Lula, o presidente eleito, além da metáfora da cerveja e da picanha, não prometeu um mar de rosas no início do governo. Foi bem claro ao dizer que primeiro é preciso sair do inferno para, só depois, se cogitar de entrar no céu. O novo presidente sabe que não se corrige desacertos na economia em processos curtos de intervenção. O bom sinal é que a comunidade internacional viu com bons olhos a mudança de direção no país, já sinalizando para promissores rumos nas relações comerciais. O mundo estava com saudade do Brasil protagonista que se afinava com as agendas comuns de países que dialogam para o progresso da humanidade.
De ver-se, contudo, que o maior trabalho será conter os extremistas de direita que têm coragem suficiente para se agarrar na dianteira de um caminhão em movimento para revelar seu alinhamento com o radicalismo político que se instalou no país. Embora se reconheça que o crescimento da direita com seus dogmas seja saudável para o pleiteado pluralismo político, próprio das democracias, não se pode fechar os olhos para as consequências nefastas de movimentos que adotam práticas que já foram banidas do cenário mundial como proposta política, mas que ainda respiram onde há terreno fértil para germinarem como é o atual cenário brasileiro.
O presidente eleito, Luiz Inácio lula da Silva, carrega na mochila a esperança de restabelecer a paz, referendado por 50,90% dos eleitores brasileiros que compareceram as urnas. Do outro lado, estão os brasileiros que simpatizaram com as práticas de um governo presidencial que viveu durante quatro anos desafiando os pilares da democracia, querendo ruir a harmonia entre os poderes e estimulando o povo à desobediência civil como se isso fosse saudável para qualquer governança. O que se espera é o Brasil volte ao caminho da normalidade democrática e a figurar entre as maiores economias do mundo. Só isso!