A crise entre Líbano e Israel se intensificou neste domingo (22/9), com centenas de foguetes e mísseis disparados pelo Hezbollah contra o norte de Israel e dezenas de ataques aéreos israelenses contra 290 posições da milícia xiita no Líbano. A organização Resistência Islâmica no Iraque, que reúne movimentos iraquianos apoiados pelo Irã, declarou que também atacou um posto militar de Israel usando drones. Três pessoas morreram no sul do Líbano e várias outras ficaram feridas.
A coordenadora das Nações Unidas no Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, alertou que “ a região está à beira de uma catástrofe iminente”. Paralelamente aos ataques no Líbano, Israel invadiu a sede da rede de TV Al Jazeera em Ramala e ordenou seu fechamento por 45 dias.
Depois dos duros golpes que recebeu esta semana, que dizimaram o comando de suas forças especiais, o Hezbollah retaliou neste domingo introduzindo um novo tipo de míssil de longo alcance no campo de batalha.
Em uma série de comunicados, o partido islâmico extremista de Hassan Nasrallah reivindicou a responsabilidade pelo bombardeio da base aérea militar de Ramat David, 20 km a sudeste de Haifa, no norte de Israel. Ele também anunciou o bombardeio da sede da empresa Rafael, parte do complexo militar-industrial de Israel, ao norte da mesma cidade, segundo informações do correspondente da RFI em Beirute, Paul Khalifeh.
Pela primeira vez, o Hezbollah disparou cerca de cem mísseis Fadi 1 e Fadi 2, com alcance de 80 e 105 km, respectivamente, além de dezenas de foguetes Katyusha, desenvolvidos na ex-União Soviética. A milícia libanesa pró-Hamas, aliada do Irã, estendeu seus ataques a uma profundidade de 55 km dentro do território israelense, em resposta à explosão de milhares de pagers e walkie talkies de comunicação usados por seus membros na terça e quarta-feira, reforça o comunicado oficial do Hezbollah.
A força aérea israelense intensificou seus ataques antes e depois dos disparos do Hezbollah. Somente no distrito de Nabatiye, no sul do Líbano, aviões e drones realizaram cerca de 60 ataques, e dezenas de outros na planície de Bekaa, no leste.
Israel fecha escritório da Al Jazeera em Ramala
Em uma operação paralela na Cisjordânia ocupada, o exército israelense invadiu as instalações do canal de TV Al Jazeera, neste domingo, e ordenou o fechamento do local. De acordo com Israel, a emissora teve suas transmissões suspensas por 45 dias, devido a “uma decisão judicial”. A rede é conhecida por denunciar as ações de Israel na Faixa de Gaza.
Transmitida ao vivo pela Al Jazeera, a operação envolveu dezenas de soldados israelenses. A maioria deles tinha o rosto coberto por máscaras e estavam fortemente armados. Zein Basravi, chefe da rede de TV de propriedade do Catar, gravou com antecedência uma mensagem para o caso de Israel fechar o escritório de Ramala, de onde os jornalistas relatam a realidade dos palestinos “que vivem sob ocupação israelense há décadas”.
Com informações portal RFI