A saga humana entre galhos e algoritmos, onde os milagres já foram plantados como sementes — resta aprender a cultivar o tempo.
Milagres e Processos: Da Fogueira à Inteligência Artificial, o Salto do Macaco Humano
Desde os primórdios, quando o primeiro raio incendiou uma árvore e o fogo passou a ser mais do que uma ameaça — um aliado — a humanidade tem perseguido milagres. Não os celestes apenas, mas os concretos, os que cabem nas mãos e queimam os dedos: o milagre de cozinhar, de iluminar, de aquecer. O milagre de sobreviver.
Nomeamos este ambiente de “Planeta Terra”, como se ao nomear pudéssemos possuir. Mas continuamos como os macacos que fomos: pulando de galho em galho. Cada invenção é um galho novo. Cada solução, um impulso para o próximo salto.
Do domínio do fogo à roda, da roda à prensa de Gutenberg, da prensa aos microchips, do telégrafo à inteligência artificial — parece um só sopro de tempo. Um piscar de olhos cósmico em que o ser humano alterna entre o deslumbramento e a fuga. Quer soluções, mas não aceita os processos. Quer frutos, sem plantar a árvore. Quer milagre, sem a fé no tempo.
A inteligência artificial — último galho alcançado — nos promete o impossível: velocidade, precisão, respostas. Mas será que nos convida à sabedoria? Ou será apenas mais uma fuga do processo essencial de viver?
Vivemos no imediatismo das notificações, buscando em telas respostas que estão, há milênios, no silêncio de uma fogueira acesa ou na contemplação de um entardecer. Esquecemos que todo milagre é um processo em marcha. Que a semente traz em si a árvore inteira — mas precisa de tempo, terra, sol e espera.
A jornada humana tem sido marcada por uma inquietude criativa e uma impaciência destrutiva. Ao mesmo tempo em que criamos pontes para o futuro, queimamos os barcos do presente. A inteligência artificial não é um oráculo; é mais uma ferramenta. Mais um galho. E ainda assim, esperamos que ela nos explique o sentido da vida.
Mas todas as respostas já nos foram dadas. Estão gravadas em sementes lançadas à mente humana. Sementes de coragem, de reflexão, de paciência. De amor.
O milagre é estar aqui. E o processo é a única forma de entender isso.
Seja forte. Seja vigoroso. Volte à terra. Volte ao tempo. Volte ao processo. Pois o verdadeiro milagre não está no próximo galho — está na árvore inteira. E ela já foi plantada em você.
Há, mas isso dá trabalho! Processo sua, cansa, faz cair, errar, faz doer; pois, é, dói sim, cansa sim, errar é humano e necessário para prosseguirmos para um futuro previsto, previsível, as vezes, mas desconhecido, arriscado, e é essa a beleza da vida! Viver é correr riscos. Os homens da Península Ibérica, no século XV, portugueses e espanhóis em sua maioria, mas também italianos e muitos outros se lançaram aos mares para uscar novas terras, novas gentes, novas conquistas, dada a sua personalidade bárbara do tempo histórico deles.
Pois bem, o povo português da época das grandes navegações tinham um lema “navegar é preciso, viver não é preciso”, ou seja, viver é lançar-se aos mares da vida, é se arriscar por sonhos e riquezas e aqui não estou fazendo uma análise historiográfica nem juízos de valor sobre a ética daqueles povos, que era terrível, etnocêntrica e tudo mais, minha análise aqui é do pensamento humano; que, se apenas sentar à beira do caminho, esperando o “seu” milagre, corre um sério risco de ficar à beira da história e, não participar dos milagres cotidianos que acontecem dentro do processo de muitos e de cada um.
Me diga em quais processos estás e te direi uma lista de coisas extraordinárias que acontecem, aconteceram e acontecerão na sua vida épica! Bora viver, gente linda e amada!