O que é a apneia obstrutiva do sono?
Nessa síndrome o individuo sofre breves e repetidas interrupções da respiração enquanto dorme, com isso há limitação na quantidade de ar que atinge os pulmões, resultando em roncos altos e por vezes ruídos sufocantes, na tentativa de retomar a respiração. Isso pode acontecer algumas vezes por noite, ou em casos mais graves, centenas de vezes por noite. Por consequência ocorrem diversos despertares, que são muitas vezes breves, às vezes durando apenas poucos segundos, e essa é a razão pela qual o indivíduo afetado geralmente não percebe que os apresenta durante o sono. Este padrão se repete durante a noite e um paciente com apneia severa do sono pode apresentar centenas me microdespertares por noite de sono, interrompendo o sono e causando fadiga e sonolência diurna
Por conta da privação de oxigênio, todo o corpo acaba tendo repercussões a longo prazo. Os pacientes têm maior risco de desenvolver aterosclerose, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência coronariana, arritmias e acidente vascular encefálico.
Quais são as causas da síndrome?
O principal fator de risco para a apneia do sono é o excesso de peso corporal. Indivíduos com excesso de peso ou obesidade são mais propensos a ter apneia do sono. No entanto, também pode ocorrer em pessoas magras.
A apneia do sono pode ocorrer em qualquer idade. No entanto, é mais comum em indivíduos mais velhos, entrando também como um fator de risco. Também é mais comum nos homens do que nas mulheres. Para as mulheres, o risco de apneia do sono aumenta após a menopausa.
História familiar de apneia do sono na família também tem associação com o desenvolvimento. Especula-se que a apneia do sono é dependente, em aproximadamente 40% dos casos, de uma combinação genética e, em 60%, de influências ambientais. Isso significa que indivíduos com familiares que possuem o diagnóstico têm um maior risco de apresentar apneia do sono.
Outros fatores associados são as deformidades craniofaciais, principalmente envolvendo anormalidades mandibulares, como micrognatia ou retrognatia e condições congênitas (síndromes de Marfan, de Down e de Pierre Robin). A Hipertrofia de Amígdalas ou adenoides, que ocorre principalmente em crianças. A hipertensão arterial também esta bastante associada.
Quais são os sintomas presentes?
Os sinais e sintomas mais comuns são roncos, testemunhados e relatados geralmente pelo companheiro (a) de cama. O paciente também apresenta engasgos, sensação de sufocamento, vocalizações ou breves despertares.
Devido a fragmentação do sono o paciente apresenta sonolência diurna e cansaço, levando a dificuldade para a concentração ou até mesmo episódios de sono incontroláveis. Esses pacientes também têm risco aumentado de acidentes automobilísticos e profissionais.
Outros sintomas relatados: dores de cabeça, nocturia (despertares a noite para urinar), perda de memória, diminuição do desejo sexual e irritabilidade.
Como o diagnóstico é feito?
É feito principalmente pela história clínica do paciente. E para a confirmação diagnóstica é necessária a realização de um exame do sono. O exame padrão-ouro para a avaliação dos distúrbios respiratórios do sono é o estudo polissonográfico de noite inteira, realizado no laboratório sob supervisão de um técnico habilitado (saiba mais sobre esse exame clicando aqui), porém existem outras opções diagnósticas também muito eficazes e mais confortáveis, como a polissonografia domiciliar (exame polissonográfico de noite inteira realizado no conforto de sua própria casa).
Como é feito o tratamento?
As principais opções de tratamento são realizadas por intermédio da higiene do sono e do emagrecimento. Simples medidas, como a retirada de bebidas alcoólicas e de certas drogas (benzodiazepínicos, barbitúricos e narcóticos), a adequada posição do corpo (nos pacientes com apneia relacionada ao decúbito) podem ser eficazes para o tratamento de SAOS.
Outra opção é a fonoterapia. Exercícios orofaríngeos supervisionados por Fonoaudióloga especializada em Medicina do sono, visando fortalecer a musculatura da via aérea superior.
O uso do CPAP ainda permanece como a primeira escolha para o tratamento. O aparelho chamado CPAP (do inglês, Continuous Positive Airway Pressure) consiste em um pequeno compressor de ar muito silencioso de alta tecnologia que gera e direciona um fluxo contínuo de ar, através de um tubo flexível, para uma máscara nasal ou nasobucal confortavelmente aderida à face do indivíduo. Quando a pressão positiva passa através das narinas, ocorre a dilatação de todo o trajeto das vias aéreas superiores, eliminando as apneias. Apesar de parecer algo muito desconfortável à primeira vista, o aparelho costuma ser bem tolerado pelos pacientes após a primeira semana de uso.
Adaptado: Hospital Albert Einstein.
SINDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
Especialista em Nefrologia e Clínica Médica; Membro titular da Sociedade
Brasileira de Nefrologia Professor da Universidade Federal do Amapá
(UNIFAP); Mestre em Ciências da Saúde Preceptor de Clínica Médica. CRM
892 RQE 386
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