O que é a esclerodermia?
A esclerodermia é uma doença crônica em que há fibrose, ou seja, o endurecimento da pele, atingindo também os órgãos internos. Isso ocorre devido uma resposta autoimune (células próprias do organismo reconhecem os tecidos como não próprios e os atacam), com formação de autoanticorpos.
Existem basicamente duas formas de apresentação: a localizada e a sistêmica. Na forma localizada há envolvimento apenas da pele, não atingindo órgãos internos, sendo mais comum em crianças. Já a forma sistêmica, também chamada de Esclerose Sistêmica, afeta, além da pele, outros órgãos, como esôfago, pulmão e rins, e pode ser dividida em formas Cutânea Limitada e Cutânea Difusa. Essa última é mais comum em adultos e mais frequente no sexo feminino.
Qual é a causa da doença?
A causa da doença é desconhecida, mas sabe-se que há mecanismos imunológicos e também a hereditariedade atuam na doença.
Na doença há desenvolvimento de autoimunidade, ou seja, há formação de células de defesa contra células próprias do organismo, resultando em uma resposta inflamatória nos mais diversos órgãos. No final há substituição dos tecidos normais por um tecido fibrosado (cicatricial), havendo perda de sua função local.
A doença é mais comum em qual sexo?
A esclerodermia é mais comum no sexo feminino, assim como outras doenças autoimunes, mas também pode ocorrer no sexo masculino e em crianças.
Quais sintomas a pessoa desenvolve?
O principal sintoma é o espessamento cutâneo, que pode ser percebido pela rigidez ao toque e dificuldade de preguear a pele. Há também alterações na coloração das pontas dos dedos, que ocorre quando está frio, chamado Fenômeno de Raynaud. Esse é geralmente o primeiro sintoma a se desenvolver.
Pode haver aparecimento de nódulos endurecidos que podem ser avermelhados ou esbranquiçados e representam depósitos de cálcio sobre algumas articulações (mãos e cotovelos, por exemplo). Há ainda rigidez articular, diminuição da abertura da boca, dificuldade na deglutição e na respiração.
O acometimento da pele varia de acordo com a forma com a forma clínica, forma limitada e difusa. Na esclerose sistêmica cutânea difusa, as complicações decorrentes do acometimento dos órgãos internos costumam ocorrer mais precocemente, nos primeiros 5 anos de doença. Na esclerose sistêmica cutânea limitada estas complicações tendem a ser mais tardias, comumente na forma de complicações vasculares, como a hipertensão arterial pulmonar.
Como é feito o diagnóstico da esclerodermia?
O diagnóstico é estabelecido através da história clínica e sintomas desenvolvidos pela pessoa. Através dos exames complementares, como dosagem de autoanticorpos, o diagnostico pode ser confirmado.
Exames de imagem auxiliam na detecção de complicações adquiridas pela doença. Exemplos são: raio x ou tomografia de tórax, testes de função pulmonar, endoscopia digestiva alta.
Há tratamento para a esclerodermia?
Sim. Não há cura para a doença, mas existem tratamentos disponíveis. São utilizadas medicações imunossupressoras e direcionadas para os sintomas desenvolvidos.
Para evitar o fenômeno de Raynaud (extremidades frias, com diminuição da circulação) deve-se manter as extremidades aquecidas com luvas e meias e evitar lavar as mãos com água fria, e são utilizados medicamentos vasodilatadores, que melhoram a circulação nas extremidades. Há ainda situações específicas em que o paciente pode vir a se beneficiar do transplante de medula óssea, realizado em centros especializados e com indicação precisa.
Caso você tenha algum desses sintomas, procure um médico para que se possa chegar a um diagnóstico de forma precoce e seguido o tratamento com o especialista para se evitar complicações.
Adaptado: Sociedade Brasileira de Reumatologia e Sociedade Brasileira de Dermatologia.