Ele é uma manifestação, uma representação explícita da sexualidade, cujas características variam segundo a sociedade que se tome como modelo, sendo necessário salientar o seu caráter revalorizador das formas próprias da sexualidade, tanto na vida pessoal e social como nas manifestações culturais. De acordo com Platão, um dos aspectos mais fecundos da reflexão erótica é a função libertadora de Eros, problema que foi retomado pela psicanálise ao descrever o seu aspecto libertador, trazendo para o indivíduo a função especificamente criativa do erotismo.
Na literatura, diversas obras se inspiraram e se inspiram no erotismo possuindo um sentido um tanto quanto didático, como por exemplo: A Kama Sutra e o Cântico dos Cânticos (ou Cantares de Salomão), livro da Bíblia, que está repleto de uma profunda dimensão erótica.
  “Ah, se ele me beijasse, se a sua boca 
  me cobrisse de beijos…
  Sim, as suas carícias são mais agradáveis 
  que o vinho.”
  -Ct 1:2
  “O meu amado tem cheiro de mirra
  quando descansa sobre os meus seios.” 
   -Ct 1:13
  A poesia erótica encontrou no mundo romano uma nova dimensão ao incorporar elementos da linguagem coloquial que facilitaram a expressão da sensualidade. Durante a Idade Média, o gênero evoluiu para uma liberdade cada vez maior (sobretudo na poesia dos goliardos), ao mesmo tempo que surgia quase contemporaneamente a poesia do amor cortês, em que a inspiração erótica acontece de uma forma altamente sublimada e codificada, tendo de acordo com no Renascentismo e no barroco o seu último momento de esplendor, pois nos séculos seguintes perdeu a sua especificidade como gênero distinto da poesia amorosa.  
O erotismo é um âmbito de coexistência da sexualidade, que segundo Luciana Saddi, em seu artigo, Erotismo: E onde fica o amor?, pode ser vista como uma quinta estação a atravessar o verão, o outono, o inverno e a primavera em nossas vidas. Pois, seu clima não está necessariamente atrelado à sequência pênis, vagina, penetração e orgasmo. Seu maior atributo é o erotismo, que exige sofisticação das formas de prazer sexual e corações abertos para o desconhecido dos corpos, pele, mãos e línguas – e tudo o mais que nossa criatividade permitir. A imaginação, a encenação e as palavras são elementos importantíssimos dessa quinta estação, que condensa e contrapõe o permitido e o proibido, cujo o efeito erótico advém da união dessas duas palavras (permitido/proibido).
A poesia, a se fazer literatura, tem no erotismo uma aproximação de nossa natureza primitiva, de reconciliação com o corpo, de reconhecimento das pulsões e dos apelos da carne. Ela nos resgata do totalitarismo, dos pensamentos dogmáticos, das incongruências da nossa existência, fazendo assim o teor erótico se manifestar com ênfase, como uma característica literária definidora pela tendência de sensualizar o eu-lírico, fazendo a poesia não se resumir ao erotismo sequente a sensualização, mas também como uma poesia confessional.
SEDE DO CORPO
  Que chegue junto com o dia
  O calor que aquece o frio
  Como o sol de um céu dourado 
  Em corpos desnudos num rio.
  Em pelos molhados de gozo
  Os desejos dissipam o frio
  Com cheiro ardente e jocoso
  Na pele da fêmea no cio.
  Que se beijem as bocas vorazes
  Fazendo todo o corpo tremer
  Nos lábios a mesma linguagem
  Da língua que quer lhes lamber.
  Dois corpos desnudos se lambem
  Se esfregam em ardente gemido
  No seu corpo ela dança suada
  Perdendo de vez o juízo.
  Os suspiros inundam o silêncio 
  num gozo que está por um fio
  Se lambem, se cheiram se mordem
  Inundando de êxtase o rio.
  As línguas se calam em sonhos
  De um jeito desnudo e amoroso
  O cansaço os joga na pedra
  Ao descanso desse intenso gozo.
Autor: Jorge A. M. Maia
O QUE ME VIRA DO AVESSO.
  No cio da noite, nos lençóis amassados 
  Corriam as línguas sem rumo certo
  Nossos corpos encharcados de gozo  
  Soltavam os nossos gemidos secretos.
Autor: Jorge A. M. Maia

 
			
 
			 
                                 
                             
 
		 
		 
		 
		