Apesar de muitos empreendedores ainda não darem a devida atenção a tais práticas, quem vai por esse caminho não raro comanda negócios obsoletos e ultrapassados. Mas pode ser ainda pior, pois os resultados acabam afetados de maneira negativa. E para virar o jogo que iniciativas como as cleantechs se destacam.
Não resta dúvida de que as tecnologias limpas – como é característico delas – vieram para ficar. Fazem economia (diminuição de custo) das empresas tradicionais e acabam por mudar o perfil das empresas com baixo perfil de inovação. Assim, as companhias se desenvolvem ao passo em que cuidam do meio ambiente e têm responsabilidade social.
Como é o perfil desse tipo de startup, chamada de cleantechs, e quais as principais tecnologias envolvidas e muito mais.
Empresas ou Startup Cleantech são organizações embrionárias que têm como principal pegada, a característica e a preocupação com o meio ambiente. Por conta disso, são também chamadas de startups verdes, já que incentivam os cuidados com a sustentabilidade. Em outras palavras, utilizam soluções inovadoras como alicerce para melhorar o desempenho dos negócios, reduzindo desperdícios e custos. Assim, percebemos que há um ganho em ambas as vias. Por outro lado, transforma o mundo em um local amigável para a convivência entre seres-humanos e a natureza, monetizando. Seu objetivo é a sintonia entre o crescimento do mercado e a eliminação do impacto ecológico negativo, utilizando de maneira sustentável os recursos naturais. Assim, para ser classificada como uma cleantech, uma empresa deve: Otimizar as atividades com os recursos disponíveis, Poluir menos e Aplicar um modelo de negócio escalável.
É por isso que se aplica às cleantechs conceitos de tecnologia aliados ao ambientalismo. São priorizados os materiais e fontes de energia sustentável, como o vento, a luz, o calor e a força das marés. Além disso, existe a preocupação com a redução de uso de recursos não renováveis, como o petróleo, o gás natural e o carvão. Por fim, vale citar a diminuição da produção de rejeitos. Tudo isso com um crescimento calculado, que permite a busca pelo sucesso financeiro diminuindo a agressão ao planeta. Não é a toa que essa já é uma indústria tão poderosa. Especula-se que, em 2022, ela movimente aproximadamente 2,5 trilhões de dólares, conforme dados do Smart Prosperity Institute.
Algumas delas até podem ser utilizadas por você em seu cotidiano. Painéis solares e carros elétricos são um bom exemplo, mas há muitos outros. E, certamente, elas estarão cada vez mais presentes.
Veja os 8 setores de atuação das cleantechs, quais seus benefícios e, juntos, no que eles resultam? De acordo com a Kachan, uma consultoria e publicação focada no setor, existem oito grandes nichos, que se subdividem em outras subcategorias, e que desembocam em uma visão de futuro de um mundo mais sustentável.
AGRICULTURA: Subcategorias: cultivo, agricultura em ambiente controlado, silvicultura sustentável, criação de animais e agricultura.
ÁGUA: Subcategorias: produção, tratamento, distribuição, eficiência no uso da água, monitoramento e conformidade.
AR & MEIO AMBIENTE: Subcategorias: controle de emissões, biorremediação, reaproveitamento de resíduos, monitoramento e conformidade.
ARMAZENAMENTO DE ENERGIA: Subcategorias: sistema de armazenamento químico, sistema de armazenamento térmico, sistema de armazenamento mecânico e sistema de armazenamento elétrico.
EFICIÊNCIA: Subcategorias: redes inteligentes (smart grids), arquitetura verde (green building), cogeração, semicondutores e sistemas de consumo colaborativo.
ENERGIA LIMPA: Subcategorias: eólica, solar, combustíveis renováveis, energia dos oceanos, biomassa, geotérmico, células de combustível, resíduos, nuclear e hídrica.
INDÚSTRIA LIMPA: Subcategorias: inovação em materiais, inovação em design, inovação em equipamentos, processos produtivos, monitoramento e conformidade e embalagem ecológica.
TRANSPORTE: Subcategorias: veículos, gestão de tráfego, infraestrutura, abastecimento e carregamento. (tecmundo.com.br e fia.com.br) [email protected].
Marcelo Creão
Ex-secretário de Estado na SEMA-AP, mestre em Biologia Tropical e Recursos Naturais, professor de Gestão Ambiental na FAMA.