De novo é Natal e de novo será Ano Novo: Entre Tradições, Reflexões e Renovação o mundo cristão desde o século XIII, com Francisco De Assis, o mundo viu a reflexão do primeiro Presépio do Menino Jesus.
As proximidades das festas natalinas e de Ano Novo trazem consigo um misto de emoções, crenças e propósitos que atravessam culturas, tempos e realidades sociais. É um período carregado de simbolismos, onde tradições cristãs e festas pagãs se entrelaçam, gerando uma atmosfera singular que varia entre celebração e reflexão.
Afinal de contas, essa data se sobrepôs à festa do Deus Sol, entidade mítica do povo Romano, povo politeísta e grande dominador de todo o velho mundo, da eurásia, de toda a Ásia Menor, tudo e todos eram de Roma e a esse Império obedeciam e serviam.
Para os cristãos, o Natal é o momento de celebrar o nascimento de Jesus Cristo, o Menino-Deus que veio ao mundo para trazer luz, paz e redenção. O presépio — simbolizando uma manjedoura humilde em um estábulo — recorda o contexto de simplicidade e vulnerabilidade em que Jesus nasceu. Filhos de Maria, uma jovem adolescente, e de José, um idoso carpinteiro, eles formavam uma família atípica e improvável para os padrões de sua época.
No Natal de 1223, São Francisco de Assis criou o primeiro presépio da história. Na cidade de Greccio, São Francisco de Assis reuniu pessoas que representaram o nascimento de Jesus. Numa época de enorme analfabetismo, esse religioso viu nessa Criação Teatral uma maneira de evangelizar multidões. Do século XIII até nossos dias, milhares de presépios são construídos em quase todo o Planeta por cristãos ou não cristãos.
A iniciativa de Francisco de Assis ao criar o primeiro presépio há 800 anos continua a inspirar e fortalecer a mensagem central do Natal: a encarnação de Deus em meio à simplicidade e à humildade, convidando os fiéis a refletirem sobre os valores de amor, paz e universalidade de um Deus – Amor que se encarnou, se fez Homem e veio morar entre nós.
Essa união oriental, marcada pela fé e coragem, trouxe ao mundo cristão uma mensagem de esperança, humildade e resiliência, que continua a inspirar gerações. Profetizada há 750 anos antes pelo Profeta Izaías, esclarecida no Templo judaico pelo velho Simeão quando a jovem Mãe Maria foi apresentar seu filho Jesus ao Templo Judeu, como mandava a tradição de sua ancestralidade, pois, ela e José eram descendentes da Casa de Davi, o grande Rei Judeu eternizado pela Torá e pela Bíblia no Antigo Testamento e nas Cartas de Paulo no Novo Testamento, bem como pelos evangelhos que citavam as expressões do povo ao se referir a Jesus em sua vida adulta: “Filho de Davi”
As raízes pagãs e festas profanas e festas religiosas se entrelaçam em quase todos os períodos da História humana, haja vista que são construções das tribos nômades desde Abraão até os nossos dias, as experiências humanas do relacionamento das sociedades civis, militares e religiosas. E é esse mesmo ser humano que vai criando as divisões do que é profano e do que é sagrado.
As celebrações natalinas também encontram eco em antigas festividades pagãs, como as Saturnálias romanas e os rituais celtas do solstício de inverno, que comemoravam a renovação da luz e o ciclo da vida. Elementos como árvores enfeitadas, iluminações coloridas e trocas de presentes remetem a esses costumes, incorporados ao cristianismo ao longo dos séculos.
Essas festas, muitas vezes desprovidas do caráter religioso, tornaram-se ocasiões para encontros familiares, convivência e celebração da vida, ultrapassando barreiras de fé e nacionalidade.
E, como tudo que é humano, inerente ao ser em construção, existem e se cristalizam entre Luzes e Sombras: e aqui me refiro aos contrastes das Festas Natalinas e de Réveillon, onde as disparidades são uma realidade e como vivemos em uma sociedade de classes, não poderia ser diferente, pois o discurso de unidade e paz, contrasta com a pobreza e o requinte, com o luxo e a pobreza, com a fé e o ateísmo e assim por diante.
Nem todos, porém, vivem essa época com alegria. Para muitos, as festas de fim de ano são momentos de dor e solidão, em que as perdas e as dificuldades se tornam mais evidentes diante da atmosfera de euforia coletiva. As energias densas de quem não tem nada a comemorar contrastam com o brilho das decorações e o barulho das celebrações.
Por outro lado, há aqueles que utilizam este período para o lazer e o descanso, buscando renovar suas forças para o ano que se inicia. Outros dedicam-se à militância religiosa, evangelizando ou organizando ações solidárias para levar conforto e esperança àqueles em situação de vulnerabilidade social.
Por isso venho trazer nesse final de ano civil uma reflexão final: O Menino na Manjedoura diz o quê para mim e para você? Qual a mensagem do Deus-Menino que ganha voz e vez em seu coração? Que presentes daremos ao Iluminado Aniversariante? Vamos ouvir o Rei Herodes ou os Reis Magos? Vamos visitá-lo no coração do nosso semelhante ou vamos ficar nas frivolidades profanas? Vamos seguir as Estrelas daquela noite santa ou vamos nos regalar com mais do mesmo como tantos outros natais e réveillons?
No centro de todas essas experiências, permanece a simbologia do Menino-Deus em sua manjedoura. Nascido em condições precárias, em uma família incomum e de origem oriental, Jesus trouxe uma mensagem universal de amor e redenção. Ele nos convida a refletir sobre a simplicidade, a fé e a capacidade de transformar a adversidade em luz.
Neste fim de ano, que possamos olhar além das luzes e festas, e buscar inspiração no exemplo de Jesus: acolher o outro, exercer a empatia e construir, com humildade e esperança, um mundo melhor para todos. Feliz Natal! Feliz Ano Novo!
RENOVAÇÃO?

Professora, historiadora, coach practitioner em PNL, neuropsicopedagoga
clínica e institucional, especialista em gestão pública.
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