Vamos falar um pouco sobre o HIV?
O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae que ataca o sistema imunológico, o qual é responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
A aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês), a qual tende a se desenvolver só anos após a infecção.
Como a doença é transmitida?
A transmissão do HIV e, por consequência da aids, acontece das seguintes formas, como o sexo vaginal sem camisinha, pelo sexo anal sem camisinha, pelo sexo oral sem camisinha. A doença também pode ser transmitida pelo uso de seringa por mais de uma pessoa, transfusão de sangue contaminado, pela mãe infectada para seu filho durante a gravidez, parto e na amamentação d pelo e por acidentes com instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
É importante quebrar mitos e tabus, esclarecendo que a pessoa não se infecta por HIV das seguintes maneiras: pelo sexo desde que se use corretamente a camisinha, por beijo no rosto ou na boca, por suor e lágrimas, por picada de inseto, pelo aperto de mão ou abraço. Também não é transmitida pelo contato com sabonete / toalha / lençóis, talheres/copos, em assento de ônibus ou em piscina.
Já ouviu falar sobre a janela imunológica?
Janela imunológica é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a primeira detecção de anticorpos anti-HIVproduzidos pelo sistema de defesa do organismo. Na maioria dos casos, a duração da janela imunológica é de 30 dias. Porém, esse período pode variar, dependendo da reação do organismo do indivíduo frente à infecção e do tipo do teste (método utilizado e sensibilidade).
Se um teste para detecção de anticorpos anti-HIV é realizado durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de gerar um resultado não reagente, mesmo que a pessoa esteja infectada.
Dessa forma, recomenda-se que, nos casos de testes com resultados não reagentes em que permaneça a suspeita de infecção pelo HIV, a testagem seja repetida após 30 dias com a coleta de uma nova amostra.
É importante ressaltar que, no período de janela imunológica, o vírus do HIV já pode ser transmitido, mesmo nos casos em que o resultado do teste que detecta anticorpos anti-HIV for não reagente.
Quais são os sintomas que a pessoa com HIV pode desenvolver?
Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da Aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.
Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático.
Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.
A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a Aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.
Como o diagnóstico é feito?
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo(a) usuário(a).
Há tratamento para o HIV?
Sim. O tratamento se baseia no uso dos medicamentos antirretrovirais (ARV). Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.
Como posso me previnir de uma possível infecção?
A melhor técnica de evitar a Aids / HIV é a prevenção combinada, que consiste no uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção, aplicadas em diversos níveis para responder as necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV.
Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o teste de HIV. Caso a exposição sexual de risco tenha acontecido há menos de 72 horas, informe-se sobre a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP). O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
A estratégia se dá pela distribuição de preservativos masculinos e femininos e de gel lubrificante. Outras são pela Profilaxia Pós-Exposição – PEP e a Profilaxia Pré-Exposição – PrEP.
O que é a PEP?
A PEP é a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV. Ela é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como: violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha) e em caso de acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).
O que é a PrEP?
É a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV. Consiste no uso de antirretrovirais (ARV) que são utilizados antes da exposição para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV. Essa estratégia tem se mostrado eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção.
Adaptado: Ministério da Saúde.
HIV-AIDS

Especialista em Nefrologia e Clínica Médica; Membro titular da Sociedade
Brasileira de Nefrologia Professor da Universidade Federal do Amapá
(UNIFAP); Mestre em Ciências da Saúde Preceptor de Clínica Médica. CRM
892 RQE 386