A declaração vem de Rosivaldo Pereira, presidente da executiva municipal do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Estado do Amapá (Sinsepeap). O sindicalista falou de várias questões que o sindicato tem enfrentado na atual gestão.
“O Sindicato tentou abrir um canal de comunicação com a prefeita de Oiapoque, Maria Orlanda, tentamos de várias formas, perdemos a conta dos ofícios que enviamos e não tivemos sucesso, a falta de comunicação nos levou a fazer uma paralização na tentativa de sermos ouvidos”, contou o presidente. A paralização aconteceu nos dias 27, 28 e 29 de maio.
Rosivaldo explica que mesmo com a paralização não conseguiram ser recebidos de imediato, “nós só conseguimos ser recebidos pela prefeita e sua equipe técnica no final da paralização, dia 29, e mesmo assim não foi um encontro positivo porque apresentamos nossa pauta de reivindicações, mas a prefeitura não apresentou pontos concretos de negociação, saímos de lá com a promessa de que, no dia 30 de agosto, a prefeitura vai apresentar uma proposta de negociação, vamos fazer uma assembleia e apresentar a proposta para os sindicalizados e deliberar, caso a proposta não seja aceita partiremos para a greve”.
Entre as principais reivindicações do sindicato estão as perdas salarias, hoje o salário de um professor está abaixo do piso salarial nacional, “a lei 11.738/2008, estabelece o valor de R$ 2.557,74, o menor salário base de um professor no Oiapoque é de R$ 1.558,43, bem distante do piso salarial nacional do magistério, ou seja uma perda de 64.01%, nosso salário nunca foi equiparado a média nacional, além disso temos a reposição da nossa data base que é reajustada todo dia 1º de maio, já estamos com uma perda acumulativa de 31%”, destacou Rosivaldo.
O Sindicato também reivindica melhorias estruturais nas condições de trabalho, “estamos sem material didático, as escolas precisam de manutenção, posso citar como exemplo a Escola Municipal Alcione Barbosa, localizada na Vila Vitoria, que se encontra com problemas na parte elétrica e em algumas centrais de ar, vale ressaltar que o nosso clima é muito quente, impossível para o aluno ter um bom rendimento, acabam sendo liberados mais cedo porque o calor é insuportável”, observou o presidente.
Outro ponto importante é a falta de merenda escolar, “as escolas municipais são do ensino infantil ao fundamental, estamos recebendo a merenda fracionada, sempre falta alguma coisa para complementar a alimentação, isso afeta os alunos porque, por conta da falta de merenda são liberados bem antes do final do horário escolar, acabam tendo um rendimento bem abaixo do necessário”.
Rosivaldo ressalta que faz bastante tempo que a gestão municipal do Oiapoque não tem à frente uma pessoa realmente comprometida com a melhoria da qualidade de vida dos moradores, “como filho do Oiapoque eu anseio que tenhamos à frente da prefeitura um gestor que realmente se preocupe com o nosso município, nós somos um portal de entrada, fazemos fronteira com a Europa, temos necessidade de ser um modelo, melhorar a aparência da cidade, precisamos de um prefeito que pense políticas públicas para o desenvolvimento econômico, social e cultural de Oiapoque, para que isso aconteça temos que repensar a escolha dos nossos representantes, estamos às portas de uma eleição, bem na hora de analisarmos quem vai nos representar”, finalizou.