Em tempos de excessos e carências emocionais, a terapia surge como um dos instrumentos mais poderosos de autoconhecimento e libertação interior. Mais do que uma prática clínica, ela é uma jornada de reconciliação com o próprio ser — uma travessia necessária para quem deseja compreender as causas ocultas de seu sofrimento, suas repetições inconscientes e, sobretudo, despertar para a responsabilidade de ser o criador de sua própria vida.
A necessidade de fazer terapia não está restrita a quem sofre de transtornos mentais. Ela é, antes, um processo de amadurecimento e expansão de consciência. O grande benefício é o encontro consigo mesmo, a descoberta das crenças limitantes que nos mantêm presos a papéis de vítima, salvador ou algoz — padrões que nos impedem de viver de forma plena e consciente. Cada sessão é um convite à lucidez: olhar-se sem máscaras, compreender as motivações inconscientes e aprender a transformar dor em sabedoria.
Mas há também perdas — e são necessárias. Perde-se a ilusão de controle, a necessidade de aprovação, o hábito de culpar o outro. A terapia, ao desnudar as intenções ocultas do ego, mostra que muitos de nossos sofrimentos são ganhos disfarçados: há quem obtenha atenção, poder, justificativas ou afetos por meio da dor. O padrão mental vitimista, o dependente emocional, o narcisista ferido ou o vingador silencioso encontram no sofrimento um território de familiaridade e domínio. Entretanto, o ser desperto é aquele que rompe esse ciclo, assume a autorresponsabilidade e aprende que liberdade é não depender da dor para existir.
Entre os terapeutas contemporâneos que expandem essa visão, nomes como Brené Brown, com suas pesquisas sobre vulnerabilidade e coragem emocional, Gabor Maté, que relaciona adoecimento e repressão afetiva, e Joe Dispenza, que une neurociência e espiritualidade, ganham destaque no cenário norte-americano. No Brasil, terapeutas como Augusto Cury, Flávio Gikovate, Monja Coen, Rossandro Klinjey, Elton Euler criador da Teoria da Permissão, sócio fundador da Aliança Divergente, Rodrigo Fonseca, Mestre em Liderança e Formador de Líderes e Mentores, criador de Formação em Inteligência Emociaonal Lótus, José Lobo Neto e Bárbara Molina, Mentores de Desenvolvimento Humano, têm sido vozes importantes ao integrar psicologia, filosofia e espiritualidade no cuidado com a alma humana.
A terapia, portanto, é mais que um tratamento: é um ato de autoamor. É compreender o axioma universal — “como é dentro, é fora”. Somos herdeiros de nós mesmos e cocriadores da criação divina. Quando você se salva com amor genuíno, todo o seu entorno se ilumina. A cura pessoal reverbera no coletivo, pois um ser humano em paz transforma silenciosamente o mundo ao seu redor.
E isso não é uma verdade mágica, um acontecimento apocalíptico, acontece lentamente, com persistência e benignidade, uma vez que a única pessoa que você pode mudar se chama EU.
Se partimos da dualidade do bem e do mal, já negamos a criação que é puro amor e unicidade; a filosofia dual é humana, o Pensamento Crístico, ou seja, o pensamento de Jesus é Uno, é Amor universal, puro, ágape, incondicional. Por isso, costumo afirmar que, do ponto de vista da História, as religiões mais separam do que unem. E a espiritualização do ser humano agrega, respeita diferenças, cuida de sua própria luz e sombra.
Unir religiosidade com desenvolvimento de intimidade com o divino traz paz e luta com as vertentes que negam a luz.
Por isso, todo ser humano deveria fazer terapia. Não por fraqueza, mas por coragem. A coragem de se conhecer, de se perdoar e de se reconstruir. A terapia é a tarefa mais nobre e única da existência: aprender a ser inteiro — por amor à vida e por amor a si mesmo.

