A Gastrite é a inflamação das paredes do estômago, desenvolvendo-se como uma resposta do organismo quando ocorre uma agressão à sua integridade. Entretanto, essa resposta pode ir além da normalidade e levar ao desenvolvimento de sinais e sintomas característicos dessa doença, como falta de apetite, dores na região do estômago, azia (“queimação”), estufamento (sensação do estômago inchado), entre outros.
Quais são os tipos de Gastrite?
A gastrite pode ser chamada de aguda, quando ela dura pouco tempo ou crônica quando a duração é de meses e até mesmo anos.
As Gastrites agudas são de aparecimento súbito e geralmente associadas a um agente causador como medicamentos (antiinflamatórios e corticoide) infecções e estresse físico ou psíquico podem levar a uma gastrite aguda. Alimentos contaminados com bactérias ou vírus também podem ocasionar a gastrite.
Já a Gastrite crônica tem como um dos principais causadores a bactéria H. pylori. Esta bactéria sobrevive em ambientes ácidos, como é o estômago. No entanto, o Helicobacter pylori leva à destruição da barreira protetora que reveste a mucosa do estômago, permitindo que o suco gástrico agrida esta mucosa, o que leva à inflamação dela, caracterizando a gastrite. Como a infecção pela bactéria é crônica, a inflamação também segue este padrão.
O que a Gastrite crônica atrófica?
Ocorre quando anticorpos atacam o estômago, provocando a diminuição ou extinção das enzimas gástricas (responsáveis por digerir os alimentos). Consequentemente há prejuízos na absorção dos alimentos, nutrientes e vitaminas.
Um dos prejuízos associados é a dificuldade de absorção de vitamina B12, causando uma anemia que é conhecida como anemia perniciosa.
Quais são as causas da doença?
A gastrite possui diversas causam que incluem o abuso do álcool, ingestão de anti-inflamatórios por longa data, estresse e nervosismo, causas estas que promovem o enfraquecimento da mucosa estomacal, permitindo que o suco digestivo produzido pelo estômago cause dano ao tecido que reveste o órgão.
Hábitos como comer rápido demais, tomar líquidos com a refeição, fazer jejum prolongado, comer grandes quantidades de comida de uma só vez, abusar do café, do refrigerante, do açúcar, da fritura, são fatores que também prejudicam o funcionamento estomacal.
A gastrite pode ser promovida pela bactéria Helicobacter pylori, que vive no revestimento do estômago e que, se não for tratada, pode levar ao surgimento de úlceras e até mesmo ao câncer de estômago. Outras bactérias e vírus também podem causar infecções que levam à gastrite.
Quais os sintomas mais comuns?
A gastrite pode ser completamente assintomática, principalmente nos casos crônicos. Na fase aguda, os sintomas aparecem com mais facilidade. Os sintomas mais frequentes são: dor no estômago ou desconforto abdominal, logo após a refeição ou quando fica muito tempo sem comer nada, abdômen inchado, principalmente após as refeições, náuseas e vômitos, indigestão, mal-estar, azia (queimação no estômago), acúmulo de gases.
Apesar destes sintomas estarem presentes em quase todos os pacientes diagnosticados com gastrite, é possível o diagnóstico da doença mesmo na ausência destes.
Se a gastrite levar à formação de úlceras gástricas hemorrágicas, pode haver eliminação de sangue digerido nas fezes (que ficam escuras) ou nos vômitos.
Como é feito o diagnóstico?
Na gastrite aguda, o diagnóstico baseia-se na história clínica e exame físico, sendo em geral desnecessário exames complementares.
Na suspeita de complicações, como a hemorragia, a endoscopia digestiva alta é o exame indicado. A endoscopia é o exame onde se faz a avaliação do revestimento interno (mucosa) do esôfago, estômago e duodeno, por meio de um tubo flexível com uma câmera em sua extremidade. É um procedimento feito habitualmente por um médico endoscopista, e pode ser usada tanto para meio diagnóstico como para tratamento de diversos problemas do sistema digestivo alto. Requer sedação para realização dele, daí a necessidade de acompanhante para os pós exame. Entretanto, 40% dos casos de gastrite crônica nada mostram. Por isso, considera-se que o diagnóstico das gastrites crônicas é, fundamentalmente, histológico, ou seja, pelo exame microscópico de fragmentos da mucosa (é retirado um fragmento pequeno da mucosa do estômago para ser avaliado em laboratório).
Como é feito o tratamento
O tratamento está relacionado ao agente causador. Nos casos de gastrite aguda associada ao uso de medicações anti-inflamatórias, sua suspensão e/ou substituição, associada ao uso de medicamentos que neutralizem, que inibam ou bloqueiem a secreção ácida do estômago, é o tratamento básico.
Quais são as medidas preventivas para evitar a Gastrite?
Algumas medidas importantes são: evitar o uso de medicações irritativas como os anti-inflamatórios e a aspirina, e evitar medicamentos sem orientação médica. Suspender o uso de bebidas alcoólicas e do cigarro.
A utilização de água tratada bem como medidas de higiene pessoal como lavar as mãos antes de se alimentar, além dos cuidados no preparo e na conservação dos alimentos, previnem as infeções alimentares que podem associar-se a gastrite.
Se tratando da gastrite, é importante ter uma alimentação regular. Separar tempo para o café da manhã, almoço e jantar e fazer pequenas refeições ao longo do dia ao invés de uma grande refeição depois de muitas horas em jejum.
Sabendo que a digestão começa na boca, é muito importante mastigar bem os alimentos. Outra dica importante é evitar frutas muito ácidas e alimentos muito gordurosos, dando preferência a carnes magras: quanto menos gordura, mais fácil a digestão e menos energia o estômago gasta para realizá-la. Não fazendo a digestão correta, deixamos de aproveitar os nutrientes, proteínas e calorias indispensáveis para a saúde.
Adaptado: Hospital Israelita Albert Einstein.