Ressignificar é uma habilidade de nosso cérebro que pode e deve ser aprendida e usada se queremos ter resultados novos e satisfatórios em cada fase de nossas vidas. Podemos dizer que a ressignificação pode ser considerada um tipo de treinamento cerebral, pois envolve a reinterpretação de situações, pensamentos ou emoções para promover uma mudança na percepção e no comportamento que está sendo focado e interpretado como inadequado.
Como minha área de trabalho mais específica é justamente a PNL – Programação Neurolinguística, sempre gosto de explicar em meus atendimentos, em meus workshops, cursos, aulas ou palestras que não há nada de errado em você, mas, simplesmente é o jeito fulano de ser, todavia, esse jeito de ser, ou seja, seu modus operandi pode não está trazendo resultados satisfatórios ao se deparar com respostas indesejadas.
Desse modo, sempre que me deparo com resultados não desejados ou não satisfatórios, preciso olhar para minha programação interna e observar, pensar sobre a situação em questão, sentir e agir. Esse processo estimula a flexibilidade cognitiva, os conhecimentos adquiridos empiricamente ou cientificamente e o lado emocional, ajudando a desenvolver habilidades de adaptação e resiliência. Falando assim parece fácil, mas não é!
Um tipo comum de ressignificação é a técnica cognitiva utilizada na terapia cognitivo-comportamental. Nesse contexto, a ressignificação envolve identificar e questionar pensamentos automáticos negativos e distorcidos, substituindo-os por interpretações mais realistas e construtivas. Isso ajuda a mudar a percepção de uma situação, emoção ou pensamento, promovendo uma resposta mais saudável e adaptativa ao momento específico.
Como nossa mente adora atalhos e economizar energia, necessário se faz ter um método, um caminho para a ressignificação de um comportamento, um hábito, uma crença ou mesmo uma mudança no propósito de vida. Aqui está um passo a passo para uma boa ressignificação de traumas do passado, por exemplo:
I – Autoconhecimento: Identifique e reconheça os traumas do passado que estão afetando você. Entenda como essas experiências impactaram suas crenças, emoções e comportamentos atuais. Nada de culpar papai e mamãe ou enveredar pela vitimização!
II – Aceitação: Aceite que o trauma ocorreu e que suas emoções em relação a ele são válidas. Permita-se sentir e processar essas emoções sem julgamento. Tipo isso: Ok. Foi assim, mas aceito e sigo com a experiência dessa dor, desse trauma, não preciso mais sofre, troco o sofrimento pela aprendizagem.
III – Compreensão: Busque compreender o trauma de uma perspectiva mais ampla. Reflita sobre as circunstâncias, as causas e as consequências do evento traumático. Amplie seu mapa e observe o território onde tudo aconteceu, O mapa é sua interpretação da realidade, o território é o ambiente comum a mais pessoas envolvidas naquela experiência, e, cada uma delas por sua vez, possui seus mapas internos também.
IV – Ressignificação: Identifique os pensamentos negativos e distorcidos associados ao trauma. Desafie esses pensamentos e substitua-os por interpretações mais realistas e compassivas. As perguntas Poderosas são uma técnica muito boa para provocar novas maneiras de ver e lidar com aquele trauma. Tipo: O quê especificamente quer dizer essa dor? Em quais situações me tornei mais forte por causa do que passei? Será que ainda sou a mesma pessoa frágil e indefesa daquela época? E, assim por diante, pois, o cérebro vive de perguntas e não de respostas, a técnica consiste apenas em perguntar e deixe seu inconsciente, ao longo dos dias que virão trazer as respostas desejadas.
V – Empatia: Cultive a empatia consigo mesmo, reconhecendo a coragem e a força que você demonstrou ao lidar com o trauma. Pratique a autocompaixão e o perdão, tanto para si mesmo quanto para os outros envolvidos. Aqui é como subir o Everest! Precisa de muita compaixão e auto amor por si mesmo para desenvolver a habilidade da empatia. Só consigo amar alguém quando transbordo de amor por mim mesmo. Ninguém pode dar o que não possui. Essa é a regra do Mestre dos mestres, Jesus: “Amar ao próximo como a si Mesmo”
VI – Reconstrução de significado: Procure atribuir um novo significado ao trauma, considerando como essa experiência pode ter contribuído para o seu crescimento pessoal, fortalecimento e resiliência. Diz um ditado popular que “o que não mata, engorda”. Esse passo é crucial para a ressignificação positiva: olhar para dentro de si mesmo empaticamente e observar os ganhos com aquele momento de dor, ou seja, voltar no passo cinco da empatia por si e para os outros envolvidos.
VII – Integração: Integre a nova narrativa sobre o trauma à sua identidade e história de vida. Reconheça que o trauma faz parte de quem você é, mas não define seu futuro. Viva a integração, dê passos novos com esse novo pensamento que vai gerar um novo sentimento e uma nova ação.
VIII – Suporte profissional: Considere buscar a ajuda de um psicoterapeuta ou profissional de saúde mental para orientação e apoio durante o processo de ressignificação de traumas do passado. Ei!!!! Procure ajuda profissional se não estiver conseguindo dar todos esses passos. Seja inteligente e exercite a humildade. Não tente caminhar sozinho pelos porões escuros de sua mente, busque ajuda e tudo ficará mais claro e mais fácil. Afinal de contas, estou falando de uma escada interior, de uma ascese e ir sozinho ou sozinha pode fazer você desistir no meio do caminho.
Lembre-se de que o processo de ressignificação de traumas pode ser desafiador e levar tempo. Seja paciente consigo mesmo e esteja aberto ao crescimento e à cura emocional. Quando quiser desistir no meio da escada da ressignificação, lembre-se que vai ser muito legal chegar no topo de seu próprio sucesso emocional.