Pessoal, olha isso: “zero telas até os seis anos de idade”; “quem tem que ser princesa e tratada com mimos é a mãe, não a filha ou o filho”. O Psicólogo Leo Fraiman citou essas pérolas da educação em nosso século e ele, Palestrante Internacional e criador do Método OPEE – Orientação Profissional, Empregabilidade, Empreendedorismo – que explicarei mais à frente neste artigo não está sozinho nesse postulado. Dr. Marcos Meier também é dessa turma, de uma educação austera e de educar pelo exemplo e não pela permissividade e através das telas. Dra. Carol Dweck em seu livro Mindset, em português Mentalidade, somos resultados de nossas mentalidades e não uma mentalidade fixa mas de uma mentalidade de crescimento.
Na mentalidade do crescimento, errar é lição e o aprendizado é processual e o sucesso não é uma linha reta e que será resultado de um caminho sinuoso, mas exitoso, apesar das dores do caminho. A mentalidade do crescimento promove o esforço, compreendendo que se aprende ao longo da jornada e não limitando a pessoa em seus dotes, inteligências e talentos. O mais importante é se esforçar e não ser nota dez sempre!
As gerações passadas que viveram sem telas de aparelhos tecnológicos estão criando crianças viciadas em telas, mimadas demais e ao crescer não processam empatia, solidariedade e comportamentos solidários. Não se pode dar o que não se tem ou recebeu em seus primeiros anos de vida.
Meu Mestre em Psicoterapia Avançada, Professor Romero Lima em seu Método CMEI – Compreender, Mensurar, Educar e Inserir fala sobre a importância de quem educou aquela pessoa, dos zero aos doze anos, imprimindo memórias no subconsciente tão fortes e profundas que, a pessoa simplesmente repete padrões vividos na infância e que vão se cristalizando ao longo dos processos dolorosos da vida, como que um reforço negativo que confirma e valida a síndrome de Gabriela “Eu nasci assim, vou morrer assim”.
Leo Fraiman, vai na contramão do mercado tecnológico com as crianças pequenas visando seu desenvolvimento o mais saudável possível, aprendendo liderança e amor em casa, nos lares saudáveis que ainda não se disfuncionalizaram. Mas, seu projeto para os adolescentes e jovens – OPEE – orienta em seus talentos e aptidões inatas ou não para serem adultos realizados, produtivos e felizes, como na Obra Mindset – a nova psicologia do sucesso.
Segundo a visão psicanalítica das Faculdades Trilógicas de Keppe & Pacheco, a sociedade atual está invertida, estudos realizados nos Estados Unidos e no Brasil.
Infelizmente basta olharmos as redes sociais para percebermos a cultura do exibicionismo, de adultos infantis postando tudo e todos, numa corrida maluca de quem tem mais dinheiro, mais sucesso, mais e mais disso ou daquilo, buscando aprovação máxima através das curtidas de estranhos ou desconhecidos que são chamados de seguidores.
Nos anos de ouro da TV aberta no Brasil, nas décadas de sessenta, setenta, oitenta e noventa, celebridades eram atores e atrizes das novelas do eixo Rio de Janeiro e São Paulo, nos Estados Unidos a Indústria cinematográfica de Hollyood; hoje, século XXI, todos disputam o exibicionismo de ser celebridade por um dia ou por algumas horas nas telinhas de seus dispositivos ligados à internet.
Por estar desde os anos de 1982 no mundo da Educação Formal, vejo com tristeza e preocupação as futuras gerações altamente tecnológicas, viciadas nas telinhas desde tenra idade pela família e pela escola e, depois que o “leite já derramou”, a criança de zero a doze anos já está com vinte ou trinta anos e nem de casa quer sair, virando “geração canguru” ou em divãs de psicanalistas, de psicoterapeutas, psicólogos e Psiquiatras, onde não vão comprometidos com mudanças de rota de seus caminhos subconscientes mas sim, em busca do milagre, da transformação imediata, da “cura” para suas dores e males internos, num circulo vicioso lastimável, pois, a mudança é e sempre será de dentro para fora e do protagonismo individual, Ual!
Acabei de lembrar que meu Mestre Rodrigo Fonseca, da IE – Inteligência Emocional- ensina a todos os que se dispuserem a aprender e apreender conteúdos, mudanças e sucesso: ‘’A diferença entre o medo e a coragem é a ação”.
Se for ação, sem atitude nova, impossível sair das areias movediças de uma geração viciada em telas desde a maternidade, onde partos filmados e exposições à exaustão nas mídias sociais, onde sua princesa e seu príncipe só ganham, nunca perdem, só brilham, nunca choram nem passam por perrengues, diga-se de passagem, fases normais e naturais da saga que é viver, sem verdade, a vida segue como um conto de fadas e a frustração será cada vez maior e mais severa, uma vez que será proporcional ao excesso de mentiras da vida em exibição.
Missão árdua criar filhos, educar crianças, missão difícil ser adulto no mundo atual, e como diziam os portugueses nos séculos das Grandes Navegações “navegar é preciso, viver não é preciso” mergulhados na exibição da época que eram as grandes conquistas e criaram uma cultura etnocêntrica, racista, fanática e cruel por consequência, onde tem uma “roupa do rei” e se você não usa essa roupa real você está fora do processo do sucesso. Até alguém perceber que o Rei está nú.
E o pior ainda está por vir, pois, esses pseudos príncipes e princesas crescerão e como lidarão com as vicissitudes da vida? Como reagirão às dores inexoráveis do crescer? Como sobreviverão ao mundo real se só possuem futilidades e exibição?
O mar revolto da cultura da exibição está posto, cabe a você e eu navegar contra a correnteza, singrar novos roteiros marítimos, buscar luz, graça e paz dentro de si mesmo para não sucumbir ao canto da sereia da cultura da exibição. Sem negacionismos tolos, utilizando a tecnologia a nosso favor, pedagogicamente e, quem sabe, a vitória será dos sensatos e pacíficos, pois que a vida não é justa, há, mais não é mesmo!
CULTURA DA EXIBIÇÃO

Professora, historiadora, coach practitioner em PNL, neuropsicopedagoga
clínica e institucional, especialista em gestão pública.