Estando em Brasília procurei através de um conhecido de boas relações para comigo, encontrar-me com alguém da administração federal para sugestão em proveito único do momento aos interesses nacionais. Não da classe pela qual me tornei conhecido como defensor. Essa interlocução foi feita entre nós através de um verdadeiro amigo em comum. E a resposta, através do canal fraterno, veio direta e certeira; “vou pedir e arranjar, por sua causa e pela pessoa dele, (eu) mas que não entendia por que eu haveria de conversar com o governo que semanalmente através da imprensa, como ele disse, eu metia o pau”. Isto, criou em mim um novo despertar e uma nova ótica de tudo que se passa a nossa volta.
Buscando retrospecto, jamais meti “pau”, (termo feio) em quem quer que seja em qualquer governo, mas muito contesto decisões tomadas por gerenciamentos tangidos por ignorâncias e absoluta falta de cultura sobre povos, gentes e atividades dos nacionais. Em nenhuma nota por mim publicada haverá de se encontrar julgamentos pessoais. Não serei jamais juiz ou mesmo simples rábula, a julgar pessoas. Não me aborreci, mas aconteceu de ver a total diferença entre verdade e razão, principalmente quando uma não aceita a outra.
De um velho companheiro, nesta mesma estrada por lá, ouvi dizer que vivia no passado defendendo garimpeiros. Calado fiquei e um tanto concordando, simplesmente não me era confortável discordar do fiel e leal amigo de 40 anos. Mas, nunca defendi garimpeiros nem a atividade garimpeira. Em minha jornada de meio século, busquei sim reconhecimento aos homens que estão nela. Eles sim são bem especiais, com razões que verdades do governo não gostam. Aliás, não gostam desde o tempo do rei português, até por isso ganharam o nome de garimpeiros, que provém da palavra grimpeiros, que se referia queles que habitavam em grimpas de morros em Ouro Preto e Mariana e sem permissão de sua Majestade, desciam a noite para com bateias retirarem sem próprio achado. Daí advém o nome que a sororidade da palavra em português da ocasião, transcreveu como garimpeiros.
Sempre os vi como uma formidável e incrível força autônoma de trabalho neste nosso Brasil. São notoriamente homens que fazem o que ninguém faz, são nacionais que jamais procuraram ou procuram uma teta da viúva, como é conhecido o estado brasileiro, para dela dependerem. Jamais em tempo algum formaram seus sindicatos e associações para benefícios próprios e reivindicações de maiores ganhos, os fizeram para dar rosto e voz à eles. Pagam partos de suas mulheres, e custo dos filhos gerados com enorme prazer, tendo como vaidade maior, reconhecerem valores próprios e alheios, pelo que se é, nunca pelo que se tem; diferente da cultura no brasil restante.
A dificuldade não observada nesses trabalhadores, é sua total desvinculação da administração do estado. Na política, sequer transferem seus títulos aos lugares que vão, por acharem que o documento assegura o vínculo á terra natal. O problema das verdades alegadas pelo governo em relação a eles é provocado por emitirem tesouro infinitamente mais valioso do que Casas de Moedas. Ainda arrastam atrás deste bem, todo um universo. A eles seguem pequenos comerciantes, que lá se tornam grandes, pequenos colonos, que também se tornam gigantes, constroem pequenos povoados que se tornam grandes cidades, em região que ausentes a ela a desejam desocupada.
E isso é inegável, a ocupação do gigantesco Pará, com seu elevado percentual de cidades nascidas e criadas por suas atividades são testemunha disto. Pouquíssimas cidades ao sul desse estado, não foram criadas a partir desses homens.
O próprio Amapá, então, nasceu pela saga deles. Ali tornou-se Brasil porque eles assim fizeram, derrotando militares franceses. E não foi só lá que foi tornado Brasil por causa deles, Roraima, Rondônia, também o foram.
E desde o tempo da formação do país, é de se notar que todas as nossas fronteiras ao norte pararam em cima de ocorrências minerais. E mais a frente não foram, por acontecer período de comércio administrado mundialmente tangido pelo império onde o sol nunca se punha, que julgando tornado caro manter seus efetivos de ocupação em países tão longínquos dos outros, inventou que os pagamentos não seriam mais nem em moedas douradas nem prateadas, mas sim em papéis emitidos por seus reis. Acreditavam assim fazendo, dominar a economia mundial. Por tempo arrefeceu-se a caça aos metais, mas gananciosos se esqueceram que seriam copiados, e que haveria necessidade de um parâmetro de valor a todos. Nesse caso, jamais sujeito a falsificações, o ouro de novo.
Ainda assim e mesmo com tempos e exemplos passados, estes homens dele produtores, vistos como concorrentes do tesouro nacional, por produzirem moeda planetária, algo extremamente ambicionado, passaram a serem execrados. Mais ainda, por mineradoras concorrentes, sem mineradores, mas contratantes bastante de profissionais lobistas de terno e gravata, recebendo para denegri-los. Assim se tornam hoje, observados apenas por seus alardeados defeitos, abrangendo a todos, pelo substantivo comum, muito imerecidamente indesejáveis a Nação, onde até o próprio território foi criado por homens como eles.
Porém, é bem constatado que o maior sucesso deles, está na aplicação do correto estabelecimento da relação capital-trabalho, a mesma da pesca universal E isso desde tempos históricos, quando entradas não avançavam e bandeirantes iam bem além. Fazem por parceria o que empregador nenhum consegue que funcionários façam. São verdadeiros caçadores, não só de fortunas, sendo sim, exigentes caçadores da independência pessoal e humana.
E são tão bons, mas tão bons que as verdades não registram agora o que tem acontecido a eles aqui no nosso país, como a intensa procura para serem levados ao mundo exterior. São reconhecidos como base econômica da Guiana francesa. Aqui perseguidos, por utópicas verdades governamentais, também em proveito, o Suriname levou, acolheu e registrou, espiantados de Roraima. A Guiana outro tanto também levou e registrou. A nossa doce e madura Venezuela, encara o mundo, por possuir o maior lastro ouro bancarizado na América Latina e produzido por brasileiros. Aprenderam com russos e chineses que têm dado banana a dólares e bloqueios econômicos, a significativa importância do metal dourado.
O próprio Paraguai que sempre acreditaram ser infértil a minérios, os tangidos de Rondônia recebidos a braços abertos os acharam e hoje o Paraguai é produtor do valioso metal.
Quanto as opiniões expressadas pelo chegado e pelo amigo sobre as manifestações que ainda externo, talvez as tenha com mais vigor e pressa em fazê-lo, pela idade que hoje tenho, o que me torna despido de vaidades e ambições pessoais podendo dar maior atenção e valor não só ao alheio conhecido, assim como a todos em sociedade. Realmente muito assusta por bem conhecer este grande paraíso de oportunidades que é nosso país, e ver tantos e tantos moradores em condição de rua. Mais ainda a ótica de governos envolvidos por vaidosas grandezas de defesas ambientais, estando desapercebidos da formação de um triste ambiente humano e de expressivo aumento de cidadãos nacionais nesta situação
A Nação precisa de quem trabalha e produz, nosso custo político de administração é dos mais altos do mundo e talvez o conforto e facilidades recebidas por eles, não os permita notar tantos desvalidos, sequer imaginando onde expelem suas intimas necessidades, apesar de vizinhos da morada do Presidente da República na capital federal. Desinteressados, ainda buscam na Amazonia por abstrato e utópico conceito “ambiental” não comprovado, se não outros interesses, à força e armados, não se importarem a muitos desgraçarem em em miséria nas malditas calçadas e parques da malvada civilização, mesmo com poucas verdades, e perante muitas razões.
E o Brasil é tão bonito, fazendo feio mesmo, só nossos eleitores…
Belo Horizonte/Macapá, 18/08/2024
José Altino Machado
Nota: Década de 70, Prefeitura de São Paulo, obra do metro próximo Ibirapuera emprega rondoniense traquejado do rio Madeira. Pelo faro meteu a bateia e ouro. Prefeito Janio Quadros, descabelado, paralisa tudo, dispensa o ousado e vaticina: “essa doença pega”.