Cristo ressuscitou! Sim, verdadeiramente ressuscitou! Ainda caminhamos na alegria da ressurreição, e neste 3º Domingo após a Páscoa, somos convidados a nos alegrar — não apenas porque Jesus venceu a morte, mas porque Ele continua transformando vidas com Sua graça. Os textos de hoje, os quais servirão para nossa reflexão nos mostram claramente essa transformação: do choro à alegria conforme o Salmo 30 que entre os seus versículos destacamos o versículo 5: “A sua ira dura só um momento, mas a sua bondade é para a vida toda. O choro pode durar a noite inteira, mas de manhã vem a alegria.” Algo muito semelhante a respeito da transformação percebemos por meio da história do perseguidor da Igreja a Apóstolo, conforme Atos 9.1-22, do qual também destacamos os versículos “(4) — Saulo, Saulo, por que você me persegue? (5) — Quem é o senhor? — perguntou ele. A voz respondeu: — Eu sou Jesus, aquele que você persegue… (10) Em Damasco morava um seguidor de Jesus chamado Ananias. Ele teve uma visão, e nela apareceu o Senhor, chamando: — Ananias! Ele respondeu: — Aqui estou, Senhor! (11) E o Senhor lhe disse: — Apronte-se, e vá até a casa de Judas, na rua Direita, e procure um homem chamado Saulo, da cidade de Tarso… (13) Ananias respondeu: — Senhor, muita gente tem me falado a respeito desse homem e de todas as maldades que ele fez em Jerusalém com os que creem no Senhor… (15) Mas o Senhor disse a Ananias:— Vá, pois eu escolhi esse homem para trabalhar para mim, a fim de que ele anuncie o meu nome aos não judeus”. Com a presença de Jesus existe a transformação por graça, pescador a pastor, conforme vemos em João 21.1-19, onde no versículo 15 o Senhor Jesus diz: “(17) — Simão, filho de João, você me ama? Então Pedro ficou triste por Jesus ter perguntado três vezes: “Você me ama?” E respondeu: — O senhor sabe tudo e sabe que eu o amo, Senhor! E Jesus ordenou: — Tome conta das minhas ovelhas.” O cuidado não fica só na escala terrena, aqui começa, mas em Apocalipse é revelado que os que servem a Deus viverão para sempre como adoradores do Senhor Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, conforme o registro de Apocalipse 5.13: “Então ouvi todas as criaturas que há no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, isto é, todas as criaturas do Universo, que cantavam: “Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro pertencem o louvor, a honra, a glória e o poder para todo o sempre!””.
A coleção dos textos para este final de semana nos fala e aponta para a transformação pela graça de cristo que de desesperança no dá ânimo restauração.
Vejamos: O evangelho de João nos mostra os discípulos de Jesus confusos, tinham visto, presenciado grandes feitos, mas naquele momento tudo parece um tanto quanto sem sentido. O que tinham presenciado na Sexta-feira Santa, dia da morte de Cristo agora estava lhes causando dúvida, não conseguiam compreender com suas próprias forças e suas maneiras de pensar.
Eles não tinham dúvidas que o Mestre havia sido crucificado. Sim, havia também ressuscitado. Jesus já lhes aparecera ressuscitado duas vezes (João 20.19-22): Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E, dizendo isto, lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Também já havia dado provas para o teimoso Tomé lhe dizendo (João 20.29): Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.
Eles já tinham tido momentos de alegrias incomparáveis, mas depois de uns dias passados as incertezas vieram lhes atormentar, estava tudo muito obscuro. Mesmo que tinham ouvido Jesus falar sobre sua morte a ressurreição viviam momento de incertezas eles conheciam as profecias messiânicas. Jesus as havia explicado. Mas, estavam por demais influenciados pelo “espírito da época”, liderado pelos fariseus e Saduceus que mesmo estes dois grupos sendo inimigos uniram forças para combater ao Senhor Jesus. Tristes, abatidos, perplexos pelos acontecimentos, sete dos discípulos, Simão Pedro, Tomé, Natanael, João, Tiago (Mateus 4.21), e “mais dois dos seus discípulos”, provavelmente integrantes do grupo dos setenta (Lucas 10.1), dirigiram-se para a Galiléia. Por que Galiléia? Primeiro, porque a grande maioria dos discípulos era desta região da Palestina; segundo, talvez instintivamente devido à lembrança da profecia de Jesus (Mateus 26.32) quando lhes disse: Mas, depois que eu ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galiléia.
Uma vez na Galiléia, diante do futuro “incerto”, Pedro tomou uma resolução: “Vou pescar”. Nada melhor que o trabalho para vencer a depressão! A proposta de Pedro foi aceita pelos demais. “Disseram-lhe os outros: Também nós vamos contigo “(João 21.3): Simão Pedro disse aos outros: —Eu vou pescar. —Nós também vamos pescar com você! —disseram eles. Então foram todos e subiram no barco, mas naquela noite não pescaram nada.
No íntimo talvez pensassem: O “sonho” acabou, mas a vida continua, vamos fazer o que sempre fazíamos. Tem um ditado popular que diz algo do tipo: Alegria de pobre dura pouco. Será mesmo? Será que alegria de quem tem um salvador dura pouco? Se prestarmos atenção na leitura do Evangelho, posso dizer que, este ditado está errado, quem tem um salvador chamado por Jesus Cristo não tem poucas alegrias, mas muitas alegrias, e alegrias até mesmo em meio aos sofrimentos de serem servos de Cristo. Só que isso não era compreendido pelos discípulos de Cristo.
Eles achavam que voltar a realidade era a melhor opção. A realidade, porém, lhes foi adversa. O mar de Tiberíades, sempre tão piscoso, nesta noite “não estava para peixe”. Ao romper da alvorada desistiram, e começaram a remar para a praia. Estavam cansados, abatidos, chateados. Nada dera certo. E agora? Nisto ouvem alguém da praia perguntar: “Filhos, tendes aí alguma cousa de comer?” Quem seria? Pouco importa.
A fome que sentiam devido uma noite inteira de trabalho infrutífero, os levou a um seco: Não! Mas estranhamente, apesar do cansaço, obedecem-lhe a sugestão: “—Joguem a rede do lado direito do barco, que vocês acharão peixe!” (João 21.6). E ao recolher a rede, não conseguiram puxá-la … olharam-se sem conseguir acreditar e entender … com toda a experiência do passado, nunca algo semelhante lhes havia acontecido … a não ser … quando aqui no mesmo lago de Genesaré (mar de Tiberíades), Jesus realizou o milagre da “pesca maravilhosa” (Lucas 5. 1- 11). Daí o grito radiante de João: “É o Senhor!” (João 21.7). Não havia dúvida. Mesmo, devido à escuridão, não terem reconhecido o vulto que lhes falara, conscientizaram-se de que era Jesus. Pedro não se conteve de alegria, de emoção, de saudade, atirou-se nas águas e com braçadas vigorosas foi ao encontro do Mestre. Enquanto os demais remaram para a praia, puxando a rede repleta de 153 grandes peixes. Da decepção à alegria. De vidas acabadas e abundância.
O reencontro de Jesus com estes sete discípulos foi deveras familiar. Jesus sabia que todos estavam famintos, após uma noite de trabalho. Havia-lhes assim preparado o “café da manhã”. O silêncio que mantiveram mostra respeito, mas também temor. Um estranho temor. Como Lutero mais tarde diria na explicação dos mandamentos: “Devemos temer e amar a Deus e, portanto …”
A cada manifestação de Jesus, as profecias messiânicas se revelavam exegeticamente a seus olhos. Estavam diante do Filho unigênito de Deus, que como verdadeiro homem, cumpriu a lei (OS dez mandamentos), padeceu e morreu; e como verdadeiro Deus, cumpriu toda a vontade de Deus. A vontade de Deus era exatamente que o pecado, o qual tinha feito com que as pessoas não mais pudessem olhar para Cristo, agora estava vencido por completo. A morte, isto quer também dizer a condenação eterna, ou melhor o afastamento de qualquer respingo do amor de Deus. E sem dúvidas o grande causador de tamanha desgraça agora estava vencido, o diabo (Hebreus 2.14,16); (14) Os filhos, como ele os chama, são pessoas de carne e sangue. E por isso o próprio Jesus se tornou igual a eles, tomando parte na natureza humana deles. Ele fez isso para que, por meio da sua morte, pudesse destruir o Diabo, que tem poder sobre a morte. (16) É claro que ele não veio para ajudar os anjos. Em vez disso, como dizem as Escrituras: “Ele ajuda os descendentes de Abraão.”
Contudo o empenho de Cristo era nos dar a certeza incontestável de sua presença entre seus filhos. Mesmo o nosso Deus tendo sido vitorioso sobretudo quando tentam nos afastar da sua presença ele, não deixa se vir ao nosso encontro. Por isso, meus caros amigos podem dizer que Jesus nos enche a nossa vida de muitas bênçãos, e bênção sem medida, fazendo as coisas darem certas aonde, aparentemente não tem sentido algum nós investirmos, como por exemplo: Achamos que anunciar a mensagem para alguém pode ser perda de tempo, pelo contrário é oportunidade de ajuntarmos riquezas nos céus onde traça e ou ferrugem não podem corroer.
Os sete discípulos de Jesus que outrora estavam apavorados, agora estão radiantes, confiantes e simplesmente obedecem ao que o Senhor Jesus diz e para suas surpresas eles não são decepcionados. Cristo ordena mostra que ele tem o domínio sobre tudo. No entanto, para mim e para você serve esta sugestão: ouvir o que Cristo diz e seguir somente a ele com único Deus é sinal de ser ricamente abençoado, não com riquezas que não tem sentido, mas com a vida sendo conduzida por Jesus.
Jesus até esta passagem era a terceira vez que aparecera aos seus discípulos, e todas as vezes os quer encher com suas bênçãos, em outras palavras quer os convencer que ele está vivo, e a sua ressurreição é real, verdadeira, para que fosse anunciado como sendo o Salvador que cumpriu a vontade do pai.
Afinal esta era a missão para a qual Jesus os escolhera: testemunhar a sua ressurreição. O crer na ressurreição é fundamental na fé cristã. Negar a ressurreição é negar a obra redentora de Jesus. A fé não faz sentido sem a ressurreição. Crer num Redentor não ressuscitado significa crer numa ilusão (1 Coríntios 15.12- 19). Neste Redentor ressuscitado nós cristãos cremos. E como fruto deste crer, o servimos, e o obedecemos. Assim, a exemplo dos sete discípulos, que ao obedecerem a ordem de Jesus, apanharam grande quantidade de peixes, também as bênçãos da vida cristã estão relacionadas a uma vida de obediência. Obedecer a Jesus sempre oferece “redes cheias de bênçãos”. Como vimos com o juiz Samuel em 1 Samuel 15.22: Samuel respondeu: – O que é que o SENHOR Deus prefere? Obediência ou oferta de sacrifícios? É melhor obedecer a Deus do que oferecer-lhe em sacrifício as melhores ovelhas.
E o obedecer a Jesus é sempre sinal de certeza que em meio às tribulações estaremos com e em Cristo garantidos na vida eterna porque 1 Coríntios 15.23-24: “Porém cada um será ressuscitado na sua vez: Cristo, o primeiro de todos; depois os que são de Cristo, quando ele vier; e então virá o fim. Cristo destruirá todos os governos espirituais, todas as autoridades e poderes e entregará o Reino a Deus, o Pai”.
Que o Senhor Jesus faça reconhecermos as redes cheias de bênçãos que em Cristo recebemos por amor que ele tem por nós pecadores. Pois como nas leituras que Ele (Jesus) continua transformando vidas com Sua graça independente de época de dos tempos. Também hoje ele pode e quer transformar a tua vida. De modo resumido percebemos nas leituras as transformações radicais operadas pelo Cristo ressuscitado: Do choro à alegria (Salmo 30); Do perseguidor ao missionário (Atos 9); Da criatura à adoração eterna (Apocalipse 5); Do discípulo falho ao pastor restaurado (João 21). Que Deus Espírito Santo trambalhe em nós para sermos transformados também dia após dia. Amém!
DA TRISTEZA À ALEGRIA: A TRANSFORMAÇÃO PELA GRAÇA DE CRISTO

Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil em Macapá – Congregação
Cristo Para Todos; também atua como Missionário em Angola e Moçambique