- Eu quero ficar bonitão, Doutor!
Não consigo segurar um sorriso: - Mas você já é bonitão, Paulo!
Ele fala baixo, como se fosse um segredo: - Não, Doutor! Eu preciso ficar cabeludo!
Não resisto.
Passo a mão na minha careca e brinco: - Eu posso deixar você bonitão, mas mais do que eu, não vai ficar!
Ele ri: - Eu li um artigo sobre células-tronco de cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos sobre uso para crescimento do cabelo.
Já concordo com ele e complemento: - Sim, é possível retirar o sangue do paciente e depois processá-lo numa centrífuga eusamos o plasma para injetar no couro cabeludo.
- E funciona mesmo?
- Sim! Eu só estou careca porque eu quero.
Ele torce o nariz, eu continuo: - O resultado é totalmente satisfatório, vou mostrar umas fotos de pacientes para você ver.
Após o Paulo ficar totalmente convencido, vendo meus tantos pacientes cheios de madeixas, seguimos para sua sessão, que durou cerca de uma hora e já marcamos o retorno em dois meses. - Vai dar certo, né, Tércio?
- Já deu, meu querido!
Eu sigo tranquilo o meu dia de trabalho, pois sei da alegria que ele vai retornar em pouco tempo, isso porque o sangue do próprio paciente é rico em plaquetas e após a aplicação no couro cabeludo, ocorre uma melhora da circulação, além da ancoragem, densificação e crescimento dos fios. Resumindo: os fios engrossam e novos surgem.
No caso do Paulo, ele já tinha feito a aplicação de células-tronco de forma endovenosa, que é o que eu chamo de técnica de sanduiche, quando tratamos o paciente por dentro e por fora, de forma local, onde ele mais tem sua necessidade.
A aplicação no sangue levará as milhões de células-tronco exatamente onde elas precisam ir, regenerando o organismo a nível celular, isso tem um resultado impressionante, pois ocorre uma regeneração e rejuvenescimento por completo. Tudo muda: suas células, seus órgãos, sua pele, cabelo, musculatura, disposição, humor, sono, apetite e vontade e viver.
Veja, as células-tronco que seguem via endovenosa tem idade de zero anos, pois são células-tronco mesenquimais, advindas de cordão umbilical, ou seja, com uma pujança muito maior do que as células de uma pessoa adulta, o sistema reage positivamente a essas células, pois elas chegam com força, vitalidade e muitas formas de cura.
O tratamento endovenoso promove curas que nem chegamos a saber quais são, pois além de curar o que já existe, cura o que ainda nem se manifestou, é um verdadeiro processo preventivo, regenerativo e do melhor rejuvenescimento possível.
É claro que o tratamento local é estético, mas somado ao tratamento endovenoso, o Paulo vai transforma sua vida da água para o vinho.
Rio comigo mesmo.
“Não se trata de ficar bonitão apenas, mas de estar no potencial máximo de saúde, jovialidade, performance física e mental. Tudo muda!”
Dois meses passam lindamente com muitos processos regenerativos e pacientes felizes, até que chega o dia do retorno do Paulo. Ele entra na minha sala, passando a mão nos novos fios de cabelo, ainda curtinhos, mas cheios e brilhantes.
Ele faz graça: - O bonitão chegou, Doutor!
Me levanto e respondo a altura: - Nada disso, o bonitão já estava aqui, agora chegou o lindo!
Caímos na risada.
Não há nada mais satisfatório para mim, do que ver um paciente feliz, curado, livre das queixas que tinha e se sentindo pleno outra vez.
Nos sentamos. - Me conte, Paulo, como você está?
Ele balança o queixo para cima e para baixo: - Impressionado, Doutor, eu não sabia que a minha vida ia mudar assim.
Cruzo os braços e fico em silêncio, atento ao que ele tem a dizer.
Ele prossegue: - Eu nem acredito em tudo que aconteceu, minha vida parece que mudou.
Não deixo de acrescentar: - E vai continuar mudando e melhorando até seis meses, não se esqueça.
Ele assente e continua: - Eu estou até correndo outra vez, me sinto disposto, com vontade de acordar cedo. Antes sempre acordava cansado, agora parece que sou um adolescente, tenho energia, vontade de fazer um monte de coisas.
- E o que você tem feito?
Ele sorri de forma uma pouco maliciosa: - Bom, o bonitão aqui está namorando, né?
Caio no riso: - Aí, sim, hein?
Ele conta mais novidades: - Estamos passeando muito, viajando, fazemos exercícios juntos.
Ele respira fundo e me olha nos olhos: - Obrigado, Tércio, quando eu vim aqui, só estava preocupado com o cabelo, mas você me deu muito mais.
- Vontade de viver, né?
- Sim, eu estou vivendo outra vez! Me sinto vivo! Muito obrigado!
Ele passa a mão no cabelo e inevitavelmente faz mais uma piada: - Tô bonito, não tô?
Respondo a altura: - Acho que eu até vou largar da minha mulher, viu, Paulo…
E pisco para ele.
Rimos e seguimos a consulta nesse tom: de vida, de cura!
“Obrigado, meu Deus! Muito obrigado!”
Doutor Tércio Rocha, especialista em Medicina Regenerativa
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