Na Esplanada, os problemas são semelhantes. Desagradou os socialistas ao tirar Márcio França do Ministério dos Portos e Aeroportos; vale dizer que mexeu também com o vice Alkimin, do mesmo partido. Botou lá um deputado do Republicanos, Silvio Costa Filho. Só que o Republicanos não acompanhou. Emitiu nota afirmando que não faz parte do governo; que é independente e que Sílvio está lá por motivos pessoais. O caso de Juscelino Filho é diferente: está nas Comunicações porque o ministério foi dado ao União Brasil e Lula, que na primeira reunião ministerial prometeu que “quem estiver errado só tem um jeito, ser convidado a sair”, nada faz diante do bloqueio de bens em razão de emenda em favor da irmã prefeita, além dos casos conhecidos do asfalto, do leilão de cavalos e do uso de jatinho da FAB. Mas o Ministério é do União Brasil. O Progressistas não se satisfez com o Ministério que era de Ana Moser, e exige ampliação para apostas esportivas e também está de olho na Fundação da Saúde e na Caixa Econômica.
Lula vai para o exterior para ficar longe desses problemas? Mas, distante, parece saudoso deles e cria mais alguns. Disse que vai convidar Putin e não vai prendê-lo, mas depois alguém avisou que a ordem é de um Tribunal do qual o Brasil é estado-membro. Aí, ele se justifica e piora: primeiro diz que nem sabia da existência do Tribunal Penal Internacional, mesmo tendo citado expressamente o tribunal em seu discurso de posse em 2003 e mesmo tendo indicado uma juíza para aquele tribunal. E ainda piora: pergunta porque os Estados Unidos, China e Rússia não fazem parte do órgão internacional de justiça, e afirma que fazem parte do TPI “só bagrinhos”. Que são 123 países, inclusive França, Itália, Alemanha e latino-americanos. Que trabalhão vai ter o Itamaraty… O Presidente, se tivesse lido a Constituição, encontraria o Tribunal citado no parágrafo 4º do artigo 5º.
Agora está de volta, mas já vai a Cuba sexta-feira, por dois dias, e depois Nova Iorque. Pouco tempo em Brasília para encontrar soluções para problemas que não precisariam existir, e que tomam espaço de questões mais concretas, como o excesso de gastos e a queda na arrecadação, num país em que a insegurança jurídica se avoluma tanto quanto as despesas do estado. E ainda há a gigantesca tragédia no vale gaúcho do rio Antas-Taquari, que lembra Brumadinho, no primeiro mês de mandato do presidente anterior.