Os cenários políticos eleitorais são, normalmente, marcados por incertezas e disputas acirradas entre os candidatos. O município de Macapá, nesta eleição, tem uma experiência de exceção. O atual prefeito de Macapá, Antônio Furlan, surge como uma exceção à regra. Com uma aprovação histórica de sua gestão de 96% e liderando as pesquisas de intenção de voto com impressionantes 92%, Furlan se posiciona como o político mais bem avaliado do Brasil. O médico cardiologista, que busca a reeleição, parece ter construído uma relação de confiança inabalável com a população, algo raro nas gestões e no campo das disputas eleitorais. Esse fenômeno político precisa ser analisado.
Os números da performance de Antônio Furlan chegam a desafiar os estudiosos de política, porque são reflexos de uma gestão marcada por atributos muitos bem delineados: proximidade com os munícipes; diálogo constante com a câmara; e uma atenção especial às demandas das áreas periféricas da cidade. Desde que assumiu a prefeitura, Furlan manteve uma relação direta com a população, em especial com o eleitorado feminino, e com os vereadores da cidade, fortalecendo alianças estratégicas que consolidaram sua singular liderança no município.
A aprovação de sua gestão, que beira a unanimidade, contrasta com os frequentes desafios enfrentados por outros gestores públicos, frequentemente alvos de críticas e resistência. Com uma rejeição de apenas 3%, Furlan não apenas navega em águas tranquilas, mas parece estar em um caminho irreversível rumo à reeleição. A baixa rejeição é um indicador claro de que sua administração conseguiu atender a uma vasta maioria das expectativas da população. Para muitos analistas políticos, os números expressivos de Furlan revelam um fenômeno quase sem precedentes nas disputas eleitorais brasileiras. A história recente do país tem sido marcada por polarizações políticas intensas e por uma insatisfação generalizada com figuras públicas, tornando surpreendente o fato de um prefeito alcançar tal grau de popularidade. É justamente essa singularidade que torna o caso de Furlan um ponto de estudo para especialistas no campo eleitoral.
A trajetória de Furlan tem um componente estético relevante o que afirma que a estratégia adotada por Furlan, ao longo de seu mandato, foi altamente eficaz. O filósofo francês Jacques Ranciére afirma que a política é essencialmente estética e que se revela na partilha do sensível, teoria que se manifesta no encontro discordante das percepções individuais. Tudo indica que Furlan teve a perspicácia de compreender as massas e fazer, de forma adequada, essa partilha do sensível. O certo é que Furlan se sintonizou com o munícipe como se adentrasse em suas entranhas descobrindo suas necessidades e sintetizando-as nas ações de governo. Nenhuma aprovação nasce de elementos subjetivos quando se trata de política pública, mas brota da objetividade do plano sensível no modus vivendi da sociedade. A experiência fenomenológica de Furlan no campo eleitoral, sob a perspectiva de Husserl, talvez explique os números favoráveis do atual prefeito.
A fenomenologia do favoritismo de Furlan
