“Que a graça e a paz estejam com vocês e aumentem cada vez mais, por meio do conhecimento que vocês têm de Deus e de Jesus, o nosso Senhor! (2 Pedro 1.2)”.
Querida congregação, neste 4º Domingo da Páscoa, também chamado de “Domingo do Bom Pastor”, ouvimos palavras de conforto e direção. A imagem central de hoje é a do “Pastor que cuida de suas ovelhas”, que as guia com amor, que as conhece pelo nome — e que dá sua vida por elas. Este cuidado cuidadoso do Senhor Jesus é imerecido, um presente que vem dos céus e nos enche de encantos. Também, neste domingo coincide com o “Dia das Mães”, somos lembrados de um outro tipo de cuidado semelhante: o cuidado materno, cheio de dedicação, sacrifício, e amor que normalmente não desiste. O amor de mãe é um eco do cuidado do nosso Bom Pastor. Todavia, nada supera o cuidado de Deus. O próprio Salmista no Salmo 27.10: “Ainda que o meu pai e a minha mãe me abandonem, o Senhor cuidará de mim.” Ainda em Isaías 49.15, Deus nos diz que: “O Senhor responde: “Será que uma mãe pode esquecer o seu bebê? Será que pode deixar de amar o seu próprio filho? Mesmo que isso acontecesse, eu nunca esqueceria vocês.” Depois em Isaías 66.13: “(13) Como a mãe consola o filho, eu também consolarei vocês; eu os consolarei em Jerusalém. (14) Quando virem isso acontecer, vocês ficarão contentes e terão novas forças, como uma planta que cresce viçosa. Vocês ficarão sabendo que eu, o Senhor, cuido dos meus servos, mas, quando fico irado, castigo os meus inimigos.”” O próprio Davi, pode escrever no Salmo 131.2, cheio convicção que: “Assim, como a criança desmamada fica quieta nos braços da mãe, assim eu estou satisfeito e tranquilo, e o meu coração está calmo dentro de mim.” Esta convicção de Davi só é possível ao que repousa no Senhor e adormece e acorda sabendo que Jesus é o bom pastor. Davi não viveu no tempo de Jesus. Ele viveu séculos anteriores ao tempo de Jesus, mas ele creu, e nisto Deus se revelou bondoso dando-lhe fé verdadeira. Assim como nós também quando realmente baixamos a guarda das nossas pretensões egoístas, das nossas loucuras e refugiamos nas mãos protetoras do Senhor então compreenderemos como é bom o Bom Pastor. Pastor esse que defende os seus com sua própria vida. Jesus fez isso. O bom pastor, que ampara provê, sabe o quanto e do quanto precisamos. O bom pastor que nos faz mergulhar nas tranquilidades das pastagens verdejantes do seu amor. Um bom pastor que sabe quem nós somos e nos chama pelo nome. Um bom pastor que tem o nosso nome escrito no livro da vida e o guarda. O bom pastor que pode abrir os selos e revelar ao mundo quem são as pessoas que creram no Evangelho e agora pertencem ao seu rebanho. O bom pastor que mesmo sabendo da nossa inutilidade, dá dignidade a cada um de nós e nos torna santos por causa do seu sangue derramado na Cruz. Sangue divino. Um pecador inútil ao qual Deus supervalorizou e que comprou com sangue divino. Quanto nós valemos no mercado? Qual o teu valor? Para satanás, somos desprezíveis, ele nos convenceu com uma mentira, e carimbou a nossa desgraça com uma mordida no fruto do conhecimento. Mas para Deus, que nos moldou, ele pagou um preço que sinceramente é incalculável. A verdade é que: não valemos nada, somos a escória, somos uma vergonha, pois deixamos a paz e a tranquilidade para nos prostituirmos pelo desejo de querer ser o que não fomos criados para ser. Para esta criatura caída, Deus resolveu investir alto, Ele mesmo resolveu descer do Alto e morar conosco para consolar e amparar. Como diz Pedro em sua carta, 1 Pedro 1.19-20: “(19) Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem defeito nem mancha. (20) Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo e foi revelado nestes últimos tempos em benefício de vocês.”
Realmente o cuidado de Deus é incomparável com qualquer escala de amor conhecido no mundo. O nosso Deus tem nos cuidados e guiado por graça e bondade. O que se sabe o mais próximo deste amor, se diz popularmente que é o amor materno, mas também sabemos que muitas mulheres são boas mães, mas também, muitas são vergonha e um péssimo exemplo para os seus filhos. Muito se concretiza pelo fato de não serem tementes a Deus. Deixam por relaxamento os seus filhos longe dos braços do Bom Pastor Jesus. Não tem como ser uma mãe por excelência, se esta não tem Deus no coração. Pois, como ser uma mãe por excelência se não tem sabedoria? A palavra de Deus nos aponta que o princípio da Sabedoria é o temor ao Senhor. “Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor. Se você conhece o Deus Santo, então você tem compreensão das coisas. (Provérbios 9.10)”.
Então, mesmo que na vida tenhamos e vamos passar por doenças, desgraças que parecem que não vale a pena continuar a viver. Mesmo com tudo isso, na Palavra de Deus, teremos a convicção que o Senhor é o bom pastor e nos conduz por pastos verdes. Em nossa vida como nos lembra o Salmo 23, passamos por vales escuros: doenças, perdas, medos, inseguranças. E as mães, muitas vezes, caminham ao nosso lado nesses vales — com mãos firmes e corações em oração. Como é confortador saber que as mães confiam no bom pastor e ajudam os filhos a depositar toda a sua vida e esperança no Bom Pastor Jesus. Por isso, admoesto com serenidade as mães que me ouvem, a fim de que, repousem nos braços carinhosos do Senhor Jesus Cristo.
Todo o carinho que um filho recebe da sua mãe é um modo especial de sermos consolados também pelo próprio Deus. Todavia, mesmo que a nossa mãe por falta de entendimento na Palavra de Deus não soube nos apontar para servirmos a Cristo, hoje, temos aqui a oportunidade de sermos lembrados que mesmo na inapetência materna em servir a Deus, Deus não nos deixa desamparados. Ele mesmo, nos atende em nossas necessidades, e agora por exemplo na Igreja, e por meio da pregação do Evangelho Deus nos dá uma grande oportunidade de reclinarmos nos braços de Cristo e deixar que ele nos leve até a presença de Deus Pai. Jesus, não apenas nos conhece e conhece as nossas fragilidades, mas caminha conosco, e inclusive já venceu a sombra da morte.
Sim! Todas as pessoas são chamadas por Jesus a ouvir a voz do bom pastor. Jesus faz-nos uma promessa em João 10.27-29 “(27) As minhas ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. (28) Eu lhes dou a vida eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão.” Mas, para ser ovelha de Cristo e permanecer no rebanho de Cristo, todo o pecador precisa se alimentar com o alimento da Palavra e Sacramentos. Não tem como alguém ser do Senhor Jesus se não crer Nele, na sua obra Redentora. Pois, como diz o contexto do Evangelho, as pessoas que não ouvem corretamente não podem crer, pois do contrário sempre estarão inquietas com perguntas do tipo: “(Jesus) – você é ou não é o Messias?” Sem o temor ao Senhor não tem como conhecer Jesus. Sem ser ensinado a descansar nos braços do Senhor, não tem como ser vir a crer. Por isso a figura de linguagem onde Deus é comparado a uma mãe é exatamente para nos mostrar e permitir-nos entender que Deus sabe acalmar nossas inquietações, sabe o que precisamos para pararmos de chorar, sabe qual o melhor alimento para sermos saciados. E assim, com um filho ao ouvir a voz da sua mãe, assim os servos de Deus ao ouvirem a Palavra sabem que é Deus quem está lhes falando. O Bom Pastor que tem uma voz que nos chama pelo nome, é pessoal, íntima. Jesus, nos conhece melhor do que nós mesmos. Quantas vezes as mães sabem o que seus filhos precisam sem que eles digam uma palavra? Assim é Jesus — Ele nos vê, nos entende, e nos conduz. A diferença é que Ele não apenas nos ama: Ele nos dá a vida eterna. Como diz o Evangelista João 10.28: “Ninguém poderá arrancá-las da minha mão”. Essa é uma das promessas mais reconfortantes: nada pode nos separar do amor de Cristo. Nem dificuldades, nem dúvidas, nem mesmo a morte.
Com tamanha misericórdia nos resta vivermos para desfrutarmos das promessas da eternidade onde o texto de Apocalipse 7.9-17, nos conecta, e nos leva a enxergamos a eternidade, com uma multidão vestida de branco, que passou pela grande tribulação. Mães, pais, filhos — gente de todas as nações — agora vivem na presença de Deus. E ainda tem uma inigualável promessa, de que o Bom Pastor Jesus continua conosco também na eternidade. Cuidando, sustentando, ofertando um poderoso banquete da sua graça e misericórdia. Que faz transbordar graça, com uma fatura sem igual. Apocalipse 7.15-17 nos mostra uma visão de real de uma paz que excede todo o humano entendimento, quando João diz: “(15) É por isso que essas pessoas estão de pé diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo. E aquele que está sentado no trono as protegerá com a sua presença. (16) Elas nunca mais terão fome nem sede. Nem o sol nem qualquer outro calor forte as castigará. (17) Pois o Cordeiro, que está no meio do trono, será o pastor dessas pessoas e as guiará para as fontes das águas da vida. E Deus enxugará todas as lágrimas dos olhos delas.”
No mundo não nos faltam lágrimas, desilusões, mas nos céus, mães, pais, filhos, todos poderão e irão descansar, lá não haverá motivos para chorar. Se aqui as pessoas geram lagrimas umas nas outras e as vezes de modo intencional ou despretensiosas, com Deus isso não será mais necessário, pois o próprio Deus as enxugará. Se aqui, as famílias, os pais, os filhos, choram pela ausência de entes queridos, ou, por desafios enfrentados em silêncio. Nos braços do Cordeiro, toda lágrima deixará de existir. Todavia, enquanto isso não acontecer, nós vamos continuar aqui, em união, vivendo e praticando o perdão que vem dos altos céus por meio do Evangelho. Enquanto não estivermos nos céus, e as nossas lágrimas ainda rolarem, podemos ter a certeza de que ainda temos muitas dificuldades pela frente. Como diz o Apóstolo Paulo aos presbíteros de Éfeso que em meio a tudo quanto tinha enfrentado nunca deixou de anunciar o Evangelho. Assim também nós precisamos continuar a combater o bom combate. A que nos manteve e nos manterá de pé é uma só coisa: O EVANGELHO, fora do evangelho de Cristo, são caminhos de loucura. Ciente disso, Paulo, diz em Atos 20.19, 24: “(19) Fiz o meu trabalho como servo do Senhor, com toda a humildade e com lágrimas… (24) O importante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a missão é esta: anunciar a boa notícia da graça de Deus.”
Assim como os presbíteros de Éfeso foram orientados por Paulo. Ele exorta os líderes a cuidarem do rebanho — como pastores, atentos e responsáveis. Aqui também há eco do papel das mães na fé: muitas sustentam os lares espiritualmente, ensinam a oração, conduzem à igreja, testemunham mesmo em meio às dificuldades. Neste mundo mães podem abandonar, mas Jesus é o nosso Bom Pastor — aquele que nunca nos abandona. Amém!
Oremos: Senhor Jesus, nosso Bom Pastor, obrigado por teu cuidado fiel. Que possamos reconhecer tua voz e seguir teus passos. Abençoa nossas mães, dando-lhes força, sabedoria e consolo. E que em todos os momentos, nos lembremos que estamos seguros em tuas mãos. Amém
O PASTOR QUE NOS CONHECE E CUIDA

Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil em Macapá – Congregação
Cristo Para Todos; também atua como Missionário em Angola e Moçambique