O Princípio da Ação e Reação, Terceira Lei de Newton
Seria absoluto sintoma de insanidade imaginar que as iniciativas americanas, para salvaguardar sua própria economia, não provocasse reações nos países atingidos, principalmente da China, o mais atingido. O mercado global está em polvorosa. No momento alguns se limitam a reclamar, estrebuchar e a ameaçar. O que causa espécie é que o mundo está tratando o assunto como uma novidade imprevisível, o que não é verdade o Presidente Donald Trump, reeleito como o 47° Presidente americano, nunca fez segredo das ações que realizaria após a sua posse.
O princípio da reciprocidade somente é novidade para o Brasil. A maioria dos países mais ricos já possuem embutido nas suas legislações este princípio. A Reuters publicou, em 09/04/2025, a matéria “China planeja reunião de alto nível para elaborar medidas de apoio após aumento de tarifas dos EUA, dizem fontes”, que transcrevo trechos.
“Os principais líderes da China planejam se reunir na quarta-feira (09/04) para definir medidas para impulsionar a economia e estabilizar os mercados de capitais, disseram pessoas com conhecimento do assunto, à medida que a guerra comercial com os Estados Unidos se intensifica.
Economistas alertaram que as investidas comerciais podem reduzir de um a dois pontos percentuais do crescimento deste ano na segunda maior economia do mundo, piorar o excesso de capacidade industrial, colocar empregos nacionais em risco e alimentar ainda mais as forças deflacionárias.
A reunião de alto nível planejada é a primeira a se tornar pública desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas “recíprocas” à China na semana passada, e ocorre após quase dobrarem para 104% as tarifas dos EUA sobre importações da China na quarta-feira.
Entre os participantes esperados estão altos funcionários do Conselho de Estado, ou gabinete, bem como vários órgãos governamentais e reguladores, disseram as duas fontes, que pediram anonimato porque não estavam autorizadas a falar com a mídia.
Esperava-se que os formuladores de políticas discutissem medidas para impulsionar o consumo interno e apoiar os mercados de capitais na China, disseram as fontes.
Iniciativas como tornar os descontos no imposto de exportação mais atraentes para empresas nacionais também devem figurar nas negociações, acrescentou um deles.
O Gabinete de Informação do Conselho de Estado, que lida com consultas da mídia para o governo chinês, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As tarifas punitivas de Trump abalaram uma ordem comercial global que persistiu por décadas, alimentando temores de recessão e derrubando drasticamente as ações no mundo todo.
Para a China, a guerra comercial ocorre em um momento em que sua economia está fraquejando devido a uma prolongada crise imobiliária e altos níveis de dívida dos governos locais, o que prejudica a confiança tanto das empresas quanto dos consumidores.
Embora Pequim tenha revelado contratarifas aos Estados Unidos na semana passada, prometendo combater o que viu como chantagem, analistas dizem que o país está se sentindo encurralado pelo ataque tarifário de Trump à China e a qualquer país que compre ou monte produtos chineses.
Esta é uma guerra entre dois gigantes e todo o resto é dano colateral. Altos funcionários de órgãos governamentais, incluindo o Banco Popular da China, o banco central e o Ministério das Finanças, provavelmente participarão da reunião, disseram as fontes. Espera-se que a mídia estatal chinesa divulgue parte da pauta da reunião, já que as autoridades buscam estabilizar a economia e os mercados, bem como restaurar a confiança dos investidores, acrescentaram.
Autoridades do Ministério do Comércio, bem como o órgão regulador bancário, a Administração Nacional de Regulamentação Financeira (NFRA), e o órgão regulador de valores mobiliários, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC), também devem comparecer, disse a primeira fonte. O banco central, os ministérios do comércio e das finanças e os reguladores não comentaram imediatamente.
A China não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos, mas será obrigada a levar a luta para a maior economia do mundo se Trump continuar a aumentar as tensões comerciais, disse seu ministério do comércio na quarta-feira. É improvável que estímulos monetários e fiscais protejam totalmente a economia chinesa, que teve um superávit de um trilhão de dólares no ano passado, da grave queda na demanda global causada pelas tarifas, dizem economistas.
As medidas mais úteis seriam esforços para apoiar o consumo das famílias, que, na China, está 20 pontos percentuais abaixo da média global. A pressão sobre as autoridades chinesas para que tomem medidas de estímulo focadas no consumidor tem aumentado, a fim de reduzir a dependência da economia em exportações e investimentos para o crescimento, e Pequim há muito tempo promete tais medidas para tornar o crescimento mais sustentável.
Mas ainda não anunciou nenhuma medida significativa, além de um programa de subsídios ao consumidor, que os economistas esperam que tenha impacto limitado. Algumas medidas para estimular a economia que devem ser discutidas na reunião podem ser adotadas nas próximas semanas, disse a segunda fonte. Pequim é ‘totalmente capaz de se proteger contra influências externas adversas’, disse o premiê Li Qiang na terça-feira, acrescentando que as políticas da China neste ano levam totalmente em conta as incertezas.
Na quarta-feira, as ações chinesas recuperaram algum terreno, já que as promessas do Estado de apoiar o mercado local e o crescente interesse em empresas nacionais de tecnologia impulsionaram o sentimento após a última medida tarifária. O índice CSI300 de primeira linha (. CSI300), caiu mais de 5% desde 2 de abril, quando Trump impôs uma tarifa adicional de 34% sobre produtos chineses, para abrir mão de todos os seus ganhos neste ano, enquanto o índice de referência Hang Seng de Hong Kong (. HSI), caiu 13%.”
Apesar de estar sendo desenhada, em razão das ameaças de retaliações, a última coisa que o mercado global quer é uma guerra comercial global. A expressão ‘guerra’ já pressupõe que não importa quem vença, todos os contentores perderão, alguns mais outros menos. Os choques, maiores ou menores no mercado global, também não são nenhuma novidade, tomo como exemplo o crescimento do Brasil como líder comercial em alguns setores da geoeconomia.
Os leitores devem estar se perguntando o que o mundo deve fazer? Seguindo uma advertência do amigo e leitor Deputado Gaúcho Alceu Moreira que um dia me chamou e disse – Gil os teus artigos somente expõem os problemas, deves apresentar aos leitores propostas de soluções! Aqui vai a minha modesta proposta de solução: “Como afirmei antes tudo o que está acontecendo no Mercado Global não é nenhuma novidade, passado o momento do exercício do ‘Jus experneandi”, os países devem começar a formular estratégias para enfrentar e se adaptar à ‘Nova Era’ que as ações do Presidente Trump criou”.
“Toda ação corresponde a uma reação de mesma intensidade, mas em sentido oposto. Essa é a afirmação da Terceira Lei de Newton, também conhecida como Princípio da Ação e Reação.”