O monitoramento da redução será feito a cada dois anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo a primeira análise no final de 2020. Fazem parte do acordo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (ABIMAPI) e a Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).
Para estabelecer as metas das cinco categorias de alimentos, o Ministério da Saúde analisou critérios que envolvem desde o consumo e distribuição dos teores de açúcar dos alimentos até a necessidade de redução dos níveis máximos do alimento; queda dos teores de açúcares livres não resultantes em aumento no valor energético e de adição ou substituição por adoçantes, além do percentual de produtos a serem reformulados para atingirem à meta.
Considerando os produtos com maior quantidade de açúcar, os biscoitos e produtos lácteos terão os maiores percentuais de meta para redução do alimento, com a meta de retirar 62,4% e 53,9% de açúcar da composição, respectivamente. Para bolos, a meta é de até 32,4% e para as misturas para bolos, até 46,1% do teor de açúcar. Já os achocolatados, tem a meta de cair até 10,5% e as bebidas açucaradas até 33,8%.
Doenças crônicas
Os brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que, por dia, cada brasileiro, consome em média 18 colheres de chá do produto (o que corresponde a 80g de açúcar/dia), quando o recomendado seria até 12. Desse total, 64% corresponde à açúcares adicionados, aquela colherzinha a mais que você coloca nos alimentos. O restante do consumo é o açúcar presente nos alimentos industrializados.
O alto consumo de açúcar já impacta no aumento de doenças crônicas não-transmissíveis. Na última década, o diabetes cresceu 54% nos homens e 28,5% nas mulheres. Outra doença que tem crescido entre os brasileiros, e que está relacionada com o alto consumo de açúcar, é a obesidade. A condição clínica subiu mais de 60%.
Mudança de hábitos
O incentivo para uma alimentação adequada e saudável e a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. Em 2017, o Ministério da Saúde adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. O compromisso foi de deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta e ampliar no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente.
Outra ação para a promoção da alimentação saudável é a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Reconhecida mundialmente pela sua abordagem integral, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável baseada principalmente no consumo de alimentos in natura ou minimamente processados.