Mais um policial militar suspeito de estar envolvido na execução do delator do Primeiro Partido da Capital (PCC), Vinícius Gritzbach, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi preso neste sábado (18/1).
O tenente, que inicialmente não teve a identidade revelada, é apontado pela investigação como o condutor do carro usado pelos executores do empresário.
Ele foi detido por uma equipe do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo (PCSP), no bairro Jardim Umuarama, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo.
A PCSP informou que o militar será levado à sede do DHPP e, depois, encaminhado ao Presídio Romão Gomes, da Polícia Militar (PMSP). A prisão temporária do suspeito por 30 dias foi autorizada pelo juiz da Vara do Júri de Guarulhos.
Com isso, sobe para 16 o número de PMs presos por suspeita de ligação com o caso do empresário. Os outros 15 policiais militares, detidos nessa quinta-feira (16/1), tiveram a prisão mantida pela Justiça Militar no dia seguinte, após passarem por audiência de custódia.
Quatorze deles prestavam escolta privada ao empresário, apesar do histórico criminal conhecido de Gritzbach. Eles também são investigados por suspeita de ligação com o PCC, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
O outro policial da ativa detido na quinta-feira (16/1), o cabo Dênis Antonio Martins, foi apontado pela Polícia como o autor dos disparos que mataram o delator da facção criminosa.
Após a Operação Prodotes da Corregedoria da PMSP que levou à prisão dos investigados, nesta semana, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) elogiou as polícias do estado.
“As polícias de São Paulo têm compromisso inegociável com a ética e legalidade. Desvios de conduta serão severamente punidos e submetidos ao rigor da lei”, afirmou o governador, no X (antigo Twitter), na quinta-feira (16/1).
Entenda o caso:
- Gritzbach foi assassinado em novembro de 2024, em frente ao Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. O empresário de 38 anos era jurado de morte pelo PCC;
- Durante uma delação, Gritzbach detalhou como a facção lavava dinheiro, além de revelar extorsões cometidas por policiais civis. Tanto eles quanto PMs investigados foram afastados das funções;
- Na quinta-feira (16/1), uma operação da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) que investiga integrantes da corporação suspeitos de terem envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) prendeu 15 possíveis envolvidos com o caso Gritzbach;
- Entre os agentes está o policial militar da ativa Dênis Antonio Martins, identificado pela Polícia como o autor dos disparos que mataram o delator do PCC;
- Outro tenente foi preso neste sábado (18/1). Ele é suspeito de ser o condutor do carro usado pelos criminosos na execução do empresário;
- A Corregedoria da PMSP iniciou a Operação Prodotes após receber uma denúncia anônima, em março de 2024, que mencionava supostos vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados ao PCC;
- A investigação revelou que policiais militares prestavam escolta privada a Gritzbach, apesar do histórico criminal dele;
- As apurações também demonstraram que informações estratégicas teriam sido vazadas por policiais militares da ativa, da reserva e ex-integrantes da corporação, o que permitia a integrantes do PCC evitarem prisões e prejuízos financeiros.
Fonte: Metrópoles