Vivemos tempos líquidos. Tudo escorre entre os dedos: o tempo, os vínculos, os compromissos, as certezas. E, no meio dessa fluidez, a ilusão de que estamos “conectados” através dos aparelhos celulares, quando, na verdade, estamos nos desconectando de nós mesmos, das pessoas e do sentido real das coisas. A distração virou norma; o foco, exceção.
A lógica do mercado é vender — vender muito e o tempo todo. A lógica da sabedoria, porém, é outra: conhecimento, escuta, prática e conteúdo. Essa conta não fecha, porque o consumo e o entretenimento não desejam compromisso com a sabedoria, mas sim com os instintos mais primitivos — prazer imediato, saciedade e fuga da responsabilidade.
Estamos diante de uma geração que tem tudo ao alcance dos dedos, mas quase nada ao alcance da alma. A pressa, a comparação e o desejo de aprovação substituíram o silêncio, a contemplação e o autoconhecimento. As construções sólidas de curto, médio e longo prazo — que antes formavam caráter e propósito — estão sendo minadas por uma avalanche de distrações, likes e promessas vazias.
Faço parte da Aliança Divergente, um movimento que caminha na contramão dessa lógica acelerada e superficial. Inspirados na Teoria da Permissão, do Dr. Elton Euler, os aliados estudam, refletem e constroem novas rotas de vida baseadas em uma mentalidade de autonomia e autorresponsabilidade. Temos à disposição conteúdos de desenvolvimento humano e até uma Universidade Divergente, um espaço de formação e transformação interior.
Nesse novo olhar sobre si mesmo, não há espaço para vitimismo, piedade, narcisismo ou espírito de vingança. Há, sim, a coragem de se perceber como possibilidade — de ser tudo o que seus talentos inatos e adquiridos podem te fazer alcançar. Como dizem Elton Euler, Ramon Galimberti e Cida Torres: “sem culpa nem desculpa.”
Fácil? Não, não é. Mas ninguém prometeu facilidade — apenas caminho. E o caminho é o que nos forma, não o atalho.
Então, fica a provocação final:
Você tem um caminho a percorrer ou um culpado a perseguir?
ROTA — Você tem um caminho ou um culpado?
Professora, historiadora, coach practitioner em PNL, neuropsicopedagoga clínica e institucional, especialista em gestão pública.
Professora, historiadora, coach practitioner em PNL, neuropsicopedagoga
clínica e institucional, especialista em gestão pública.

