O Vaticano divulgou a imagem do projeto do túmulo do papa Francisco. O local, feito de mármore, é simples: escavado no solo, sem decoração, traz apenas a inscrição “Franciscus”.
Conforme pedido pelo pontífice, os restos mortais serão depositados na Basílica de Santa Maria Maior. Além do nome, o túmulo traz a reprodução da cruz peitoral usada por ele durante o pontificado.
O velório do papa Francisco entrou no segundo dia nesta quinta-feira (24/4), com milhares de fiéis passando pela Basílica de São Pedro, no Vaticano, para prestar as últimas homenagens. A despedida ao pontífice teve início às 6h (horário de Brasília) da quarta-feira.
No sábado (26/4), às 10h do horário local (5h no horário de Brasília), será celebrada a Missa das Exéquias, que marca o primeiro dia do Novendiali (novenário), os nove dias de luto e orações em honra ao Pontífice falecido. A celebração ocorrerá no átrio da Basílica de São Pedro e será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.
Ao fim da celebração eucarística, ocorrerão os ritos da Última Commendatio e da Valedictio — despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias.
Em seguida, o caixão do Papa será levado novamente para o interior da Basílica de São Pedro e, de lá, transferido para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será realizada a cerimônia de sepultamento.
Confira os horários que os fiéis poderão visitar o papa:
- Quarta-feira: das 11h à 0h (das 6h às 19h no horário de Brasília);
- Quinta-feira: das 7h às 0h (da 1h às 19h no horário de Brasília);
- Sexta-feira: das 7h às 19h (da 1h às 14h no horário de Brasilia).
O papa Francisco morreu após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) inesperado. Segundo os médicos, apesar da gravidade, ele não sentiu dores excessivas e, mesmo com os esforços das equipes médicas, nada poderia ter sido feito para reverter o quadro do pontífice.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o chefe do serviço de cirurgia do Hospital Gemelli, Sergio Alfieri, explicou que se encontrou pela última vez com Francisco no sábado (19/4), depois do almoço, na véspera da Páscoa. Na ocasião, o papa disse estar “muito bem”.
Entretanto, na madrugada de segunda-feira (21/4), Alfieri foi acionado pelo enfermeiro do papa, Massimiliano Strappetti, após o líder da Igreja Católica passar mal. Ele deslocou-se rapidamente ao local.
“Entrei no quarto dele e seus olhos estavam abertos. Percebi que ele não tinha problemas respiratórios e tentei chamá-lo, mas ele não respondeu. Não reagia nem mesmo a estímulos dolorosos. Naquele momento, entendi que não havia mais nada a ser feito. Ele estava em coma”, relatou o médico.
Alfieri explicou ainda que a equipe chegou a cogitar levá-lo ao hospital, mas havia risco de o papa morrer durante o trajeto. Francisco já havia manifestado o desejo de morrer em casa. “Ele morreu pouco depois. Fiquei lá com Massimiliano, Andrea, as outras enfermeiras e as secretárias. Todos chegaram, e o cardeal [Pietro] Parolin nos pediu para rezar. Rezamos o terço com ele. Eu me senti privilegiado e agora posso dizer que fui. Naquela manhã, fiz-lhe uma carícia como último adeus”, contou.
O médico ressaltou que Francisco, mesmo nos últimos dias, fazia questão de seguir a rotina. “Ele é o papa. Voltar ao trabalho fazia parte da sua terapia, e ele nunca se expôs a nenhum perigo. É como se, aproximando-se do fim, tivesse decidido fazer tudo o que precisava fazer”, contou.
No último encontro entre eles, Francisco pediu que Alfieri reunisse toda a equipe que o atendeu no Gemelli para uma confraternização como forma de agradecimento. O encontro estava previsto para ocorrer na quarta-feira (23/4).
“Ele me pediu para organizar uma reunião com todas as pessoas que o trataram no Gemelli. Eu disse que havia 70 pessoas e que talvez fosse melhor marcar depois da Páscoa, ao fim da convalescença”, explicou Alfieri.
Fonte: Metrópoles
