Atividades físicas para idosos
Práticas de pouco impacto são as mais indicadas para quem está acima dos 60 anos. Caminhadas, atividades na água, alongamento, dança e musculação são atividades que desenvolvem flexibilidade, equilíbrio e força muscular, e que são de fácil realização para não causar lesões.
Aos interessados em vencer o sedentarismo, o importante é saber que nunca é tarde para iniciar os exercícios de forma regular. Manter-se ativo na terceira idade diminui o risco de depressão, doenças do coração, osteoporose, diabetes e alguns tipos de câncer. Se exercitar também é uma oportunidade de ampliar os vínculos sociais e fazer amizades.
“Dê preferência as atividades em grupo, para que além da parte física seja trabalhada as questões psicológicas e sociais. E evite atividades com grande impacto e muito vigorosas, com alta intensidade”, sugere Thiego da Silva Socoloski, profissional de educação física do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) de Chapecó (SC).
Para esta faixa etária, o educador destaca a importância dos exercícios que trabalham a coordenação motora e o equilíbrio, e que melhoram a força nos membros inferiores, para aumentar a independência do idoso e segurança nas atividades da vida diária.
Bento de Souza (foto), 82 anos, pratica atividade física desde a infância, quando estudava em colégio militar e hoje comemora a capacidade de continuar se exercitando. “As atividades físicas e a educação física – sou reformado do exército e também educador físico aposentado – me ajudaram muito e continuam me ajudando. Hoje eu corro, faço ginástica, tenho boa saúde e agradeço muito por ter seguido uma vida praticando atividades físicas. Não beber, não fumar e correr é o básico que recomendo a todos”, ensina Bento.
Conheça os benefícios das atividades mais recomendadas para idosos e dicas para começar a praticar:
Caminhadas
Com caminhadas diárias, o idoso previne ataques e problemas do coração, controla a pressão arterial e reduz os níveis de colesterol. Além de tonificar os músculos e fortalecer os ossos, a caminhada diária aumenta a energia, controla o peso, melhora o sono e o bem-estar físico e mental.
“As caminhadas estão entre os exercícios mais estudados, existe bastante segurança e tem a vantagem de não necessitar de novas habilidades”, avalia Alexandre Leopold Busse, professor de geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) associado à Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
Segundo Busse, é possível iniciar as caminhadas com pouca velocidade e pequenas distâncias. “Após avaliação médica, a cada semana pode-se aumentar progressivamente até atingir 30 minutos, cinco vezes por semana, ou mesmo 50 minutos, três vezes por semana, com uma velocidade capaz de produzir suor e acelerar a respiração”, destaca.
Atividades na água
As atividades aquáticas, como natação e hidroginástica, permitem a realização de movimentos sem impactar articulações e tendões. “A hidroginástica é bastante popular por ser uma atividade segura. Existem potenciais benefícios tanto na capacidade aeróbica como na força muscular e flexibilidade, dependendo do treino”, avalia Busse.
Além dos efeitos musculares, as atividades na água são benéficas para o sistema respiratório e cardiovascular, ajudando na recuperação de enfermidades. Também ajudam a aliviar o estresse e dão maior disposição para enfrentar as atividades do dia a dia.
Alongamento
Estudo publicado na Revista Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, mostra que exercícios de alongamento, por serem de fácil aplicação e aprendizagem, tornam-se uma opção simples e eficaz na melhora da capacidade funcional e qualidade de vida de idosos.
“Os alongamentos são recomendados para melhorar a flexibilidade, com benefícios na funcionalidade, equilíbrio e controle de dores de origem muscular. Em geral são associados a outros tipos de exercícios, ao final do treino”, pontua o professor de geriatria Alexandre Busse. Podem ser feitos antes e depois da caminhada, por exemplo.
O educador físico Thiego Socoloski lembra que os alongamentos são recomendados principalmente para idosos com pouca mobilidade, que tenham limitações para realização de atividade mais vigorosas.