lombalgia?
O tratamento varia de acordo com a causa dada lombalgia. Mas o principal objetivo é o alívio da dor. Podem ser usadas várias medicações incluindo analgésicos, antiinflamatórios, miorrelaxantes, corticóides e opióides, sempre após avaliação do risco-benefício de cada uma delas.
O repouso, embora recomendado na fase aguda, deve limitar-se a um curto período uma vez que seu prolongamento retarda a recuperação e favorece a cronificação do processo sobretudo por facilitar a perda de força muscular. Na lombalgia crônica nenhuma terapia isolada é eficiente.
A reabilitação com exercícios de alongamento e fortalecimento muscular além da reeducação postural são fundamentais para reduzir os sintomas e prevenir o retorno das dores. Outras intervenções incluem TENS, acupuntura, terapia cognitivo-comportamental e infiltração. Os coletes e cintas só devem ser usados na crise aguda ou quando há instabilidade da coluna. O uso contínuo pode levar à hipotrofia muscular gerando um círculo vicioso de dor.
Apenas 1 a 2 % dos pacientes necessitam de cirurgia. A necessidade da mudança de hábitos de vida, seja em relação à atividade física, vícios posturais ou atitude passiva em relação à dor deve sempre ser orientada. O tratamento da lombalgia será mais eficiente se for voltado ao paciente e não à sua lesão ou ao seu exame.
Adaptado: Sociedade Brasileira de Reumatologia
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE AS LOMBALGIAS

Especialista em Nefrologia e Clínica Médica; Membro titular da Sociedade
Brasileira de Nefrologia Professor da Universidade Federal do Amapá
(UNIFAP); Mestre em Ciências da Saúde Preceptor de Clínica Médica. CRM
892 RQE 386