Ana provou, e não simplesmente provou; àquela mulher viu a bondade do Senhor em sua vida. Ela foi bem-aventurada, pois confiou no Senhor, o Deus de seu marido.
O que é milagre para você?
Que a vida de Ana foi um milagre nas mãos de Deus, isso é indiscutível para todo aquele que conhece sua história e o que Deus fez a partir das orações daquela mulher. Deus não somente a honrou, como fez do resultado de suas súplicas um valioso instrumento dos céus aqui na terra.
Mas e para você, o que é milagre? Naquele momento era Ana precisando de um milagre, mas hoje pode ser você ou alguém que você conheça. Então responda para si mesmo o que é milagre em sua concepção. Seja sincero e veja o que sua resposta diz à sua mente. Lembre-se, Deus não é um serviçal a nossa disposição em todos os momentos; filtre seus pedidos e suas necessidades.
Para mim, milagre é tudo aquilo que vai de encontro ao propósito de Deus. É quando o homem pede aquilo que não vai tão somente satisfazer a sua existência, antes servirá como um alívio para sua caminhada, junto é claro, de um plano maior do Senhor. Em outras palavras, milagre é algo que acontece com você para atingir outras vidas. É a rua que se abre em direção à estrada da salvação chamava Jesus de Nazaré, o único digno de abrir o selo.
Podemos usar diversas passagens da bíblia que servem como base para provar que o milagre é algo que deve acontecer na vida do homem para glorificar o nome do Senhor, a saber: João 9: 1-3. O milagre acontece para que através deste feito seja percebido o poder de Deus na humanidade.
Quem foi Elcana?
Elcana foi um homem da cidade de Ramataim-Zofim, região montanhosa da tribo de Efraim. Este homem teve duas mulheres que se chamavam Ana e Penina – prática bem comum naqueles tempos e que perdura até os dias de hoje em algumas regiões do Oriente Médio.
A bíblia nos conta em 1 Samuel, a partir do capítulo 1, que este homem subia todos os anos para adorar e oferecer sacrifícios ao Senhor na cidade de Siló. À Penina e seus filhos e filhas, ele dava uma porção de sua oferta, mas à Ana, por ser amada, ele dava porção dupla (versículo 5).
Perceba que Elcana, homem que seguia algumas das tradições daquele tempo – ora, afinal ele coabitava com duas mulheres – amava mais a Ana que Penina, mesmo Ana sendo estéril. Essa é uma das grandes lições que tiramos da história dessa valorosa mulher: devemos amar, ainda que isto implique em não receber absolutamente nada em troca. No caso daquele homem, um filho vindo do ventre da mulher amada!
Penina: alguém cujo coração não está em Deus
Quantos de nós não recebemos palavras diárias de pessoas descrentes de Deus que, ao ver nosso sofrimento e luta questionam-nos: “onde está o seu Deus?”
Todo aquele que serve ao Senhor serve de zombaria para o próximo. Todo aquele que espera no Senhor, enfrenta momentos de humilhação e provocação. Assim foi com Ana perante sua rival, Penina (1 Samuel 1:6).
Imagina para uma mulher nos tempos bíblicos não ter a capacidade de procriar? Era algo humilhante, era como não ter nenhuma serventia e, para alguém que tinha de dividir a atenção do marido com outra, era como um prato cheio de cólera e sarcasmo.
Posso imaginar em um domingo após mais um culto, aquela irmã que olha para a outra irmã com olhar de inveja e solta: olha lá, já vai a solteirona novamente pra casa. De que adianta ser amada por Deus se não tem como retribuir todo esse amor? Forte, não é mesmo? Mas talvez Penina pensasse exatamente assim de Ana em sua relação com Elcana: “Olha lá, ali está a mulher vazia. Amada por Elcana, mas incapaz de corresponder a esse amor. Mas eu não, eu correspondi às suas expectativas – lhe dei filhos e filhas.”
A irmã da igreja assim como Penina, só não poderia imaginar que Deus não precisa de correspondência para amar alguém, tampouco Elcana necessitava de um filho para ser completamente apaixonado por Ana.
Mais vale um amor sincero que um gostar trocado por migalhas de “presentes” por obrigação.
Ana precisando de um milagre
Ana não queria um milagre para fazer daquela situação algo de sua posse. Ana queria um milagre para fazer valer a sua existência. Ana queria se sentir útil e retribuir o amor de seu marido.
Mas posso ir além, pois a partir do versículo 9, podemos perceber que ali estava muito mais que um pedido em prol de si mesma. Ali Ana dizia naquelas orações: “Deus, sei que o Senhor não tem obrigação de me conceder nada do que eu pedir, mas olhe pra mim, olhe para essa mulher angustiada que a tristeza tem acometido dia após dia, que tem servido de escárnio para uma mulher que pensa ser melhor do que tua serva por ser capaz de dar à luz. Faz de mim alguém capaz de gerar uma vida, não para a minha glória, mas para que o teu nome seja glorificado e visto como o nome sobre todo nome.”
Ana confiou que Deus poderia não somente lhe dar um filho, mas que Ele próprio daria a resposta à Penina. O próprio Deus diria através do milagre de Ana: “Eu, o Senhor da vida de toda a humanidade, permiti o milagre na vida desta mulher para lhes provar que EU FAÇO PELO HOMEM, EXATAMENTE AQUILO QUE ELE JÁ NÃO TEM A CAPACIDADE DE FAZER.” O nome disso é milagre. Deus opera milagres para engrandecer ao seu nome. Somos apenas o canal.
No versículo 8, do mesmo capítulo, Elcana pergunta a Ana o motivo pelo qual ela chorava e emenda lhe questionando se ele não poderia ser melhor para ela do que dez filhos. Aquele homem certamente amava a Ana.
A ousadia de Ana
Ana ousou, e podemos observar tal ousadia em 1 Samuel 1:11, quando fazendo um voto com o Senhor, lhe promete que se a partir dela nascesse um varão, ele seria oferecido a Deus por todos os dias de sua vida e que navalha alguma passaria sobre a sua cabeça.
Que ousadia! Que prova! Que confiança!
Quantos de vocês teriam tal coragem?
Você seria capaz de pedir a Deus algo que tanto deseja e simplesmente, no ato da conquista, devolver ao Senhor em forma de gratidão?
Difícil imaginar, não é verdade? Caramba, eu tanto quis, tanto fiz, e agora devolvo para aquele que me presenteou? Presente não se devolve, não é verdade?
Ela não somente orou, mas no meio de sua súplica, precisou ouvir de Eli, o sacerdote, que ela estava bêbada por apenas mexer os seus lábios, sem que dali saísse som algum. Quantos de nós no processo de oração não passamos por pré-conceitos, por momentos em que diversas pessoas nos dizem que deveríamos nos afastar de Deus?
Quem foi que disse que servir ao Reino é tarefa fácil?
Ana ainda teve tempo de explicar a Eli, leia do versículo 15 ao 18. Ana não somente explicou, mas recebeu do sacerdote uma palavra de ordem, algo que profeticamente, entendendo o contexto da situação, poderíamos dizer que era o próprio Deus confirmando a aceitação das súplicas de sua serva: “Vai em paz e o Deus de Israel te conceda o pedido que lhe fizeste.” (V17)
O milagre nasce e é chamado: SAMUEL
A bíblia diz que eles voltaram para casa, em Ramá, e então Elcana coabitou com Ana. Naquele instante o Senhor se lembrou dela e lhe concedeu o desejo de seu coração: ela já não mais seria o motivo das risadas de Penina, agora seria alguém ativa no reino. Ela seria a mãe do profeta que um dia ungiria o rei de Israel – a raiz de Cristo no mundo.
Ana não sabia, mas aquele pedido era exatamente o que Deus estava esperando para trazer ao mundo um grande homem.
Quantos de nós não pedimos algo que não acrescentará absolutamente nada ao reino, não é verdade? Deveríamos deixar de lado nossas particularidades e os bel-prazeres passageiros deste mundo e suplicar aos céus aquilo que pode mudar a história de um povo, de uma cidade, de uma rua ou de uma família.
Você acredita em milagres? Ana acreditou, confiou e teve a resposta para aquilo que tanto amargurava o seu coração: podem zombar da tua vida ou dizer que para nada você serve, mas a última palavra vem do Senhor.
Acredite em milagres! Creia que Ele pode mudar a tua história, sobretudo, creia nos milagres que mudarão vidas alheias através da estrada de bençãos que Deus quer inaugurar em você.