De todas as festas judaicas, a Páscoa é a mais importante. São oito dias sem fermento no pão, no bolo, em nada. Apenas matzá, isto é, fatias achatadas e crocantes de pães asmos insossos, e tudo em memória de fuga do Egito, tão rápida que nem ao houve tempo para deixar o pão caseiro crescer. As coisas e a libertação do povo Judeu do Egito foi algo espantoso, nunca visto por povo algum e até hoje celebrado pelos povos do mundo inteiro, lembrado por ação de Deus diretamente na vida do seu povo. A primeira Páscoa foi assim, um evento extraordinário, Deus agindo por meio de Moisés para que o seu povo fosse liberto. Deus usou um ser humano pecador, dotou Moisés com poder de fazer milagres para que o povo pudesse ser liberto das suas angústias escrava.
Mas, a Páscoa da nova Aliança, tem uma profundidade maior. Na Páscoa de Jesus um único sacrifício oferecido para Salvar a humanidade. Todos os anos é repetido isso. E todos os anos e todos os dia sé preciso repetir, pois do contrário facilmente perderíamos a noção de quão maligno é o pecado que nos aprisiona. A libertação ocasionada pela pessoa de Jesus não foi tirar o seu povo de um país e levá-lo para outro local, a exemplo da saída do Egito. O que Jesus fez tem muito mais coisa envolvida. Jesus completou o resgate do povo transcendendo o mundo visível e passando pela morte e a derrotando, junto com os poderes que governam com maldade neste mundo, isto é, a nossa carne, o diabo, o pecado, a morte. A liberdade proporcionada por Jesus é um presente para os que sofrem e não acham paz, para este o próprio Jesus é a paz.
Jesus, justifica a nossa Carne: Neste sentido a nossa carne pecadora, o nosso corpo está de todo corrupto e precisava ser restaurado. Jesus fez isso. Jesus um homem, sem pecado é o único que poderia restaurar o nosso ser. Ele fez. Um pecador nunca poderia fazer isso. Mas somente Deus em Cristo encarnado é quem restaura o ser humano. Jesus: O sacrifício perfeito.
Jesus venceu o diabo: Também é preciso entender que Jesus venceu o diabo, o enganador, o adversário de Deus e de tudo quando Deus ama. Aqui ainda cabe lembrar que o diabo significa enganador, um espírito imundo que faz de tudo para iludir as pessoas e as afastar de Deus. Para seu intento, ele usa de diversos meios que tem por finalidade confundir os seres humanos. Derrotado o diabo está, não pode mais ser vencedor. Jesus é o Rei e Redentor
Jesus venceu o pecado: Do mesmo modo, é preciso entender que o significado da palavra pecado está relacionado ao ato de errar o alvo perfeito e justo de Deus, ou seja, toda vez que o pecado é praticado é uma declaração pública que o ser humano rejeitou ao seu criador e mostra-se assim em rebelião contra o criador. Com o pecado, é visto que o ser humano ao rejeitar o seu criador, foi para o lado do adversário de Deus e com isso trouxe e traz sobre si, o fracasso, o erro, a iniquidade, a transgressão, rejeição a santa lei de Deus e consequentemente a rejeição ao Santo Deus. Em resumo: Considerando a santidade imutável de Deus, toda tentativa e obra do ser humano é recheado de pecado e relutância de aceitar ao seu Criador. Mas Cristo nos Cria em nós um novo coração, passou o que é velho, e agora por causa da ressurreição de Jesus somos novas criaturas.
Jesus venceu a morte: Sim! A morte está morta, no sentido de que está envergonhada, ela não é mais a poderosa, mas por exemplo por causa da ressurreição de Jesus a morte física para todos os que em Cristo creem é o caminho para vivermos na eternidade, mas para quem não crê é o começo da segunda morte a espiritual. Ou seja, a morte física só existe, pois antes dela, o ser humano já sabia que existia a morte espiritual. Isso mesmo! A morte física por exemplo só será mencionada em Gênesis 6.1-3: “(1) Quando as pessoas começaram a se espalhar pela terra e tiveram filhas, (2) os filhos de Deus viram que essas mulheres eram muito bonitas. Então escolheram as que eles quiseram e casaram com elas. (3) Aí o Senhor Deus disse: — Não deixarei que os seres humanos vivam para sempre, pois são mortais. De agora em diante eles não viverão mais do que cento e vinte anos.” Só que, para existir a sentença da morte física primeiro é preciso olhar o que diz Gênesis 2.16-17: “(16) E o Senhor deu ao homem a seguinte ordem: — Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, (17) menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore; pois, no dia em que você a comer, certamente morrerá.” Ou seja, a morte espiritual é real, e com a morte espiritual surgiu o conhecimento do pecado e suas dores. Essa morte só surgiu por causa da desobediência do homem que rejeitou Deus e deu ouvidos ao diabo que peca desde o princípio. Então o pecado não é um ato sexual como muitos creem, mas sim, a rejeição compulsória do Cristo vivo.
Neste sentido ao compreendermos que Jesus sendo o vencedor, quem nele crer não precisa mais viver com medo, mas viver livre, como diz Paulo em Filipenses 4.7: “E a paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus.” Por isso no domingo da ressurreição de Jesus Cristo, tudo muda, a paz reina a vida é plena e os inimigos de Deus derrotados e o vencedor ressuscitado para mostrar a todos que a vitória por meio de Cristo é completa. O evangelista Mateus descreve este acontecimento excepcional e único, ele diz no capítulo 28.1-10, que: “(1) Depois do sábado, no domingo bem cedo, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o túmulo. (2) De repente, houve um grande tremor de terra. Um anjo do Senhor desceu do céu, tirou a pedra e sentou-se nela. (3) Ele era parecido com um relâmpago, e as suas roupas eram brancas como a neve. (4) Os guardas tremeram de medo do anjo e ficaram como mortos. (5) Então o anjo disse para as mulheres: — Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus, que foi crucificado, (6) mas ele não está aqui; já foi ressuscitado, como tinha dito. Venham ver o lugar onde ele foi posto. (7)Agora vão depressa e digam aos discípulos dele o seguinte: “Ele foi ressuscitado e vai adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês vão vê-lo.” Era isso o que eu tinha a dizer para vocês. (8) Elas foram embora depressa do túmulo, pois estavam com medo, mas muito alegres. E correram para contar tudo aos discípulos. (9) De repente, Jesus se encontrou com elas e disse: — Que a paz esteja com vocês! Elas chegaram perto dele, abraçaram os seus pés e o adoraram. (10) Então Jesus disse: — Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos para irem à Galileia, e eles me verão ali.”
Tudo normal entre os mortais. Só que não! A tristeza se transformou em espanto, e alegria quando as mulheres ouviram a mensagem doce feito mel de um anjo que estava assentado na beira to túmulo, ela que trouxe uma mensagem angelical as enviou para que no meio do caminho elas mesmas pudessem encontrar o Cristo e ser as primeiras a adorar o ressuscitado. As mulheres consideradas as últimas na sociedade agora são as primeiras a verem o maior de todos os acontecimentos.
O anúncio da ressurreição, feita pelo anjo é o centro da mensagem da páscoa, os anjos tem essa função: trazer as boas novas dos altos céus, foi assim quando Maria recebeu a notícia da sua gravidez, os pastores no campo, agora as mulheres o ouvem dizer o que até então não lhes era claro(v.6).
Jesus deixa tocar-se por elas, ele as deixa abraçarem os seus pés. Hoje, eu e você somos convidados a cair aos pés de Jesus, debruçar-se aos pés de Jesus e tocar nele. Podemos a cada culto fazer isso quando ouvimos e pela Santa Ceia. O medo não é mais preciso ter, Deus é vivo, vemos agora em Cristo o cumprimento de Isaías 25.7-9: “(7) E ali ele acabará com a nuvem de tristeza e de choro que cobre todas as nações. (8)O Senhor Deus acabará para sempre com a morte. Ele enxugará as lágrimas dos olhos de todos e fará desaparecer do mundo inteiro a vergonha que o seu povo está passando. O Senhor falou. (9)Naquele dia, todos dirão: — Ele é o nosso Deus. Nós pusemos a nossa esperança nele, e ele nos salvou. Ele é o Senhor, e nós confiamos nele. Vamos cantar e nos alegrar porque ele nos socorreu.” Jesus é o cumprimento de todas essas promessas.
Jesus fala. Ele repete e confirma as palavras do anjo. Diz não haver motivos para o medo, realmente a ressurreição era algo novo para todos, mas agora não mais, deveriam espalhar esta notícia e, ele ordena que avisem “seus irmãos”, aqueles que o haviam abandonado na hora da sua morte, que fugiram assustados com a brutalidade que acontecera ao seu mestre. Mas, Jesus quer ver seus discípulos, e ser a paz entre os seus. Jesus o alfa e o ômega. O começo e o fim, a completude de todas as coisa estava visivelmente, o Deus visível aos olhos humanos, assim como os primeiros seres humanos o viram, no Éden agora em Cristo Deus se revela em sua grandeza e misericórdia sem vim.
Precisamos observar ainda que, a partir do texto, temos dois personagens interessantes que nos apontam para um fato decisivo: as mulheres e os guardas. Enquanto as mulheres buscam ver Jesus os guardas o escondem (guardam sob proteção de armas, representam as pessoas que se escondem nas suas capacidades. As mulheres são exatamente representam a esperança e a vida nas promessas, ouvem e crêem).
No ato da ressurreição enxergamos a alegria e a paz de quem crê e o desespero de quem não crê, pré-anunciando o dia do juízo final.
A verdade é que por mais vexatória que tenha sido a sexta-feira da crucificação ela não colocou o ponto final. Deus ainda confirmaria a palavra e a ação de Jesus, ressuscitando-o dos mortos. Sem a Páscoa não haveria testemunho a ser compartilhado nem igreja cristã. Possivelmente não haveria muitas lembranças de Jesus de Nazaré. A morte teria aniquilado toda a esperança e condenado Jesus de Nazaré ao esquecimento. A fé cristã vive da notícia da Páscoa (“1 Co 15.14: E, se Cristo não foi ressuscitado, nós não temos nada para anunciar, e vocês não têm nada para crer”).
A nossa fé não está no fato do túmulo vazio, mas no Cristo Ressuscitado! Jesus mesmo convenceu as testemunhas comprovando que estava vivo, comeu, andou, deixou-se tocado pelos seus discípulos. Ele ressuscitou para destruir a morte, o pecado e o diabo para sempre. A onipotência da morte foi quebrada.
Por isso, simbolicamente o cenário da cruz está repleto de escuridão, de lágrimas, e de sangue derramado, pois ali a grande batalha foi marcada, Deus morreu, mas ao ressuscitar Jesus derrotou a morte, mas ressuscitou para dar a glória eterna aos seus filhos. A ressurreição leva o ser humano à esperança da vida eterna. Ela supera o raso consolo que vemos nos velórios humanos expresso em frases como: “Morreu… Descansou”. Não é a morte que traz descanso, e sim o Cristo Ressurreto. Ou ainda: “Morreu e agora está nas mãos de Deus”. Esta última frase não está de todo errada, mas, no mínimo, incompleta. Falta ainda acrescentar o que Lutero escreveu: “Deus tem duas mãos: uma é a mão da graça e outra é a mão do juízo”. Em qual destas mãos repousa o falecido? Qual é a sua esperança? Em que estado fica: aliviado e encorajado pelo Mensageiro do Senhor ou “espavorido, como se estivesse morto”? Que Deus nos acolha em sua graça. Amém!
“Que a graça e a paz de Deus, o nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês! (1 Co 1.3)”