A defesa de Suzane Louise von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pelo homicídio dos próprios pais, está recorrendo às notas obtidas por ela no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ao seu trabalho na oficina de costura da penitenciária e às leituras feitas no cárcere para tentar reduzir sua sentença.
Suzane deixou a cadeia em janeiro de 2023, após ficar mais de 20 anos presa. Atualmente, ela cumpre pena no regime aberto — ou seja, embora esteja livre, não pode se ausentar de casa entre 20h e 6h, não pode viajar sem autorização judicial e nem beber em locais públicos.
O novo pedido da defesa busca reduzir a pena justamente para que Suzane não tenha que enfrentar tantas restrições. A informação sobre a nova manobra jurídica foi divulgada pela coluna True Crime, do jornal O Globo.
De acordo com a coluna, Suzane só estará totalmente quite com a Justiça em 2042. Para abreviar esse período, a advogada Sthefanie Guadalupe dos Santos anexou em sua petição as notas obtidas por sua cliente no Enem — como 664,5 em História e Geografia; 647,1 em Matemática; e 634,1 em Português.
Além disso, acrescentou um pedido de remissão de 98 dias de trabalhos realizados na oficina de costura da Penitenciária de Tremembé entre 2021 e 2023.
Por fim, a advogada relacionou as resenhas feitas por Suzane de livros, proposta do programa “Lendo a Liberdade”, da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Entre as obras lidas por Suzane por meio desse projeto estão “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, e “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.
No total, a advogada pede 214 dias de remissão. O pedido não foi julgado.
Filho e faculdade
Atualmente, Suzane vive em Bragança Paulista, interior de São Paulo. Ela está casada com o médico Felipe Zecchini Nunes. O casal teve o primeiro filho no dia 26 de janeiro deste ano.
Em fevereiro, ela começou a cursar a faculdade de direito no campus Bragança Paulista da Universidade São Francisco. Suzane foi aprovada na instituição com louvor após usar a nota do Enem.
Com informações Metrópoles